Ellie estava em lágrimas quando não conseguiu se fantasiar para o Halloween em um ano escolar. Ninguém se importava, exceto um professor gentil, que estava prestes a ocupar um lugar maior em seu coração e em sua vida.
Era o dia escolar favorito de Ellie do ano, mas ela esperava que ninguém a visse.
O auditório da escola estava agitado com crianças vestidas de diferentes formas e cores de assombração e maravilha. Algumas entraram como príncipes e princesas, outras deslizaram como vampiros e super-heróis, e algumas fizeram entradas dramáticas como astronautas e figuras históricas.
Mas uma menina entrou com os ombros caídos, escondendo o rosto e esperando que ninguém notasse suas calças cinzas e sua camiseta branca.
Ellie queria se vestir de princesa naquele ano. “Sua fantasia vai chamar muita atenção, eu prometo!” o pai de Ellie tinha garantido alguns meses antes. Mas você sabe como os pais são ocupados e como às vezes esquecem das pequenas coisas importantes enquanto lidam com as grandes coisas importantes.
Então, quando o pai de Ellie esqueceu de economizar para a fantasia de princesa dela para a festa de Halloween da escola naquele ano, ela não ficou brava com ele. Mas não conseguiu conter as lágrimas nervosas quando as crianças maldosas de sua classe começaram a zombar dela.
“O que você está suposta a ser vestida? Ellie, a feia?” um dos meninos riu e segurou a ponta do rabo de cavalo de Ellie com uma expressão de desgosto no rosto.
Ellie cobriu os ouvidos e chorou ao ouvir as crianças cantando seu último apelido e rindo maliciosamente. Cada rosto ao seu redor era cruel e indiferente à sua tristeza, exceto um.
“Psst! Ellie!” uma voz mais velha sussurrou para ela. Era o Sr. Borges, seu professor de arte. Ele estava tentando lhe dizer algo. A menina enxugou as lágrimas e conseguiu escapar da multidão de crianças e caminhar até ele, seguindo de perto seu professor favorito.
“Espere aqui!” disse o Sr. Borges e entrou no apertado armário de suprimentos. Alguns segundos depois, ele voltou, e Ellie não pôde deixar de se perguntar por que o homem estava segurando alguns rolos de papel toalha.
“O que é isso?” Ellie perguntou, coçando a cabeça.
“Isto? É para sua fantasia de Halloween. E vai ser a melhor fantasia de Halloween de todas!” O Sr. Borges parecia tão empolgado quanto uma criança.
Ellie ficou sem saber e tão parada quanto uma estátua. Ao mesmo tempo, seu professor começou a enrolar o papel toalha em sua cintura e para cima em direção ao pescoço, garantindo que ela estivesse confortável a cada poucos segundos. Então ele começou a enrolar o papel toalha ao redor de sua barriga, pernas e braços, até os dedinhos das mãos e dos pés.
“Uau, Sr. Borges!” Ellie finalmente começou a entender a brilhante ideia da fantasia. “Eu pareço uma—”
“Espere um pouco. Mantenha a cabeça reta. Há uma parte final…” disse o homem e enrolou os últimos rolos de papel toalha ao redor e sobre seu rosto, deixando espaço suficiente para seus olhos, nariz e lábios.
“AGORA…” disse o Sr. Borges, deixando manchas aleatórias de tinta vermelha em volta do papel toalha enrolado, “está pronto!”
A influência de um professor dura a vida toda. Quando Ellie se viu no espelho, não conseguiu parar de pular de alegria, batendo as mãos de papel com pura felicidade. “Eu adorei! Eu adoro, Sr. Borges. Obrigada!”
Ellie abraçou seu herói e deu um pequeno beijo em sua bochecha.
Quando ela voltou a entrar na multidão de crianças animadas, elas cobriram as bocas zombeteiras em admiração.
Para o Sr. Borges, pode ter sido apenas uma maneira criativa de colocar um sorriso no rosto de uma criança triste, mas para Ellie, isso significou tudo! Ninguém na escola nunca havia feito algo tão legal por ela. Em um lugar onde ela só havia sido zombada ou ignorada, o Sr. Borges se tornou a primeira pessoa a notá-la e ajudá-la.
E Ellie faria tudo o que pudesse para ficar perto desse adulto gentil, o Sr. Borges. Ela começou a se interessar mais por arte; ao longo dos anos, isso se mostrou terapêutico para seu coração angustiado.
