A mãe de Katie PROMETEU que a casa do lago da família seria dela um dia. Quando finalmente entregou as chaves, Katie passou um ano reformando o lugar, investindo todas as suas economias em cada detalhe. Meses depois, quando finalmente viu seu sonho ganhar vida, sua mãe simplesmente ARRANCOU tudo dela e deu a casa para sua irmã.
Você já foi apunhalado pelas costas pelas pessoas em quem mais confiava? Não apenas machucado, mas TRAÍDO. Aquele tipo de traição que te faz questionar tudo — suas memórias, seu valor e seu lugar na vida delas. Foi exatamente assim que me senti, parada na cozinha da casa do lago na qual despejei meu coração e minha alma.
Desde que me lembro, a casa do lago sempre foi um símbolo de promessa e esperança para mim. Minha mãe sempre me disse que um dia seria minha.
Não era apenas uma casa — era parte essencial da história da nossa família, dos nossos verões e do meu sonho de reconstruir minha vida depois que tudo com meu ex-marido desmoronou.
Então, quando ela finalmente me entregou as chaves há um ano, eu estava nas nuvens.
«Katie, querida,» minha mãe disse, pressionando as chaves antigas de latão na minha palma. «Esta casa… sempre foi destinada a você. Você sempre a amou, desde criança.»
Eu ainda lembro da empolgação que senti ao andar pelos cômodos empoeirados, imaginando como seria viver ali. Me joguei de cabeça na reforma — consertei o telhado, pintei as paredes e limpei cada centímetro daquele lugar até minhas mãos ficarem em carne viva.
Passei fins de semana vasculhando lojas de antiguidades em busca de móveis para dar vida à casa novamente.
Cada centavo que eu tinha foi investido para transformá-la em um lar. MEU LAR.
Mas tudo desmoronou com uma única conversa.
«Katie,» minha mãe disse suavemente, as mãos cruzadas na frente do corpo, como se estivesse dando uma má notícia a um estranho. Ela nem conseguia me olhar nos olhos. «Você precisa se mudar. Sarah precisa mais da casa do lago do que você.»
O pincel escorregou dos meus dedos e bateu no chão de madeira com um estalo. «Me… mudar?» Minha voz saiu num sussurro, como se todo o ar tivesse sido sugado dos meus pulmões. «Mãe, do que você está falando? Esta é a minha casa. Você me PROMETEU essa casa.»
«Eu sei o que disse, Katie, mas as coisas mudaram,» ela acrescentou, sorrindo. «Sarah tem filhos, e você não… Você não está na mesma situação.»
As palavras dela foram como um soco no estômago. Eu não tinha filhos… não porque não queria, mas porque não podia. Meu ex-marido me deixou por isso, me culpando por algo que eu não podia controlar.
E agora, o único lugar onde eu esperava reconstruir minha vida estava sendo arrancado de mim e entregue à Sarah — minha irmã mais velha, a filha perfeita. Ela nunca moveu um dedo por essa casa, muito menos gastou suas economias e fez um empréstimo enorme para reformá-la, como eu fiz.
«Não estar na mesma situação? É assim que vamos chamar isso agora? Porque eu não posso ter filhos, eu não mereço um lar? É isso que você está dizendo?»
«Katie —» Ela estendeu a mão para tocar a minha, mas eu me afastei bruscamente.
«Não.» As lágrimas queimavam nos meus olhos. «Simplesmente não. Você faz ideia do que este lugar significa para mim? As noites que passei planejando cada detalhe? As horas extras que trabalhei para pagar as reformas? Eu coloquei tudo o que tinha nesta casa, mãe. Tudo.»
Ela desviou o olhar, os ombros tensos. «Katie, você sabe que não foi isso que eu quis dizer. Você é jovem, ainda tem tempo para —»
«Para quê? Para recomeçar? De novo? Como quando o Tom me deixou? Como quando tive que reconstruir minha vida inteira enquanto você e Sarah só assistiam?»
O maxilar dela se contraiu, e ela soltou um longo suspiro, como se eu estivesse sendo irracional. «Não é assim. Sarah precisa mais do que você. Ela está criando uma família, Katie. Um dia, você vai entender.»
Uma risada amarga escapou dos meus lábios. «Não, mãe. Eu entendo perfeitamente agora. Sempre entendi. Sarah consegue tudo o que quer, e eu fico com as sobras. Não foi sempre assim?»
«Isso não é justo —»
«Justo?» Minha voz ecoou pelas paredes que eu mesma pintei. «Você quer falar sobre justiça? Eu passei um ano da minha vida reformando esta casa. Gastei minhas economias nela porque você ME PROMETEU que era minha. E agora você simplesmente… o quê? Vai entregar para Sarah porque ela tem filhos?»
Limpando as lágrimas furiosamente, eu suspirei. «E sabe qual é a pior parte? Você nem teve a decência de me dizer a verdade desde o começo. Me deixou acreditar nessa mentira.»
Passei as horas seguintes empacotando minhas coisas em silêncio, cada respiração parecendo mais pesada que a anterior. Era como se meu cérebro repetisse as palavras dela sem parar: «Sarah precisa mais do que você.»
Quando carregava a primeira caixa até o carro, ouvi a voz de Nancy, minha vizinha, me chamando.
«Katie, espera! Por favor!»
Nancy sempre sabia de tudo o que acontecia. Ela se aproximou apressada, olhando nervosa para a casa. «Eu precisava falar com você. Acabei de voltar da casa da minha mãe esta manhã.»
«O que foi, Nancy?» Perguntei, minha voz sem emoção. Eu não tinha energia para conversa fiada.
Ela segurou meu braço, os olhos cheios de preocupação. «Katie, querida, tem algo que você precisa saber. Semana passada, ouvi sua mãe e Sarah conversando… sem querer, juro! Eu estava no jardim.»
Então, ela soltou a bomba. «Elas estão planejando transformar a casa do lago em um hotel.»
«O QUÊ??»
«Eles planejam isso há meses. Sarah e o marido…» Nancy abaixou o tom. «Foi por isso que sua mãe deixou você fazer as reformas… economizou uma fortuna para eles. Sarah estava rindo disso, dizendo como foi perfeito você ter arrumado tudo para eles.»
A caixa caiu das minhas mãos, batendo no chão com um baque surdo. Minhas pernas fraquejaram, e eu tive que me apoiar no carro para não desabar. «Eles… planejaram isso? O tempo todo?»
Nancy assentiu, os olhos cheios de pena. «Sinto muito, Katie. Eu deveria ter te contado antes, mas… não conseguia acreditar que fariam isso com você.»
Não confrontei minha mãe nem Sarah. Qual seria o ponto? Elas mentiram para mim por meses sem um pingo de culpa. Nada que eu dissesse mudaria isso.
Dois anos depois, conheci Ethan. Ele era gentil, engraçado e tinha um jeito tranquilo de fazer o mundo parecer menos sufocante. Nos casamos, tivemos uma filha e, um dia, sem querer, descobri que Ethan havia comprado um «investimento» — a casa do lago.
Finalmente, depois de tudo, ela era minha de novo.
E desta vez, ninguém poderia tirá-la de mim.
