Um filho descobre o testamento da sua mãe, e o que lê nele o faz dizer-lhe para arrumar as malas imediatamente e preparar-se para deixar a sua casa.**
Gerald Nizbit olhou para o texto no ecrã em estado de choque, e depois pegou no telefone. “Helen,” disse firmemente à sua assistente, “ponha-me em contacto com o meu advogado, depois com a Margaret Pratt e, por fim, com a minha mãe — nessa ordem!”
Helen era assistente pessoal de Gerald há dez anos e sabia que ele não era propriamente um homem paciente, então começou logo a ligar ao advogado dele. No escritório, Gerald estava a olhar para o ecrã, abanando a cabeça em descrença. Ah, ele ia fazer com que ela pagasse por isso!
Finalmente, Helen conseguiu falar com o advogado e pô-lo em linha. “Sam,” disse Gerald friamente, “só queria informar-te de que cometeste uma gafe! Enviaste-me o testamento da minha mãe para aprovação em vez de o enviares para ela.”
Do outro lado da linha, o advogado desfez-se em desculpas e embaraço, mas Gerald já tinha dito o que queria e despediu-se rapidamente. Ficou a olhar pela enorme janela do chão ao teto para a paisagem nevada de Nova Iorque, até que o telefone tocou novamente.
Desta vez era Margaret Pratt. Gerald resumiu as suas exigências de forma sucinta e disse: “Quero isso para hoje, Srta. Pratt.” Ele ouviu-a a protestar do outro lado da linha e interveio.
“Se não conseguir resolver, vou a alguém que consiga.” A resposta do outro lado da linha fez-lhe sorrir com determinação. “Então, hoje à tarde, às 17:00,” disse e desligou.
Pegou no telefone interno. “Helen, pode ligar-me para a minha mãe agora,” disse.
Em segundos, a eficiente Helen estava a passar a chamada para a Sra. Edith Nizbit. “Mãe!” disse Gerald. “Tenho duas coisas para lhe dizer. Primeiro, o Sam Kelson enviou-me o seu novo testamento por engano… e quero que faça as malas imediatamente.”
Sentada na sala da luxuosa casa de Gerald, onde vivia com ele, Edith ficou sem palavras. “Gerald… Estás chateado com o testamento? Por favor, deixa-me explicar…”
O verdadeiro valor é atribuído pelo coração.
“Não preciso das suas explicações, Mãe, só preciso que tenha as malas feitas e esteja pronta para sair às 16:00,” disse Gerald, e desligou. Edith ficou ali sentada, com o coração a bater forte. Pensava que Gerald iria compreender!
Ele era o mais novo dos seus três filhos, e o que sempre esteve ao seu lado, a ajudou a superar as dificuldades da vida, e quando a artrite ameaçou incapacitá-la no ano passado, apesar de ter apenas 62 anos, levou-a para morar com ele.
Edith subiu ao seu quarto e fez as malas. Sim, tinha deixado todo o dinheiro para os dois filhos mais velhos, mas pensava sinceramente que Gerald compreenderia. Edith olhou para a mala, com lágrimas a turvarem-lhe a visão.
Ela magoara o seu filho mais querido e bondoso! Precisava de explicar! Edith chamou a governanta de Gerald para a ajudar com a mala e desceu para esperar ansiosamente por Gerald.
Às 16:00, lá estava ele, pontual como sempre. Entrou, deu-lhe um beijo rápido na face e Edith implorou, “Por favor, Gerald, deixa-me explicar!”
“Não tenho tempo para explicações, Mãe. Vamos,” disse ele. Pegou na mala de Edith, levou-a até ao carro e colocou-a na bagageira. Edith entrou no carro sem dizer uma palavra.
Gerald conduziu sem falar. “Para onde vamos, Gerald?” perguntou Edith, mas ele escolheu precisamente esse momento para ligar o rádio e não lhe respondeu. Edith olhou em volta. Nunca tinha estado naquela parte da cidade…
“Escuta, Gerald, sobre o testamento…” disse Edith corajosamente.
“Ah, o testamento!” disse Gerald, olhando para a mãe e franzindo o sobrolho. “O testamento em que deixas a casa e 120 mil dólares de poupanças para serem divididos entre a Amy e o Oliver, e eu fico com a velha cabana no lago, as fotos do avô da guerra e o relógio do pai?”
“Sim…” murmurou Edith. “Vês…” Mas naquele momento Gerald parou o carro. Tinham chegado ao que parecia ser um pequeno aeroporto privado, onde um jato particular elegante aguardava.
Gerald virou-se para Edith, com lágrimas nos olhos. “Oh, mãe, eu entendo a casa e o dinheiro. A Amy e o Oliver estão a passar dificuldades e eu tenho mais dinheiro do que poderia gastar.
“Mas o que me deixas, mãe, mostra o quanto me entendes. Sabes exatamente o que é importante para mim e próximo do meu coração. Tenho todo o dinheiro de que preciso, mas as memórias que me dás são preciosas!”
“Mas Gerald…” suspirou Edith. “Pensei que me estavas a expulsar!”
Gerald sorriu. “Nada disso! Estou a levar-te para o Taiti durante duas semanas. Acho que fará bem à tua artrite, e eu preciso de um tempo de qualidade com a minha mãe!”
Edith abraçou o seu filho mais novo — e secretamente o seu favorito — com lágrimas nos olhos. Ele compreendera! Edith sabia que as recordações do seu pai e do seu marido seriam valorizadas e passadas com carinho por Gerald.
Os dois passaram um tempo maravilhoso no Taiti, e Gerald bronzeou-se e até conheceu uma bela jovem que também estava de férias e era de Nova Iorque, e parecia a Edith que talvez não tivesse que esperar muito por aqueles netos afinal!
**O que podemos aprender com esta história?**
Não julgue as intenções das pessoas pelos seus próprios medos. Edith tinha medo de que o filho ficasse zangado com o testamento, então pensou que ele a estava a expulsar.
O verdadeiro valor é aquele que é atribuído pelo coração, não pelo que algo custa. Para Gerald, as fotos, o relógio e a velha cabana eram mais preciosos do que milhões de dólares.
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