O Sr. Borges também se esforçou para estar presente para a garotinha que não tinha ninguém além de um pai que estava constantemente doente. O Sr. Borges era o confidente que ouvia os medos mais profundos e os maiores sonhos de Ellie.
E quando o amado pai de Ellie faleceu após uma longa e árdua batalha contra uma doença, o Sr. Borges foi o único homem que conseguiu parar os gritos e as lágrimas da garota órfã no funeral.
Segurando a mão da pobre menina, ele fez uma promessa à alma do pai dela: “Ela terá tudo o que você queria para ela. Eu prometo!”
Ninguém sabia disso sobre o Sr. Borges, mas ele também havia vivido tragédias terríveis. Depois de perder a mulher que amava enquanto ela estava grávida, nunca mais encontrou coragem para sonhar em ter uma família novamente.
“Minha filhinha seria igual a ela!” O Sr. Borges pensava consigo mesmo enquanto observava Ellie rir e chorar.
Cuidar de Ellie era mais do que apenas uma promessa que ele tinha que cumprir; era um objetivo que trouxe o homem cansado de volta à vida com propósito, alegria e entusiasmo infantil.
Ellie morava com sua avó e estava oficialmente sob seus cuidados. Mas foi o Sr. Borges quem ocupou o lugar de seu guardião, sua figura paterna, seu herói.
Os anos passaram, e com o amor e apoio incondicionais do Sr. Borges, Ellie passou de série em série, destacou-se no ensino médio e ganhou uma bolsa de estudos para uma das melhores faculdades do país.
Seis anos se passaram desde aquela despedida lacrimejante quando o Sr. Borges acenou para Ellie enquanto ela embarcava em uma empolgante jornada para uma nova cidade e uma nova vida como estudante universitária…
“Eu me pergunto se ela está bem…” O Sr. Borges estava sozinho em sua casa diante de uma xícara de café esquecida.
Ele frequentemente pensava em Ellie e se lamentava por não ter feito sua parte em manter contato com ela. “Ela se lembra de mim…?” ele se perguntou naquele dia quando ouviu uma batida na porta e encontrou uma caixa na sua entrada.
Ele a abriu e encontrou um terno caro de três peças, embalado de forma organizada. “Alguém se enganou de casa,” pensou o homem e começou a repor o terno na caixa quando um envelope caiu do bolso.
Era um convite de casamento elegantemente desenhado, e o nome da noiva o deixou surpreso. “Ellie, aquela garotinha que não me deixava, está se casando! Ela cresceu tanto!” pensou o homem mais velho, com lágrimas nos olhos.
Mas isso não era tudo. Uma nota estava presa na parte de trás do convite, e o Sr. Borges reconheceu imediatamente a bela caligrafia de Ellie.
“Caro Sr. Borges,
Há quinze anos, você ajudou uma garotinha assustada e ferida a se sentir feliz e confiante.
Se não fosse por você, eu não teria usado aquela incrível fantasia de múmia no Halloween, da qual todos estavam com inveja. E se não fosse por você, eu não sonharia em ser a jovem confiante e feliz que usará um lindo vestido de noiva para se casar nas próximas semanas.
Quando pensei que não tinha ninguém, você passou a ser como meu melhor amigo, meu anjo da guarda, minha figura paterna.
Você sempre será um pai para mim, Sr. Borges. Portanto, significaria muito se você pudesse me acompanhar até o altar e me dar em casamento no meu dia especial.”
Lágrimas rolavam pelas bochechas do homem naquele dia e no dia em que ele deu Ellie ao homem que ela amava.
E além da bênção de ser como um pai para Ellie, o Sr. Borges também se tornou um avô para os filhos dela alguns anos depois. Ele e Ellie permaneceram devotados à felicidade e ao bem-estar um do outro como pai e filha pelo resto de suas vidas.
O que podemos aprender com esta história?
Nunca se esqueça dos corações bondosos que te levantaram. Ellie nunca esqueceu como o Sr. Borges a ajudou com uma fantasia de Halloween quando era pequena e como ele esteve ao seu lado ao longo de seus anos de crescimento.
A influência de um professor dura a vida toda. Ellie era apenas uma menina quando o Sr. Borges a ajudou pela primeira vez. Nós também temos professores que ocuparam um lugar em nossos corações por meio de seus gestos pequenos e grandes de bondade para conosco.
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