No avião, ouvi os gritos de uma criança vindo de um compartimento superior selado-fiquei atordoado quando o abri

Histórias interessantes

Depois de um longo voo, estendi a mão para pegar minha bagagem no compartimento superior, apenas para congelar ao ouvir um som inesperado quebrar o silêncio. Naquele momento, soube que minha viagem estava longe de terminar.

Então, na semana passada, precisei voar para o Arizona para uma grande reunião de trabalho. Viagens a negócios sempre parecem muito mais glamorosas do que realmente são, mas essa foi particularmente exaustiva.

Desde o momento em que desembarquei, foi um turbilhão de apresentações consecutivas, almoços de networking e longas reuniões que se estendiam até tarde da noite. Minha agenda estava tão lotada que, no final, eu nem sequer tive a chance de sair do hotel para dar uma olhada na cidade propriamente dita.

Quando embarquei no voo para outra reunião, eu estava esgotado. Não sei se você já experimentou esse tipo de fadiga de viagem, em que tudo o que você consegue pensar é em quão rápido pode chegar a um lugar tranquilo para fechar os olhos por apenas cinco minutos.
Aqui está a tradução para o português:

Aquela era eu—vivendo à base de café, com minha bolsa de laptop parecendo estar carregada com tijolos. Eu só rezava por outro voo tranquilo onde pudesse cochilar por algumas horas.

Enquanto eu atravessava o corredor estreito do avião, encontrei meu assento, guardei minha bolsa no compartimento superior e finalmente tirei um momento para respirar. O leve burburinho dos passageiros se acomodando, o zumbido do avião—era quase reconfortante. Achei que, com um pouco de sorte, talvez conseguisse dormir um pouco antes de aterrissar.

Mal sabia eu que estava prestes a presenciar uma das situações mais estranhas que já havia encontrado.

O assento ao meu lado foi ocupado por um casal que parecia… bem, digamos, um tanto incompatível.

O cara parecia ter saído diretamente de um escritório corporativo. Estava impecável, com uma camisa passada, rolando a tela do celular com uma expressão intensa.

Já a namorada dele? Parecia que mal havia sobrevivido à noite. O cabelo estava embaraçado, o rímel borrado, e ela tinha aquela aparência cansada, típica de quem acabou de sair de uma festa, enquanto se jogava no assento.

“Ugh… ainda me sinto péssima,” ela gemeu, apertando as têmporas.

O cara nem levantou os olhos do celular. “Talvez seja porque você achou que tomar ‘só mais um shot’ era uma boa ideia,” ele murmurou de volta, com uma voz tão fria quanto irritada.

Ela lançou a ele um olhar meio irritado. “Bom, você não precisava me arrastar tão cedo esta manhã, sabia? Estou morrendo aqui.”

“Ah, pode ter certeza, eu sei,” ele respondeu, revirando os olhos. Ele nem se deu ao trabalho de olhar para ela, continuando a mexer no celular como se estivesse sozinho.

Eu tentei me concentrar no meu próprio mundo, mas, com eles sentados bem ao meu lado, a discussão era difícil de ignorar. De vez em quando, ela resmungava: “Acho que vou vomitar,” o que fazia ele suspirar dramaticamente e balançar a cabeça.

“Eu te disse ontem à noite para ir com calma, não disse?” ele retrucava. “Mas não. Você tinha que provar que conseguia acompanhar todo mundo. E olha só para você agora.”

“Ah, dá um tempo, vai,” ela murmurava, jogando-se contra o encosto do assento e fechando os olhos novamente. As narinas do cara inflaram enquanto ele respirava fundo, claramente contando até dez para manter a calma.

As comissárias estavam passando com as bebidas, e ela fez um sinal fraco com a mão. “Pode me trazer um refrigerante de gengibre?” ela pediu, mal levantando a cabeça. A atendente entregou a bebida com um sorriso simpático, e ela murmurou: “Obrigada,” tomando um pequeno gole.

“Você está precisando,” o cara comentou com uma voz baixa e exasperada, quase como se estivesse falando para si mesmo. “Nesse ritmo, vai precisar de um milagre até aterrissarmos.”

Eles continuaram assim, ela soltando reclamações ocasionais, e ele respondendo com comentários curtos e cheios de frustração. Eu estava me esforçando para ignorar o drama e me concentrar na revista de bordo, mas cada troca de palavras tornava isso mais difícil.

Mal sabia eu, porém, que a dinâmica estranha deles era apenas o começo das surpresas que aquele voo tinha reservado.

Depois que aterrissamos, me espreguicei e peguei minhas coisas, ansiosa para escapar da cabine apertada. A maioria dos passageiros já tinha saído, então esperei o corredor esvaziar antes de alcançar minha bolsa. Foi aí que ouvi—aquele som fraco, suave, mas inconfundível.

Um bebê chorando.

