Quando meu marido, Eric, sugeriu termos um terceiro filho, eu soube que algo precisava mudar. Eu não estava disposta a assumir mais responsabilidades enquanto ele ficava deitado como um rei. Depois que disse exatamente o que pensava, ele me expulsou — mas não antes de eu virar o jogo.
Você já teve um daqueles momentos em que finalmente chega ao seu limite? Esse foi o meu caso quando meu marido exigiu outro bebê, como se eu já não tivesse as mãos cheias criando dois filhos praticamente sozinha.
Criá-los tem sido meu trabalho em tempo integral enquanto mantenho esta casa funcionando.
Eu trabalho meio período de casa para ajudar com as contas, mas ainda cuido de tudo. E por tudo, quero dizer cozinhar, limpar, levar as crianças para a escola, lavar roupas, fazer a rotina noturna e muito mais.
Eric, por outro lado, acredita que seu único trabalho é “prover”. E é aí que termina sua participação. Ele nunca trocou uma fralda, ficou acordado com uma criança doente ou sequer preparou uma lancheira.
É exaustivo, mas eu amo meus filhos.
Aceitei que sou basicamente uma mãe solteira enquanto Eric fica no sofá, assistindo esportes ou jogando videogame. Mas isso não significa que eu não fique frustrada.
No mês passado, minha melhor amiga me convidou para um café. Foi a primeira vez em semanas que tive a chance de sair de casa para algo divertido.
“Eric, você pode cuidar das crianças por uma hora?” perguntei enquanto calçava os sapatos.
Seus olhos continuaram grudados na TV. “Estou cansado. Trabalhei a semana toda. Por que você não as leva com você?”
Suspirei. “Porque eu quero um descanso. É só uma hora. Elas ficarão bem.”
Eric revirou os olhos, pegando o controle remoto. “Katie, você é mãe. Mães não têm descanso. Minha mãe nunca precisou de descanso. Nem minha irmã.”
Minha mandíbula se apertou. “Ah, então Brianna e Amber nunca se sentiram sobrecarregadas? Elas nunca precisaram de um minuto para si mesmas?”
“Exatamente,” ele disse, com um ar presunçoso. “Elas se viraram muito bem. Você deveria fazer o mesmo.”
Foi quando eu perdi a paciência.
“Eric, sua mãe e sua irmã provavelmente se sentiam exatamente como eu! Elas só nunca disseram isso em voz alta porque sabiam que ninguém ouviria.”
Eric acenou com a mão, como se não fosse nada. “Tanto faz. É seu trabalho, Katie. Você quis ter filhos. Agora cuide deles.”
Eu queria gritar.
“Eles também são seus filhos!” eu disse. “Quando foi a última vez que você ajudou Lily com a lição de casa? Ou brincou com Brandon? Ou perguntou como foi o dia deles?”
“Eu vou trabalhar para manter um teto sobre nossas cabeças. Isso é o suficiente.”
“Não, não é!” retruquei. “Fornecer dinheiro não é o mesmo que ser um pai. Você é o pai deles, Eric. Eles precisam de você.”
“Bem, azar o seu. Não vou mudar as coisas como estão.”
Fiquei olhando para ele, sem palavras. Como acabei casada com alguém tão egoísta?
Claro! Aqui está a continuação da tradução:
—
Alguns dias depois, Eric começou a mencionar ter outro filho. A princípio, achei que ele estava brincando. Quero dizer, mal conseguimos lidar com os dois filhos que já temos.
Mas, quanto mais ele falava sobre isso, mais percebia que ele estava falando sério.
Na próxima vez que Eric mencionou ter um terceiro filho, não foi apenas um comentário passageiro. Ele estava sério.
Tudo começou durante o jantar uma noite. Eu estava cortando os nuggets de frango do Brandon quando Eric, casualmente rolando o celular, disse: “Sabe, eu estive pensando… deveríamos ter outro filho.”
“Desculpe?” eu disse, virando-me para ele.
Ele olhou para cima. “Um terceiro filho. Acho que está na hora.”
Eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo. “Eric, mal consigo lidar com os dois que já temos. E você quer adicionar outro?”
