Kristi atendeu um casal rico na classe executiva que demonstrava muito carinho um pelo outro. No dia seguinte, ela ficou chocada ao descobrir o mesmo homem noivo de sua mãe. Kristi sabia que precisava agir, mas não fazia ideia do que estava prestes a desencadear.
Bem acima das nuvens, na parte da classe executiva de um avião comercial, Kristi, em seu impecável uniforme de comissária de bordo, caminhava pelo corredor com graça treinada.
Ela parou ao lado de um casal aconchegado perto da janela, imersos em seu mundo particular. O homem, vestindo um terno impecavelmente ajustado, apresentou uma pequena caixa de veludo à mulher, cujos olhos brilharam como fogos de artifício do 4 de julho.
Quando ele a abriu, um delicado colar reluziu, suas pedras espalhando cores prismáticas pelos assentos. Os olhos de Kristi se arregalaram, e ela interrompeu suas rondas por um segundo.
«Posso, minha linda Isabella?» o homem sussurrou para sua companheira, a excitação colorindo sua voz. A mulher acenou com a cabeça, suas bochechas corando enquanto ela levantava o cabelo para que ele colocasse o colar.
«Que linda cor de batom,» a mulher disse, voltando sua atenção para Kristi com um sorriso caloroso.
Confusa e tocada, Kristi tocou seus lábios. «Obrigada, é o meu favorito,» respondeu, gaguejando ao ser pega espionando.
O homem sorriu para Kristi, oferecendo-lhe uma generosa gorjeta. «Obrigada por tornar este voo especial,» disse sinceramente.
«É um prazer. Aproveitem a viagem juntos,» respondeu Kristi, seu coração batendo rápido enquanto ela seguia em frente, a alegria do casal permanecendo em sua mente.
O dia seguinte era o único dia de folga daquele fim de semana, e Kristi havia prometido visitar sua mãe. Ao chegar, a mulher mais velha agarrou seu braço e a apresentou a Edwin, seu novo noivo.
Exceto que ele não era outro senão o homem do avião que havia dado a outra mulher, mais jovem, um lindo colar de diamantes. O choque de Kristi a paralisou, mas ela controlou sua expressão.
«É um prazer conhecê-la, Kristi. Sua mãe me falou tanto sobre você,» disse Edwin suavemente, oferecendo a mão como se nunca tivessem se encontrado.
«Prazer em conhecê-lo também,» ela respondeu com cautela, entrando no jogo por causa de sua mãe.
Edwin então assumiu a cozinha, preparando uma refeição com a habilidade de um chef experiente. «É minha forma de mostrar carinho,» explicou, servindo os pratos com facilidade.
Enquanto comiam, Edwin os encantava com histórias de suas viagens, mas ele respondia de forma vaga quando Kristi tentava investigar mais sobre seu passado.
Isso só tornava as coisas mais complicadas, mas ela não sabia o que dizer à sua mãe. Poderia estar errada sobre ele?
Depois do jantar, Kristi decidiu levar sua mãe para fora, na esperança de que o ar limpasse sua mente.
A brisa fresca do terraço era exatamente o que ela precisava antes de fazer algumas perguntas difíceis. «Mãe, o que você realmente sabe sobre o Edwin?» Kristi perguntou cuidadosamente.
«Ele é maravilhoso. Um bilionário, filho de um magnata dos diamantes. Ele me mostrou uma vida tão glamorosa,» respondeu sua mãe, os olhos brilhando. «Vamos nos casar em apenas alguns dias!»
«Mãe, sei que isso vai soar estranho, mas juro que o vi em um voo recente com outra mulher, e agora, de repente, ele está com você e vai se casar,» Kristi insistiu.
Sua mãe franziu a testa. «Por que você está mentindo? Não pode ser feliz por mim? O Edwin me ama. Você só não quer que eu esteja com outro homem depois da morte do seu pai.»
«Não é isso! Não acha estranho a rapidez dele?» Kristi argumentou.
«Estranho? Não, é romântico. Você é jovem demais para entender. O Edwin é tudo sobre o amor,» sua mãe balançou a cabeça.
Kristi suspirou. «Mãe, por favor, pense nisso. Ele pode ser um golpista. Aquela cena no avião… ele é como um Casanova.»
«Golvista? Kristi, isso é ridículo. Edwin é um homem bom!» sua mãe defendeu.
«Eu só não quero ver você perder tudo para um homem que mal conhecemos,» Kristi disse, tentando desesperadamente fazê-la entender.
Mas naquele momento, Edwin apareceu, com bebidas nas mãos. «Senhoras, vamos celebrar,» disse alegremente, e a mãe de Kristi se desculpou por um segundo.
Kristi franziu a testa para Edwin quando ficaram a sós e não conseguiu se segurar mais.
«Como você consegue manipular os sentimentos da minha mãe?» ela exigiu, expondo tudo o que o viu fazendo no avião.
O sorriso de Edwin vacilou. «Kristi, eu só quero a felicidade da sua mãe. Não há necessidade de hostilidade.»
Ela zombou e derramou uma bebida sobre sua cabeça. «Você acha que é esperto, mas eu vejo através de você. Não vou deixar você machucar minha mãe,» declarou com firmeza. «Você é um impostor!»
Sua mãe apareceu, e seus olhos quase saltaram ao ver a fatia de laranja ainda escorrendo do rosto de Edwin. «Kristi, como você pôde? Edwin, eu sinto muito…»
Edwin a tranquilizou. «Está tudo bem. Vamos deixar isso não estragar nossa noite.»
A testa de Kristi se aprofundou enquanto sua mãe cuidava do golpista, e ela percebeu que não haveria como vencer naquela noite. Ainda assim, ela sabia que precisava provar a verdadeira natureza de Edwin para proteger sua mãe.