Parei, franzindo a testa enquanto o som ficava mais claro. Parecia vir de cima, mas não vi ninguém por perto com uma criança. A maioria das famílias já havia desembarcado, e não havia nenhum bebê à vista.

Olhei ao redor para ver se mais alguém tinha percebido. Os poucos passageiros restantes estavam distraídos com suas próprias coisas. Com o coração acelerado, me aproximei do compartimento superior algumas fileiras atrás da minha, de onde parecia vir o som. Hesitei, me perguntando se era só imaginação.

Mas lá estava de novo—um choro pequeno e angustiado.

Respirando fundo, abri o compartimento. Dentro havia uma grande bolsa preta. Fiquei olhando, quase sem respirar. Eu podia ouvir o choro do bebê vindo de dentro da bolsa, mais alto agora, insistente.

“Meu Deus… tem uma criança aqui dentro!” eu gritei, minha voz ecoando pelo avião quase vazio.

Imediatamente, uma comissária de bordo e alguns dos passageiros restantes se viraram para olhar, com os olhos arregalados. Minhas mãos tremiam enquanto cuidadosamente tirava a bolsa do compartimento, o coração disparado. Lentamente, abri o zíper, me preparando para o que encontraria.

Dentro estava… uma boneca.
Eu pisquei, completamente confusa. Uma boneca de bebê realista, do tipo usada em aulas de paternidade, estava dentro da bolsa, completa com roupinhas de bebê minúsculas. Ela continuava a “chorar”, um grito assustadoramente realista que preenchia a cabine.

“Oh, graças a Deus!” Uma voz frenética rompeu o meu choque. Era o cara arrumado da minha fileira, correndo até mim com a namorada desleixada logo atrás.

“O que… o que é isso?” eu gaguejei, olhando para ele sem acreditar.

“Aquilo é, é… nosso,” ele disse, olhando para a boneca, depois para a namorada com uma expressão irritada e tensa. “É uma boneca de treinamento. Eu comprei porque…” ele abaixou a voz, “ela tem falado sobre querer um bebê, e, bem…” Ele se calou, irritado e apontando para a namorada, que parecia tanto envergonhada quanto irritada.

Ela cruzou os braços defensivamente. “Eu te falei, estou pronta para um bebê!” ela respondeu, cortante.

“Pronta? Você deixou a boneca no aeroporto depois daquela festa do ‘só mais um drink’ ontem à noite!” ele sibilou de volta. “Eu tive que ir procurar sozinho enquanto você estava desmaiada na área de espera! Você não consegue nem cuidar de uma boneca, quanto mais de um bebê de verdade.”

Ela bufou e revirou os olhos, virando-se para longe dele. “Bem, talvez eu não tivesse deixado se você não ficasse me criticando o tempo todo!”

“Me criticando?” ele respondeu, a frustração finalmente transbordando. “Eu comprei essa boneca porque precisava de prova de que você poderia lidar com a responsabilidade por mais de algumas horas. E, claramente, eu estava certo. Você não consegue!”

A realização me atingiu de uma vez. Ele não estava bravo por causa da ressaca dela—ele estava bravo porque estava testando ela, e ela havia falhado de forma espetacular. Ele passou a mão pelos cabelos, parecendo exausto, então se virou para ela com um suspiro.

“Isso simplesmente não vai funcionar,” ele disse, de forma plana. “Você não está pronta para um bebê. E eu não acho que estamos prontos para… bem, para nada.”

Por um momento, ela parecia que ia protestar, mas então seus ombros caíram e ela simplesmente deu de ombros. Sem mais palavras, ela se virou e saiu do avião.

Eu fiquei lá, segurando a boneca de treinamento que chorava, completamente sem palavras. Quem testa a «prontidão para ser mãe» da namorada com uma boneca em um voo de costa a costa? E quem perde ela depois de uma noite fora, apenas para deixá-la chorando, abandonada em um compartimento superior?

O homem suspirou, esfregando as têmporas enquanto olhava para o corredor onde sua namorada tinha acabado de desaparecer. “Achei que isso fosse um alerta,” ele murmurou, quase para si mesmo. “Parece que eu é que precisava de um alerta.”

Eu não consegui me segurar mais. “Você realmente achou que uma boneca ia resolver as coisas?” perguntei, arqueando a sobrancelha.

Ele olhou para mim, conseguindo esboçar um fraco sorriso envergonhado. “Acho que soa bem ridículo, né?”

“Ridículo?” eu repeti, lutando para não rir. “É honestamente… inacreditável. Quero dizer, as pessoas poderiam ter achado que havia uma criança de verdade em perigo ali!”

Ele coçou a cabeça, claramente perdido. “É, bem… talvez eu mereça isso. Mas, sabe, melhor descobrir agora do que depois, né?”

Eu balancei a cabeça, ainda atônita com tudo o que acabara de acontecer. “Sabe o que? Boa sorte. Você vai precisar.”

Ele deu uma aceno derrotado e murmurou, “Você não tem ideia.”

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