Minha esposa me jurou segredo sobre sua velha mala vermelha, insistindo que eu nunca a abrisse — mas uma noite, um barulho estranho de dentro me forçou a verificar

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Por 11 anos, respeitei o único pedido de Judith: nunca abrir a velha mala vermelha que ela mantinha enterrada em nosso armário. Mas, em uma noite, ouvi uma voz vindo de dentro da mala. A curiosidade venceu. O que encontrei lá dentro destruiu minha vida inteira.

Os gatos têm suas rotinas, seus pequenos rituais, e o favorito de Luna era se enroscar junto à janela para observar a neve cair. Mas naquela noite, ela não estava em lugar nenhum. Felix cochilava em uma cadeira como se fosse o dono da casa, com a pata sobre os olhos, completamente alheio.

Eu estava sentado na poltrona, tomando uísque, deixando o calor da lareira e o brilho suave das luzes de Natal me envolverem em uma reflexão silenciosa. Judith estava viajando a trabalho novamente. Outra viagem de última hora. Outra noite silenciosa sem ela.

Nunca gostei de ficar sozinho durante a semana do Natal, mas ela me convenceu de que isso era importante para sua carreira e que compensaríamos na véspera de Natal.
Eu já tinha ouvido tudo isso antes. Ainda assim, deixei ela ir. Sempre deixava.

Estava prestes a encher meu copo novamente quando ouvi um som vindo de cima.

No começo, ignorei. Esta casa fazia barulhos. Rangia, gemia, e às vezes, os dutos de aquecimento chacoalhavam como ossos velhos. Mas aquilo não era isso. Era… uma voz, abafada, como se estivesse por trás de algo espesso.

Coloquei o copo devagar na mesa, meu coração já martelando como um tambor de alerta.

Felix não se mexeu. Peguei o atiçador da lareira, testando o peso em minha mão enquanto me dirigia para as escadas. Meus dedos se apertaram ao redor do ferro frio.

Subindo as escadas, o som ficou mais claro. Um choro suave e rítmico. O som me levou ao nosso quarto. Vinha do armário.

— Luna? — sussurrei, empurrando a porta com o pé. Nenhuma resposta. A voz continuava, repetindo-se a cada poucos segundos, como uma gravação em um loop. Apertei mais forte o atiçador.

Puxei a porta de uma vez.

Luna disparou como uma bala, sua pelagem cinza arrepiada como se tivesse visto um fantasma. Ela passou correndo entre minhas pernas e disparou pelo corredor. Soltei um suspiro trêmulo, o peito apertado de alívio. Claro. Ela devia ter ficado presa. Gatos entram em qualquer coisa.

Mas aquela voz não tinha parado.

Vinha do canto, da velha mala vermelha da Judith. Luna devia tê-la derrubado.

Fiquei paralisado.

— Prometa que nunca vai abrir — ela havia dito uma vez, anos atrás. — São apenas coisas pessoais. Nada que você se importaria.

Eu prometi, como um idiota. Estávamos casados há um ano naquela época. Eu confiava nela.

A voz ecoou de novo. Duas sílabas, repetidas continuamente.

— Mamãe.

Caí de joelhos. Minha respiração ficou curta e superficial. Disse a mim mesmo que era um brinquedo. Um daqueles bonecos ativados por som. Mas Judith não guardava brinquedos. Ela não gostava de crianças. Nunca quis ter filhos.

Judith ficaria tão furiosa se eu quebrasse minha promessa, mas eu não podia simplesmente deixar aquela mala com aquela voz de criança tocando dentro dela. Eu precisava saber o que estava acontecendo.

O zíper da mala enganchou na metade, me obrigando a puxá-lo com mais força.

O som dos dentes de metal se abrindo era alto no silêncio do quarto. Levantei a tampa. Um gravador digital estava em cima. Seu pequeno alto-falante chiava.

— Mamãe.

A palavra me atingiu com mais força dessa vez. Sob o gravador havia roupas de bebê cuidadosamente dobradas e pilhas de fotos, arrumadas como uma coleção de memórias que ela tinha escondido. Espalhei-as sobre o criado-mudo.

O ar saiu dos meus pulmões.

Judith, sorrindo, seu rosto pressionado contra a bochecha de um menino. Ele tinha os olhos dela. Havia outra criança, mais velha, sorrindo com os dentes da frente faltando. Judith de mãos dadas com as duas crianças, brincando numa praia. Os braços dela ao redor deles em frente a uma árvore de Natal que eu nunca tinha visto antes.

— O quê…? — Minha voz era apenas um sussurro.

Virei as fotos mais rápido. Mais sorrisos em festas de aniversário e durante viagens a parques temáticos. Notei uma pasta deitada na mala. Dentro, havia cópias de duas certidões de nascimento. Minhas mãos tremiam enquanto eu lia.

Judith estava listada como a mãe, mas meu nome não estava nelas. Em vez disso, o pai era um tal de Marcus.

Fiquei encarando os nomes, sentindo minha mente se deslocar da realidade como um dente solto. Judith tinha filhos. Não um, mas dois. E quem diabos era Marcus?

(Seguindo para a tradução completa…)

Se desejar o restante do texto traduzido, posso continuar!

O sangue nos meus ouvidos pulsava como tambores de guerra.