Só levaria um pouco de tempo.
Foi quando ela se lembrou de um detalhe importante do dia do voo em que viu Edwin… e Isabella.
Kristi andava de um lado para o outro fora do escritório da companhia aérea, reunindo coragem antes de entrar. Na recepção, uma representante animada a cumprimentou. «Bom dia! Como posso ajudá-la hoje?»
«Preciso ver a lista de passageiros do meu último voo. É importante,» disse Kristi, tropeçando nas palavras.
«Isso é confidencial. Posso perguntar por que você precisa?» a representante perguntou, franzindo a testa.
Kristi tentou esconder seu nervosismo ao dizer, «Um passageiro deixou algo valioso. Quero ajudar a devolver.»
«Ok, não posso mostrar a lista, mas posso ajudar se você me der mais detalhes,» disse a representante, levando Kristi para uma sala privada.
Uma vez sentada, Kristi explicou que uma passageira chamada Isabella perdeu suas joias e estava falando sobre isso enquanto desembarcavam.
A representante confirmou que o departamento de Achados e Perdidos havia recebido o relatório de itens perdidos de Isabella, e eles realmente haviam encontrado as joias.
«Posso devolver isso para ela pessoalmente? Talvez signifique mais vindo de alguém que estava no voo», perguntou Kristi.
Depois de assinar um termo de responsabilidade, Kristi recebeu as joias de Isabella e seus dados de contato. Ela ligou para a estranha, combinando de se encontrarem no dia seguinte no saguão de um hotel.
Kristi encontrou Isabella, a mesma mulher com quem Edwin foi carinhoso em seu último voo, em um belo café do hotel e foi reconhecida imediatamente.
«Você era a comissária de bordo na minha última viagem, não era?» perguntou Isabella, surpresa.
«Sim, era eu. O mundo é pequeno.»
Kristi foi direto ao ponto, contando-lhe sobre Edwin, suas suspeitas e tudo o mais que sabia. A jovem franziu a testa, frustrada.
«Eu sabia que algo estava errado. Edwin me pediu uma grande quantia de dinheiro para uma emergência. Eu confiei nele e devo encontrá-lo em breve para entregar o dinheiro», revelou Isabella, recostando-se e cruzando os braços.
Kristi disse que aquela era a chance de desmascará-lo. «Podemos criar uma situação para pegá-lo. Vamos gravar tudo. Eu vou me disfarçar; ele não me reconhecerá», planejou.
Isabella concordou, e elas passaram a próxima hora elaborando a estratégia, focando em cada detalhe e nas possíveis reações de Edwin.
Quando Kristi saiu do café, sentia-se nervosa, mas determinada. O plano estava traçado, e juntas, elas salvariam sua mãe.
Em um restaurante sofisticado e pouco iluminado, onde Isabella havia combinado de encontrar Edwin para entregar o dinheiro que ele pediu, a jovem aguardava, girando sua taça de vinho.
Enquanto isso, Kristi, disfarçada de garçonete, observava do outro lado do salão quando Edwin entrou confiante e cumprimentou Isabella.
«Isabella, querida, desculpe por te fazer esperar», disse ele, sentando-se.
Kristi se aproximou da mesa para anotar o pedido, e Isabella interpretou perfeitamente, sugerindo que celebrassem com vinho tinto.
«Excelente escolha», Edwin concordou, mantendo os olhos em Isabella. Kristi trouxe rapidamente o vinho, seu coração acelerado a cada passo.
«Isso é tudo, obrigado», disse Edwin, olhando brevemente para Kristi. Não foi o suficiente para notar quem ela era. Sua atenção voltou rapidamente para sua acompanhante.
Enquanto tomavam o vinho, Isabella sugeriu que, em vez de dar-lhe dinheiro, poderia presenteá-lo com algo mais tangível, como joias, já que ele havia sido tão generoso ao lhe dar diamantes.
Intrigado, Edwin pegou seu telefone para mostrar algumas opções, de relógios Cartier e Rolex a roupas de grife.
Assim que o telefone foi colocado na mesa, Kristi viu sua chance. Ela fingiu reabastecer as taças e «acidentalmente» derramou um pouco na camisa de Edwin.
«Droga! Minha camisa!» ele exclamou, levantando-se irritado.
«Foi só um acidente, Edwin. Não faça cena», Isabella o acalmou, dando um aceno discreto para Kristi.
Kristi pediu desculpas profusamente e saiu apressada, alegando que precisava buscar refrigerante e guardanapos.
Ela havia trocado o telefone desbloqueado de Edwin por um decoy durante a confusão e correu para o banheiro para verificar o telefone real.
Depois de procurar por alguns minutos, Kristi descobriu o perfil ativo de Edwin em um site de namoro e mensagens sedutoras semelhantes às que ele havia enviado para sua mãe.
Não era a prova incontestável que ela esperava, mas era preocupante. Assim, Kristi começou a digitar uma mensagem, tentando uma última cartada para prender Edwin.
De repente, uma batida a assustou. «Eu sei que você está aí com meu telefone! Saia agora!» Edwin gritou do lado de fora.
«Vou chamar a polícia!» declarou, com a voz firme e urgente.
Kristi se levantou, com o telefone na mão e o coração disparado. Ela abriu a porta do boxe e se deparou com Edwin em um confronto tenso. Ele avançou para pegar o telefone, mas Kristi desviou.
«Fique longe!» ela avisou, com as costas contra a parede fria do banheiro.
«Devolva meu telefone ou você vai se arrepender!» Edwin a encurralou, estendendo a mão. Kristi gritou, esperando que alguém viesse ajudá-la e se preparando para o que poderia acontecer a seguir.