O NOVO COMEÇO DE KEISHA EM UMA NOVA CIDADE SE TRANSFORMA EM TERROR QUANDO ELA DESCOBRE QUE SUA CASA É ASSOMBRADA. A MÃE SOLTEIRA NÃO ACREDITA EM FANTASMAS, MAS NÃO PODE NEGAR O QUE VÊ QUANDO A NOITE CAI.**
Keisha ainda não conseguia acreditar em sua sorte. Ela olhou para os belos detalhes em estilo vitoriano decorando a varanda envolvente e os telhados inclinados da sua recém-adquirida casa. Era um pouco antiga, cheia de entulho dos ocupantes anteriores, mas estava em boas condições, e era toda dela.
Enquanto Keisha se virava para verificar os carregadores, ela notou seus vizinhos observando por cima da cerca baixa que cercava a propriedade.
«Bom dia!» Keisha sorriu e acenou para o jovem casal, mas seu plano de fazer amizade com os vizinhos morreu rapidamente quando o casal entrou apressadamente no carro e saiu sem olhar para trás.
«Acho que as pessoas por aqui não são muito amigáveis,» Keisha suspirou.
Mais tarde, os olhares estranhos e os sussurros se intensificaram quando Keisha e seus filhos entraram na cafeteria local. Isso começou a deixá-la inquieta. Ela olhou para as pessoas sentadas nas mesas, mas todos desviaram o olhar quando ela tentou fazer contato visual.
Em vez disso, Keisha estudou as fotos históricas de pontos turísticos locais que decoravam as paredes. Quando ela olhou para a mesa onde Carter e Ava estavam esperando, eles fizeram caretas engraçadas para ela, fazendo-a sorrir.
«Olá!» O barista cumprimentou Keisha com um sorriso caloroso. «Você deve ser a nova moradora da cidade. Sou Sam. Prazer em conhecê-la.»
«Então, há algumas pessoas amigáveis nesta cidade.» Keisha retribuiu o sorriso do homem enquanto fazia o pedido de bolinhos de chuva para ela e as crianças. «Eu estava começando a pensar que todo mundo aqui odiava os recém-chegados ou algo assim.»
«Não é nada disso.» O rosto de Sam ficou sério, e ele olhou em volta antes de se inclinar sobre o balcão. «Você mora naquela casa vitoriana azul na Park, não é?»
«Sim,» Keisha respondeu. «O que tem ela?»
«Aquela casa é assombrada,» Sam sussurrou.
«Assombrada?» Keisha quase riu, mas o barista acenou solenemente com a cabeça.
«Não é apenas uma casa velha assombrada. O velho Jefferson, que costumava ser dono daquela casa, era um médium psíquico. Ele costumava realizar várias sessões espíritas, e dizem que ele abriu um nexo espiritual naquela casa. Ninguém conseguiu ficar naquela casa desde que ele morreu,» Sam continuou.
«Sério?» ela perguntou, incrédula.
«É uma maldição. A neta de Jefferson teve que vender a casa por causa de dívidas, e todos que viveram lá desde então se queixaram de luzes piscando, coisas se movendo e vozes estranhas chamando por eles. Algumas pessoas até enlouqueceram.»
«Então, as pessoas acham que eu vou enlouquecer em seguida?» Keisha perguntou.
«Não,» disse uma senhora idosa com uma cicatriz irregular no queixo. «Sabemos que você foi amaldiçoada quando entrou naquela casa. Agora saia. Não queremos que você traga o mal para nossa loja.»
«Mãe, pare com isso.» O barista se virou para franzir o cenho para a mulher.
«Cale-se!» A mulher lançou um olhar afiado ao barista. «Pare de falar com ela. É melhor tirá-la daqui o mais rápido possível.»
«Você não pode me negar o serviço por causa de uma velha história de fantasmas,» Keisha disse, indignada.
«Saia!» A senhora disse, gesticulando com os dedos. «Saia da minha loja e não volte mais.»
