Hoje é meu aniversário, quarenta anos. Colocou a mesa, veio o filho com a nora e a neta

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Eu conheci Tom logo depois de terminar a escola, eu tinha apenas 17 anos na época. Ele tinha acabado de completar 22. Eu fui para a cidade para ingressar na universidade, e ele já havia se formado. Começamos a namorar, e no final do meu primeiro ano de faculdade, tivemos um filho.

Viver com um bebê no dormitório era impossível, mas Max também não me ofereceu nenhuma alternativa. Fui obrigada a voltar para a casa da minha mãe, no interior. Claro, não faltaram os julgamentos dos moradores da vila, mas eu tentei aguentar firme.

Eu sabia que precisava ser forte pelo meu filho. Acabei abandonando a universidade, mas só voltei a estudar alguns anos depois, quando meu filho cresceu um pouco.

Durante todo esse tempo, praticamente não recebi ajuda para cuidar do meu filho. Meus pais permitiram que eu e meu filho ficássemos com eles, mas não se intrometiam nos nossos assuntos. Eles nunca me perdoaram pela vergonha que, na visão deles, eu trouxe para a família. Naquela época, ter um filho fora do casamento era algo inaceitável no interior.

Max nunca se tornou meu marido. No início, ele ligava de vez em quando, mas nunca se falou em ajudar. Depois, desapareceu completamente, dizendo que não estava pronto para assumir responsabilidades. E eu estava? Uma jovem com um bebê nos braços. Enfrentei filas intermináveis nos postos de saúde, invernos rigorosos, noites sem dormir, e a falta de dinheiro até para comida. Mas nunca abandonei meu filho.

Houve momentos em que quase desisti, mas sempre me convencia a aguentar mais um dia. E assim, dia após dia, a vida foi se estabilizando.

Hoje, completei quarenta anos. Meu filho é casado e tem sua própria família. Fiz o máximo para mostrar a ele o que é uma família normal, apesar de nós dois nunca termos tido uma. E acho que consegui. Ele e a esposa estão bem e criam uma filha maravilhosa. É engraçado me sentir avó aos quarenta anos.

Eu me sinto feliz. Tudo de ruim já foi esquecido e ficou no passado. Não procurei novos relacionamentos. No meu aniversário, preparei uma mesa, convidei meu filho, minha nora e minha neta. Estávamos todos juntos, quando de repente ouvi a campainha. Fiquei surpresa, pois não esperava mais ninguém.

Abri a porta e lá estava Tom. Meu ex-companheiro estava com um buquê de flores e uma caixa de bombons. Talvez isso fosse tudo o que ele conseguiu comprar em vinte anos de ausência.

Não o mandei embora. Para quê? Convidei-o para entrar e decidi apresentá-lo ao meu filho.

– Conheça seu avô – disse eu, enquanto Max se sentava à mesa.

Meu filho ficou paralisado de surpresa, mas logo observou atentamente o pai. Depois, aproximou-se e o abraçou com força. Para ser honesta, eu não esperava por isso.

Passamos a noite tranquilamente. Ninguém culpou ninguém por nada. Depois, meu filho e o pai ficaram conversando na cozinha até o amanhecer. Sobre o que falaram, eu não sei – não quis escutar. Mas uma coisa eu entendi: criei um homem digno, que sabe amar e perdoar.

Tom me propôs reatarmos, mas eu recusei. Para o meu filho, ele sempre será o pai, mesmo que não tenha sido o melhor. Mas, para mim, ele não é mais ninguém. Cada um de nós tem sua própria vida agora.

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