A testa dele se franziu, como se eu fosse a irracional. “Qual é o problema? Já fizemos isso duas vezes. Você sabe como funciona.”
“Esse é exatamente o ponto,” disse, tentando manter a calma. “Eu sei como funciona. Eu sou a que faz todo o trabalho. Eu sou a que fica acordada à noite. Eu sou a que corre para lá e para cá, tentando manter tudo junto. Você não ajuda.”
O rosto de Eric escureceu. “Eu provéo para essa família, Katie. Isso é ajudar.”
“Não, não é,” retruquei. “Ser pai é mais do que trazer um salário para casa.”
Antes que Eric pudesse responder, sua mãe, Brianna, que havia passado mais cedo para “visitar as crianças” com a filha dela, entrou na cozinha.
“Está tudo bem aqui?” Brianna perguntou, os olhos dela alternando entre nós.
Eric suspirou dramaticamente. “Mãe, ela está de novo com isso.”
Revirei os olhos. “Com o que, de novo?”
“Ela fica dizendo que eu não ajudo com as crianças.”
Os lábios de Brianna se apertaram enquanto ela se sentava. “Katie, querida, você precisa tomar cuidado. Um homem não gosta de se sentir criticado pela esposa.”
Criticada? Eu estava furiosa. “Eu não estou criticando ele. Eu estou pedindo que ele seja um pai. Existe uma diferença.”
Mas Brianna não estava ouvindo. “O Eric trabalha duro para prover para essa família. Você deveria ser grata.”
Grata. Claro. Por um homem que acha que a paternidade termina com a concepção.
“E você já está abençoada com duas lindas crianças,” Brianna continuou. “Por que você não gostaria de ter outro?”
Ela ouviu nossa conversa. Maravilhoso.
“Porque eu estou exausta,” disse friamente. “Eu já faço tudo sozinha. Por que eu gostaria de tornar minha vida ainda mais difícil?”
Foi quando Amber, irmã de Eric, entrou na cozinha como se fosse dona do lugar. “Honestamente, Katie, você está soando um pouco mimada. A mãe criou a gente sem reclamar.”
“Certo,” disse com uma risada amarga. “E eu tenho certeza de que ela nunca se sentiu sobrecarregada. Ela só ficava quieta porque ninguém se importaria se ela falasse.”
Os olhos de Amber se estreitaram. “Bem, talvez você precise se endurecer. As mulheres têm feito isso há séculos. É o que a gente faz.”
Olhei para Eric. “Isso é exatamente o que estou falando. Você está tão preso nessa mentalidade ultrapassada onde as mulheres são esperadas para fazer tudo. Não é justo.”
“A vida não é justa, Katie,” Eric deu de ombros. “Aceite isso.”
Fiquei olhando para ele, sentindo como se tivesse batido em um muro. Ele não iria mudar. Nem sua mãe, nem sua irmã.
Mais tarde naquela noite, depois que Brianna e Amber tinham saído, Eric voltou a falar sobre o terceiro filho. Desta vez, seu tom estava mais insistente.
“Você está fazendo um grande drama por nada,” ele disse enquanto nos preparávamos para dormir. “Temos uma boa vida. Eu cuido de você e das crianças. Devemos ter outro.”
Eu me virei para ele, finalmente no meu limite. “Eric, você não cuida de mim. Nem das crianças. Você mal as conhece.”
Ele apenas ficou me olhando, com a expressão vazia.
“Você não é o ótimo pai que pensa que é,” continuei. “E eu não tenho o menor interesse em ser uma mãe solteira de três filhos. Dois já são difíceis o suficiente.”
A mandíbula de Eric se contraiu, mas ele não disse nada. Em vez disso, ele saiu da sala, batendo a porta atrás de si.
Eu ouvi o carro dele ligar, e momentos depois, ele foi embora. Sem dúvida, para a casa da mãe.
Na manhã seguinte, eu acordei cedo, bebendo meu café em silêncio. As crianças estavam na casa da minha irmã. Eu tinha ligado para ela na noite anterior, sabendo que precisava de alguém para apoiar.