Eu me sentei à mesa da cozinha com meu laptop, Felix agora no meu colo, seu calor me ancorando enquanto Luna caminhava perto da porta. Digitei o nome completo de Marcus na barra de pesquisa.

Os resultados apareceram rapidamente.

Cliquei no primeiro link — um perfil público de mídia social. A foto de capa me atingiu como um soco no peito.

Judith. Seu braço ao redor de um homem com um menino nos ombros e uma menina pequena se agarrando a ela. Todos pareciam tão… felizes.

“Dia em família com meu amor ,” dizia a legenda.

Desci para ver as postagens antigas. Havia esse homem, Marcus, e Judith com uma mãe de aluguel, a barriga de grávida enquadrada como se fosse algo sagrado. A legenda dizia: “Não teríamos conseguido sem ela. Obrigada por nos fazer uma família.”

Minhas mãos se fecharam em punhos. Judith estava vivendo uma vida dupla… todo o nosso casamento era uma mentira, mas por quê? Eu não conseguia entender. Achei que éramos felizes.

Desmoronei na cadeira, minha mente girando enquanto eu tentava aceitar o segredo que havia descoberto. Então, me ocorreu: dinheiro.

Judith sempre gostou de coisas boas, e eu a mimava. Eu era um homem rico e feliz em gastar dinheiro na minha linda e charmosa esposa. Nunca questionei seus gastos exorbitantes porque isso não me importava. Eu teria dado a lua para mantê-la feliz.

Não mais.

Dois dias depois, Judith chegou em casa com um grande sorriso.

— Sentiu minha falta, amor? — perguntou, jogando a mala perto da porta.

— Sempre. — Beijei sua bochecha e sorri.

Naquela noite, comemos filé à luz de velas. Eu servi o vinho e a observei sorrir de satisfação quando disse que eu deveria recebê-la em casa assim toda vez que ela fosse viajar.

Eu apenas sorri. Eu já estava dez passos à frente. Passei os últimos dois dias planejando e manobrando. Cancelei seus cartões de crédito, tirei todo o dinheiro de nossas contas bancárias conjuntas e liguei para um advogado para iniciar o processo de divórcio.

Até contratei um investigador particular para reunir mais evidências sobre sua vida dupla. Judith ainda não sabia de nada disso.

Estava nevando novamente quando ela chegou do trabalho no dia seguinte. Ela subiu até a varanda, ainda digitando no telefone, mal olhando para a porta antes de girar a maçaneta. Não se mexeu.

Eu observei pela câmera da campainha enquanto ela inclinava a cabeça. Confusão. Ela tirou as chaves e tentou uma delas. Não serviu.

O sopro dela se condensava no ar frio. Seus dedos tremiam enquanto ela me ligava.

— Ei, amor, sou eu. Parece que você esqueceu de me contar sobre as fechaduras. Sem problema, mas estou do lado de fora e está congelando, então me deixa entrar. Obrigada, amor.

Sua voz estava doce como mel. Ela pensava que ainda estava no controle. Apertei o botão no interfone.

— Eu sei de tudo, Judith. Você mentiu para mim por 11 anos. Dois filhos. Outro homem. Tudo com o meu dinheiro.

Ela piscou rápido. Sua máscara quebrou, a aura de controle escorregando como vapor de uma chaleira quebrada. Seus lábios se abriram em descrença antes de se contorcerem em um snarl.

— Mas como… você abriu minha mala… você abriu minha mala! — Sua voz foi ficando mais aguda a cada palavra, a incredulidade dando lugar à raiva. — Como você ousa desobedecer a mim, seu pequeno traidor… Eu te disse para nunca abrir! Eu te disse que era privado, que era meu! E você…

Ela sugou uma respiração profunda.

As mãos dela se agarraram ao casaco como se precisasse de algo para apertar.

— Você acha que é tão esperto agora, não é? Como se finalmente tivesse entendido tudo. Ah, por favor. — Ela soltou uma risada oca, amarga e cortante.

Seus olhos se fixaram na câmera da campainha. Seu olhar não era suplicante — era cortante, afiado com fúria e desprezo. Sua voz mudou, mais baixa, mais fria, mais perigosa.

— Aqui está o que vai acontecer — disse ela, o frio em sua voz combinando com a neve que caía ao seu redor.

— Você vai abrir essa porta. Agora. Vai me dizer que está arrependido, que cometeu um erro. Vai rastejar como sempre faz, porque é isso que você é, Ethan. Vai fazer isso porque, no fundo, você sabe que precisa de mim mais do que eu preciso de você.

— Não, não preciso. Eu pedi o divórcio, Judith. Adeus.

Judith entrou em fúria então.

Ela bateu os punhos contra a porta, quebrou um vaso de cerâmica na varanda e destruiu as cadeiras Adirondack enquanto gritava sobre como eu estraguei tudo.

Quando finalmente ficou sem forças, ela se ajoelhou no gramado, com a cabeça baixa, enterrando o rosto nas mãos. Eu a observei se desmoronar, sua raiva se transformando em desespero.

— Aí está ela — disse suavemente, observando pela câmera. — A verdadeira Judith.

Passei o Natal sozinho pela primeira vez em 11 anos. Felix cochilava na sua cadeira favorita e Luna estava sentada perto da janela, observando a neve cair. Eu me sentei perto da lareira, tomando uísque, deixando o brilho das luzes me envolver.

A velha mala vermelha de Judith estava no canto.

Eu nunca a movi.

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