Minha neta nos visitou no verão — ao abrir a mala, fiquei com tanto medo que liguei imediatamente para a mãe dela

Histórias interessantes

A mala da minha neta de 13 anos tinha uma surpresa chocante que me fez questionar tudo o que eu pensava saber sobre ela. Enquanto lutava com o que encontrei e com minhas próprias expectativas desatualizadas, me perguntei: será que eu conseguiria superar a diferença geracional antes que ela nos separasse?

Eu estava tão animada para ter Lily, minha neta de 13 anos, conosco durante o verão. Ela sempre foi uma criança tão doce, e eu mal podia esperar para passar um tempo de qualidade com ela.

Quando ela chegou, estava pulando de energia, correndo pela casa como costumava fazer quando era pequena.

“Lily, querida, por que você não vai explorar enquanto eu desempacoto suas coisas?” eu sugeri, pegando a mala dela.

“Obrigada, vovó!” ela chamou por cima do ombro, já metade do corredor.

Eu arrastei a mala até o quarto de hóspedes, sorrindo para mim mesma. Seria bom ter uma pessoa jovem em casa novamente. Deszippei a mala, esperando encontrar as coisas usuais – roupas, livros, talvez aquele ursinho velho de pelúcia que ela adorava.

O que vi, em vez disso, me fez ofegar. Em cima estavam aqueles tops cropped minúsculos que pareciam mais lenços do que camisas. E os shorts? Eram tão curtos que poderiam muito bem ser roupas íntimas.

Eu cavei mais fundo, encontrando maquiagem, perfume e até um par de sapatos plataforma altíssimos. Isso não podia ser certo. Não era a minha Lily. Sentei na cama, tentando processar o que estava vendo.

Depois de alguns minutos, soube que precisava ligar para Emily, minha filha. Disquei com dedos trêmulos.

“Oi, mãe! Como a Lily está se acomodando?” Emily respondeu alegremente.

“Emily, precisamos conversar,” eu disse, tentando manter a voz firme. “Encontrei algumas coisas na mala da Lily. Tops cropped, shorts curtos, maquiagem —”

Houve uma pausa do outro lado. Então Emily suspirou. “Ah, mãe. Sei que parece chocante, mas não é uma grande coisa. Todas as amigas dela se vestem assim.”

Senti meu queixo cair. “Não é uma grande coisa? Emily, ela tem treze anos!”

“Os tempos mudaram, mãe,” Emily disse, com aquele tom paciente que ela usava quando achava que eu estava antiquada. “A Lily só está se expressando. A maquiagem é só para se divertir.”

Eu esfreguei a testa, sentindo uma dor de cabeça chegando. “Mas você não acha que ela está crescendo rápido demais?”

“Mãe, relaxa,” Emily disse. “A Lily é uma boa garota. Ela sabe seus limites. Apenas deixe-a se divertir um pouco, ok?”

Depois que desligamos, eu fiquei ali por um tempo, tentando entender tudo. Será que eu realmente estava tão desconectada?

Nos dias seguintes, observei Lily como uma águia. Ela usava aqueles tops cropped e shorts, e experimentava a maquiagem. Mas ela ainda era a minha Lily – rindo das piadas ruins do avô, ajudando-me no jardim.

Uma noite, encontrei meu marido, George, franzindo a testa enquanto assistia Lily digitando no telefone, vestida com um daqueles conjuntos.

“Nora,” ele sussurrou, “não acha que deveríamos dizer algo?”

Eu suspirei. “Já falei com Emily. Ela diz que é normal hoje em dia.”

George balançou a cabeça. “Não me parece certo.”

Naquela noite, decidi que precisava conversar com Lily. Bati na porta dela, encontrando-a na cama, com o nariz enterrado em um livro.

“Lily, querida? Podemos conversar?”

Ela olhou para cima, sorrindo. “Claro, vovó. O que há?”

Sentei na beirada da cama, tentando encontrar as palavras certas. “Queria falar sobre o seu… novo estilo.”

O rosto de Lily caiu um pouco. “Você não gosta?”

“Não é isso,” eu disse rapidamente. “Estou apenas surpresa. Parece muito adulto para alguém da sua idade.”

Lily se sentou, abraçando os joelhos. “Eu sei que é diferente do que eu usava antes. Mas todas as minhas amigas se vestem assim agora. Eu só queria me encaixar, sabe?”

Eu acenei com a cabeça, lembrando o quanto isso tinha sido importante quando eu tinha a idade dela. “Eu entendo isso, querida. Mas você sabe que não precisa mudar para se encaixar, certo?”

Lily assentiu. “Eu sei. Mas é divertido experimentar coisas novas às vezes.”

“Eu entendo isso,” eu disse, sorrindo. “Quando eu tinha a sua idade, implorei para minha mãe me deixar usar botas go-go. Ela achava que eram escandalosas.”

Lily riu. “Sério? Você?”

“Oh sim,” eu ri. “Eu achava que era muito legal.”

Conversamos por mais algum tempo, compartilhando histórias e rindo. Quando eu estava prestes a sair, Lily me chamou. “Vovó?”

Eu me virei. “Sim, querida?”

“Eu ainda sou eu, você sabe,” ela disse suavemente. “Mesmo se eu parecer diferente às vezes.”

Senti um nó na garganta. “Eu sei, querida. Eu sei.”

Enquanto fechava a porta dela, pensei em quanto as coisas tinham mudado desde que eu era jovem. O mundo em que Lily estava crescendo era tão diferente do meu. Às vezes, isso me assusta se eu for sincera.