Keisha não acreditava em maldições, fantasmas ou outras bobagens sobrenaturais. Mas ela foi acordada à meia-noite pelo som de passos pesados no corredor. Pegando o taco de beisebol ao lado da cama, ela saiu do quarto e viu as luzes piscando no corredor, que lançavam sombras estranhas no chão. O corredor estava vazio. Mas um arrepio percorreu sua espinha quando uma voz ecoou.
Ela levantou o taco de beisebol e se virou para encarar a escuridão em seu quarto. Não havia ninguém lá. Mas o som de movimento no andar de baixo a fez correr para verificar seus filhos, que compartilhavam um quarto no primeiro andar.
«Mãe, você também ouviu esses sons?» Carter choramingou.
«Eu te disse, Carter, é só porque a casa é velha, né, mãe?» Ava disse, mas seus olhos mostravam um medo real. A porta do quarto bateu contra a parede, fazendo todos pularem e gritarem. Keisha correu para fora do quarto das crianças.
Em vez de um intruso, ela viu fumaça se espalhando pelo chão, envolvendo seus pés. Um canto sussurrado em uma língua estranha ecoava enquanto o ar ficava mais frio. Passos inesperadamente vieram do final do corredor. As luzes começaram a piscar, e a mãe solteira não aguentou mais.
Ela pegou as crianças e as levou para fora, abraçando-as firmemente na varanda enquanto ligava para a polícia. Mas eles foram menos do que úteis, pois não havia sinais de arrombamento.
«Estou bem ciente de que esta casa tem a reputação de ser assombrada, mas a polícia não vai mais atender a chamadas de falsos alarmes para este endereço,» o oficial a advertiu após um tempo. «Você pode ser multada ou presa por desperdiçar o tempo de um policial.»
Seus filhos estavam apavorados quando os policiais foram embora, mas quando perguntaram se a casa era assombrada, Keisha disse com firmeza: «Fantasmas não são reais.»
No dia seguinte, Keisha começou a arrumar as coisas. Fantasmas podem não ser reais, mas seus filhos não estavam seguros naquela casa. Depois de um tempo, ela percebeu que algumas roupas de seus filhos estavam na máquina de lavar no porão e correu rapidamente para baixo.
Uma luva de couro preta estava em um canto. Era muito grande, o que significava que alguém – não um fantasma – esteve em sua casa. Usando a lanterna do celular, Keisha começou a inspecionar todo o porão. Não havia nada obviamente errado, mas seus instintos estavam em alerta máximo.
Mas seus olhos foram para o chão, notando um padrão de sujeira incomum que levava ao painel de madeira na parede. Estava curvado, como se alguém tivesse mexido no chão bagunçado ao… abrir uma porta. Seus olhos se arregalaram enquanto ela puxava as bordas do painel de madeira.
Seus dedos encontraram uma brecha, e, embora fosse difícil, o painel de madeira girou para revelar uma passagem secreta. Keisha já tinha visto filmes de terror suficientes para não entrar lá, e sua inclinação por histórias de detetive lhe disse a verdade: sua casa não era assombrada. Alguém queria que ela pensasse assim.
Keisha esqueceu de arrumar as coisas e foi direto para a biblioteca. Depois de conversar com a bibliotecária, ela pesquisou nos arquivos de jornais antigos e descobriu que a casa pertencia à família Barlow até que a filha de Anna a vendeu.
A bibliotecária disse que Anna morreu após a venda, o que iniciou os rumores da maldição. O Sr. Barlow era o médium da família, e vários artigos sobre ele estavam nos jornais.
«Médium psíquico local morre em seu sono,» Keisha leu em voz alta. «Em vez de uma herança, ele deixou para sua filha uma charada que levava a um tesouro escondido.»
A história só ficou mais estranha à medida que Keisha lia. De acordo com o repórter, o Sr. Barlow herdou uma vasta fortuna quando sua mãe morreu, se aposentou cedo e passou o resto de sua vida trabalhando como médium. Anna se recusou a compartilhar qualquer coisa sobre a charada.
«Acho que ela nunca encontrou esse tesouro,» Keisha murmurou ao ver uma foto do Sr. Barlow. Ele não estava sozinho. Duas meninas estavam com ele, mas algo mais mexeu com as memórias de Keisha.
