Quando decidi me dar ao luxo de levar meu filho de cinco anos, Tommy, para jantar em um restaurante chique, a última coisa que eu esperava era ser penalizada simplesmente por ser mãe. Mas quando isso aconteceu, eu reagi — de forma criativa.
Nunca fui de reclamar, mas o que aconteceu naquele restaurante «sofisticado» foi além de insultante. Como mãe solteira, eu trabalho duro — muito duro —, então quando decidi nos dar um jantar legal, achei que merecíamos.
No momento em que entramos, notei a recepcionista me olhando daquele jeito — o “Ah, ótimo, uma mãe com um filho” olhar. Eu ignorei. Não era a primeira vez.
“Mesa para dois, por favor?” perguntei, mantendo meu tom educado.
“Claro,” ela respondeu, embora seu tom deixasse claro que ela não estava muito contente.
Tommy estava nas nuvens, seus olhos brilhando de excitação com os lustres e a decoração elegante. Para ele, aquilo era um reino mágico. Pedimos nossa comida — nuggets de frango e batatas fritas para Tommy — e ele se entretia com os lápis de cor do menu infantil, embora mal funcionassem. Então, como crianças de cinco anos fazem, ele jogou um lápis do outro lado da mesa.
“Tommy,” sussurrei, tentando controlá-lo.
“Desculpa, mamãe,” ele sorriu, tornando difícil ficar brava.
As coisas ficaram um pouco agitadas quando ele se levantou e começou a dar voltas na mesa, rindo de alegria. Pedi para ele se sentar, mas, como um típico garoto de cinco anos, ele não obedeceu. Seus pés escorregaram no chão liso, e ele caiu. Felizmente, ele não se machucou, mas eu fiquei furiosa com o quão inseguro o chão era.
Terminamos nossa refeição, e eu paguei a conta, cansada demais para pensar muito sobre isso. Mais tarde naquela noite, ao revisar o recibo, algo me chamou a atenção — um item que fez meu sangue ferver: «Taxa de Parentalidade.»
Uma taxa por quê, exatamente? Por levar meu filho ao restaurante? Por ele não ter ficado sentado como um robozinho perfeito? Eu estava furiosa, mas sabia que não ia deixar isso passar.
Na manhã seguinte, uma ideia me ocorreu. Se eles iam me multar por ser mãe, eu daria a eles algo em que pensar. Criei uma placa que parecia uma das promoções deles: “Este Café Acolhe Todas as Crianças! Famílias com 3 ou Mais Crianças – Desconto de 20% na Conta!” Até adicionei clip-art fofo para parecer oficial.
Armada com minha placa, voltei ao restaurante com Tommy. Quando chegamos, coloquei a placa casualmente na janela deles, ao lado das promoções reais. Ela se misturava perfeitamente.
Não demorou muito para as coisas saírem do controle. Famílias começaram a entrar em massa, pedindo o “desconto para famílias.” Eu assistia do outro lado da rua, tomando um café gelado, enquanto a recepcionista e o gerente corriam para explicar que tal desconto não existia. Os pais, indignados, exigiam o acordo, e a fila de famílias só crescia.
Um pai, segurando um bebê e uma criança pequena, gritou: “Vocês não podem colocar uma placa e não honrá-la! Isso é propaganda enganosa!”
O gerente estava perdendo a cabeça, tentando acalmar o caos enquanto as crianças corriam, batatas fritas voavam pelo ar, e lápis de cor espalhavam-se pelo chão. Era lindo — exatamente o que eles mereciam.
No meio da tarde, o gerente finalmente saiu furioso, arrancou minha placa e tentou restaurar a ordem. Mas o estrago já estava feito. A palavra se espalhou rapidamente, e logo o restaurante ficou conhecido como o “lugar amigável para famílias que não conseguia lidar com crianças.”
Algumas semanas depois, passei novamente pelo restaurante. Estava um deserto. A outrora orgulhosa placa de “Jantar Sofisticado” havia sido substituída por um desesperado banner “Crianças Comem de Graça!”
Enquanto Tommy e eu passávamos, ele perguntou: “Mamãe, vamos comer lá de novo algum dia?”
Sorri e balancei a cabeça. “Não, querido. Eles não estão prontos para nós.”
Ele olhou para mim com os olhos arregalados. “Por que não, mamãe?”
Abaixei-me com um sorriso travesso. “Porque, meu amor, alguns lugares simplesmente não sabem como lidar com um pouco de diversão.”
Enquanto ele puxava minha mão, perguntou: “O que vem agora, mamãe?”
Sorri. “O que quisermos, meu filho. O que quisermos.”