Eu não esperava que Eric voltasse imediatamente, mas não me surpreendi quando Brianna e Amber apareceram em vez dele.
Elas nem bateram na porta.
“Katie,” Brianna começou, entrando na cozinha. Amber a seguiu, com os braços cruzados e os lábios apertados. “Precisamos conversar.”
Eu me encostei na bancada, mantendo o rosto calmo. “Não tenho certeza do que há para conversar. Eric e eu precisamos resolver isso sozinhos.”
Amber deu uma risadinha. “Exatamente para isso que estamos aqui para ajudar.”
“Eu não preciso da ajuda de vocês,” disse, com a voz firme.
Mas Brianna não estava recuando. “Katie, querida, você mudou. Você não é mais a menina doce com quem meu filho se casou.”
Esse comentário me atingiu mais do que eu esperava.
Durante anos, eu tentei viver de acordo com alguma versão de mim mesma que eles tinham na cabeça. Eu não era mais essa menina. Eu era uma mulher adulta com responsabilidades que eles nem imaginam.
“Você está certa,” disse, olhando-a nos olhos. “Eu não sou mais aquela menina. O Eric casou com uma adolescente. Agora, sou uma mulher que conhece seu valor.”
O rosto de Brianna ficou vermelho. “Como assim?”
Cruzei os braços. “Você ouviu. E, honestamente, se o Eric tem um problema com a maneira como eu administro nossa casa, ele deveria estar aqui conversando comigo. Não mandando vocês duas fazerem isso por ele.”
A voz de Amber estava afiada. “Isso não é como família funciona. A gente se apoia.”
“Ah, é? Engraçado como esse apoio sempre parece ir apenas em uma direção.”
Nesse momento, minha irmã entrou. Ela deu uma olhada na cena e imediatamente percebeu a tensão. “Está tudo bem aqui?”
Brianna se virou para ela. “Quem é você?”
“Sou a irmã dela,” respondeu com um sorriso doce. “E vocês duas precisam se acalmar. Caso contrário, posso chamar as autoridades.”
O rosto de Brianna se torceu de raiva, e eu me preparei para a enxurrada de insultos. Como esperado, ela começou a gritar sobre como eu estava “estragando” a vida do filho dela, como eu era uma má esposa e como meus filhos iriam crescer me odiando.
Mas eu não me movi.
Elas finalmente saíram alguns minutos depois, batendo a porta atrás delas.
Mais tarde naquele dia, Eric voltou para casa. Eu ouvi os passos dele antes de vê-lo, e pude sentir a tensão quando ele entrou na cozinha.
“Então,” ele começou, com a voz fria, “você insultou minha mãe e minha irmã?”
Cruzei os braços. “Eu não insultei ninguém. Eu disse a elas que não tinham o direito de se intrometer no nosso casamento.”
A expressão de Eric escureceu. “Você não me ama. Não ama as crianças. Você mudou.”
“Eu não mudei, Eric. Eu cresci. Existe uma diferença.”
Nossa discussão se desenrolou, indo em círculos até que ele finalmente explodiu.
“Faça as malas e vá embora,” ele exigiu, apontando para a porta. “Não posso mais viver com você.”
Eu fiquei atônita, mas não discuti. Fiz minhas malas e fiquei na porta, pronta para sair. Mas antes de sair, me virei para ele pela última vez.
“As crianças ficam aqui,” eu disse. “Qualquer um dos pais que ficar nesta casa será responsável por elas. Elas não vão a lugar nenhum.”
“Espera… o quê?” ele perguntou. “Isso não vai acontecer.”
“Você ouviu,” disse calmamente. “Você quis que eu fosse embora, tudo bem. Mas as crianças ficam.”
Então, saí com minha irmã, sem ouvir mais nada que Eric tivesse a dizer.
Ele tentou me ligar mais tarde, mas era tarde demais.
No final, Eric se recusou a ficar com a guarda das crianças, e eu entrei com o pedido de divórcio.
No fim, eu fiquei com a casa, ganhei a guarda total e recebi um significativo pagamento de pensão alimentícia. Estou feliz por ter me imposto antes que fosse tarde demais. Você acha que fiz a coisa certa? Ou eu fui longe demais?