Mas Lily ainda era Lily. Ela estava crescendo, sim, mas ainda era aquela garota doce e inteligente que eu sempre conheci. Talvez eu precisasse confiar um pouco mais nela, confiar que a havíamos criado da maneira certa.

Na manhã seguinte, encontrei Lily na cozinha, ajudando George com o café da manhã. Ela estava vestida com um dos novos conjuntos, mas tinha jogado um dos meus antigos cardigans por cima.

“Bom dia, vovó!” ela exclamou. “Quer panquecas?”

Eu sorri, sentindo um calor se espalhar por mim. “Eu adoraria, querida.”

Enquanto a observava e George discutirem sobre a maneira certa de virar uma panqueca, percebi algo. As roupas, a maquiagem – eram apenas o exterior. A Lily que eu amava ainda estava ali, por baixo de tudo isso.

Claro, eu ainda me preocupava. Que avô não se preocupa? Mas também senti um brilho de orgulho. Lily estava crescendo, encontrando seu próprio caminho. E talvez, apenas talvez, isso fosse ok.

“Ei, vovó?” A voz de Lily interrompeu meus pensamentos. “Você pode me mostrar como fazer sua famosa torta de maçã hoje?”

Eu sorri. “Claro, querida. Logo após o café da manhã.”

Enquanto nos sentávamos para comer, eu peguei o olhar de George através da mesa. Ele piscou para mim, e eu soube que ele estava pensando a mesma coisa. Nossa garotinha estava crescendo, mas ela ia ficar bem.

O resto da manhã passou em um turbilhão de farinha, maçãs e risadas. Lily era uma natural na cozinha, com seus dedos ágeis dominando rapidamente a arte de descascar maçãs.

“Então, vovó,” Lily disse enquanto cuidadosamente colocava a crosta superior na torta, “conte-me mais sobre aquelas botas go-go.”

Eu ri, tirando a farinha das minhas mãos. “Ah, eram algo. Vinil branco, iam até os meus joelhos. Sua bisavó quase teve um ataque quando as viu.”

Os olhos de Lily se arregalaram. “Você usou elas na escola?”

“Usei sim,” eu disse, sorrindo com a memória. “Achei que era a última moda.”

“O que agora?” Lily riu.

“Oh, você sabe,” eu balancei a mão, “significa que eu achava que era muito legal.”

Enquanto esperávamos a torta assar, preenchendo a casa com o doce cheiro de canela e maçãs, Lily e eu sentamos à mesa da cozinha, trocando histórias.

Ela me contou sobre suas amigas, suas matérias favoritas na escola e o garoto por quem ela tinha uma paixão (embora ela tenha me feito prometer não contar para a mãe dela).

“Você sabe,” eu disse, enquanto tirava a torta dourada do forno, “eu posso ter algumas fotos antigas minhas com aquelas botas go-go em algum lugar. Quer ver?”

O rosto de Lily se iluminou. “Sim, por favor!”

Passamos a tarde vasculhando álbuns de fotos antigos, rindo das modas de anos passados. Lily se divertiu particularmente com o bigode de alça de George dos anos 70.

“Meu Deus, vovô,” ela riu, “o que você estava pensando?”

George, que tinha se juntado a nós, afagou o cabelo dela com carinho. “Ora, era muito estiloso na época.”

À medida que o sol começava a se pôr, lançando longas sombras pela sala, eu me peguei observando Lily. Ela estava encolhida no sofá, ainda com seu top cropped e shorts, mas com meu antigo cardigan enrolado nos ombros. Ela estava folheando um álbum de fotos, ocasionalmente fazendo perguntas sobre as pessoas e lugares que via.

Naquele momento, percebi algo importante. Sim, Lily estava crescendo. Sim, o mundo em que ela estava crescendo era diferente do que eu conhecia. Mas no fundo, ela ainda era a mesma garota curiosa e de bom coração que sempre foi.

As roupas, a maquiagem — eram apenas uma parte da jornada dela, a maneira dela de descobrir quem ela era e quem queria ser. E não era isso que crescer era tudo sobre?

Quando nos sentamos para o jantar naquela noite, o cheiro da torta de maçã ainda pairando no ar, senti uma sensação de paz se instalar sobre mim. Lily cruzou meu olhar do outro lado da mesa e sorriu, um borrão de farinha ainda em sua bochecha da nossa aventura na cozinha.

“Obrigada por hoje, vovó,” ela disse suavemente. “Foi muito divertido.”

Eu estendi a mão e apertei a dela. “A qualquer momento, querida. A qualquer momento.”

Mais tarde naquela noite, enquanto George e eu nos preparávamos para dormir, ele se virou para mim com um olhar compreensivo. “Se sentindo melhor com as coisas?” ele perguntou.

Eu assenti, sorrindo. “Sabe, acho que sim. Lily está crescendo, mas ela ainda é a nossa Lily.”

George me puxou para um abraço. “Ela é mesmo. Temos uma boa garota.”

Enquanto eu adormecia naquela noite, senti gratidão. Gratidão pelo tempo com Lily, gratidão pela chance de vê-la crescer e mudar. E, acima de tudo, gratidão pelo lembrete de que, no fundo, as pessoas não mudam tanto assim.

Todos nós estamos apenas tentando encontrar nosso caminho, não estamos? E às vezes, tudo o que precisamos é um pouco de compreensão, um pouco de paciência e talvez uma fatia de torta de maçã para nos ajudar ao longo do caminho.

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