Keisha voltou para sua casa e procurou enquanto uma ideia se formava. Depois, ela foi à cafeteria, sorrindo brilhantemente para cumprimentar Sam.
«Você parece animada,» ele comentou.
«Tive um ótimo dia!» Ela se inclinou sobre o balcão para sussurrar: «Eu encontrei um tesouro naquela velha casa. Vai me sustentar pelo resto da vida!»
«Sério?» Sam ficou boquiaberto. «Uau, parabéns.»
Naquela noite, Keisha sentou-se na escuridão. Esperando. A noite estava fria como uma tumba ao seu redor. Minutos se transformaram em uma eternidade de espera antes de um leve som de botas na terra ecoar à distância. Alguém estava vindo pelo túnel secreto.
As dobradiças rangeram enquanto a porta secreta disfarçada como o painel de madeira se abria suavemente. Um feixe de luz avançava ao longo da parede e do chão, rastejando em direção ao local onde Keisha esperava. Assim que estava
prestes a revelá-la, a luz se apagou, deixando o intruso e ela na quieta escuridão.
«Agora,» Keisha gritou, quebrando o silêncio.
Lanternas brilhantes iluminaram o porão de todos os cantos enquanto os policiais respondiam ao seu sinal. O invasor gritou surpreso enquanto os policiais levantavam os braços e ordenavam que o criminoso não se movesse.
«Eu sabia!» Keisha apontou para o barista, triunfante. «Com todas as vezes que você deve ter passado por essa casa procurando o tesouro, é incrível que você nunca tenha removido as fotos e documentos antigos.»
Sam apenas olhou para ela com raiva, mas Keisha pegou os papéis e uma fotografia, alegando que era prova suficiente para colocar Sam na prisão.
«Eu não fiz nada de errado. Minha família tem tanto direito a esta casa e ao tesouro quanto a tia Anna, e minha prima mimada, Julia, não tinha o direito de vendê-la! Aqueles viveram vidas fáceis às custas do vovô Johnson, enquanto minha mãe teve que trabalhar duro por tudo o que conseguiu.»
«Receio que estes documentos sugiram uma história diferente, Sam. Estas cartas dizem que sua mãe era ciumenta de sua meia-irmã,» Keisha rebateu, balançando os papéis em suas mãos.
Sam riu amargamente. «Johnson sempre favoreceu a filha em detrimento da enteada, minha mãe. E Anna sempre achou que era melhor do que minha mãe por causa disso. Anna e Julia tiveram exatamente o que mereciam.»
«Acho que é tudo o que precisamos, senhora,» o policial acenou para ela. «Seu truque funcionou, e agora quero que você me mostre os efeitos especiais que mencionou.»
«Truque?» Sam lutou enquanto era algemado.
«Estes estão em branco,» ela respondeu. «Mas eu precisava que você pensasse que encontrei algo para te fazer vir aqui e falar. Agora, é hora de revelar a verdade sobre as habilidades psíquicas de seu avô.»
Keisha percorreu toda a casa, mostrando as armadilhas, fios e luzes e máquinas de fumaça especiais que causaram os efeitos de assombração ao longo dos anos, que o médium usava em suas leituras.
Até os policiais ficaram surpresos.
«Tanto para os poderes místicos do famoso médium,» um policial zombou. Ele conduziu Sam em direção às escadas. «Agora só precisamos prender sua mãe.»
«Espere!» Sam fincou os calcanhares e olhou furioso para Keisha. «Como você sabia que era eu?»
Ela mostrou o telefone com a foto que havia tirado na biblioteca. «A mesma foto está pendurada em sua cafeteria; notei quando estive lá pela primeira vez. Sua mãe pode não ter essa cicatriz nesta foto, mas ainda assim parece a mesma.»
Os policiais prenderam Sam e depois prenderam sua mãe. Mas Keisha não deu atenção. «Este lugar vai ser incrível para festas de Halloween,» ela riu e apertou um botão para soltar um pouco de fumaça.