Meu marido acidentalmente deixou seu telefone em casa, e eu encontrei uma mensagem que dizia «oi, Papai»—mesmo que não tenhamos filhos

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Achei que o casamento nos aproximaria, mas, em vez disso, nos afastamos. O silêncio tomou conta das nossas manhãs, e a distância entre nós cresceu. Então, um dia, um telefone esquecido e uma única mensagem despedaçaram meu mundo:

«Oi, papai.»

Um nome que eu não reconhecia. Uma palavra que mudou tudo.

Eu precisava saber a verdade—não importava o custo.

Eu tinha me casado com Danny há pouco tempo, mas logo depois tudo mudou.

Não era algo fácil de explicar—apenas uma mudança lenta e constante na forma como éramos um com o outro. Antes, conversávamos sobre tudo. Agora, mal falávamos.

Antes do casamento, nunca havíamos morado juntos. Passar as noites na casa um do outro parecia uma aventura, algo temporário e emocionante.

Mas morar juntos—de verdade—era diferente. Significava ver o outro nos piores momentos, lidar com rotinas bagunçadas e enfrentar problemas que antes nunca precisávamos encarar.

Eu não sabia como consertar as coisas. Alguns dias, queria tentar, queria perguntar a Danny se ele sentia o mesmo. Mas nunca o fiz.

Tinha medo da resposta. Eu estava constantemente irritada, explodindo por pequenas coisas, e odiava isso. Odiava como estava me tornando alguém que eu nem reconhecia.

Naquela manhã, tudo foi como sempre. Sem beijo de bom dia. Sem conversa casual.

Cada um pegou algo rápido para o café da manhã, e nos arrumamos em silêncio. Danny saiu primeiro, mal olhando para mim ao sair pela porta.

Suspirei, pegando minha bolsa, quando vi—o telefone dele esquecido no balcão da cozinha.

Peguei o aparelho, girando-o nas mãos. Só iria deixar no caminho para o trabalho. Nada demais. Mas, ao levantá-lo, a tela acendeu com uma mensagem.

«Oi, papai.»

A mensagem era de alguém chamado Martha.

Meu estômago revirou. Minhas mãos tremeram. Eu encarei aquelas palavras, prendendo a respiração.

Quem era Martha? E por que estava chamando meu marido de papai?

Fiquei com medo de que Danny não me contasse a verdade.

Apaguei a mensagem da tela. Se Danny a visse, saberia que eu tinha lido. Se ele estava escondendo algo, eu queria pegá-lo de surpresa.

Engolindo o nó na garganta, peguei minhas chaves e saí de casa. No caminho até o escritório dele, meu coração batia tão forte que doía.

Danny sempre ficava até tarde no trabalho—mesmo quando namorávamos. Antes, eu admirava sua dedicação. Agora, não tinha certeza se ele estava mesmo trabalhando até tarde… ou se estava com ela.

Quando cheguei, fui direto para sua mesa, sem bater na porta. Danny estava sozinho, cercado por pilhas de papéis, com as sobrancelhas franzidas de concentração. Ele nem percebeu minha presença de imediato.

Aclarei a garganta. «Oi,» disse, parada ao lado da mesa.

Danny olhou para cima, surpreso. «Ah, oi. O que você está fazendo aqui?» Ele largou a caneta e se recostou na cadeira.

«Você esqueceu seu telefone em casa,» falei, colocando o aparelho diante dele.

Danny pegou o celular. «Ah. Obrigado.» Ele olhou para a tela. «Alguém ligou?»

«Não,» respondi.

O silêncio preencheu o ambiente. Danny tamborilava os dedos na mesa. Eu me mexi, desconfortável.

«Bem,» murmurei, forçando um sorriso. «Eu já vou indo.»

Virei-me em direção à porta.

«Kate,» Danny disse suavemente. «Eu te amo.»

«Eu também te amo,» sussurrei, antes de sair.

Certo dia, Danny mandou uma mensagem avisando que ficaria até tarde no trabalho. Meu coração disparou ao olhar para a tela.

Eu já tinha visto isso antes—muitas vezes. Mas, dessa vez, não consegui ignorar a dúvida persistente dentro de mim. Peguei minhas chaves, saí do trabalho mais cedo e dirigi direto para o escritório dele.

Quando cheguei, seu carro ainda estava no estacionamento. Isso significava que eu não o havia perdido. Estacionei alguns lugares atrás, minhas mãos apertando o volante. Agora, era só esperar.

Os minutos passaram lentamente. Meu coração disparou quando vi Danny sair cerca de vinte minutos depois—exatamente no horário em que seu expediente terminava.

Sem horas extras. Sem reuniões tardias. Então, por que ele disse que ficaria até mais tarde? Algo estava definitivamente errado.

Observei enquanto ele caminhava até o carro, parecendo relaxado, como se não fizesse ideia de que eu estava ali, vigiando cada movimento seu.

Ele entrou no carro e foi embora. Minhas mãos tremiam quando dei a partida e o segui a uma distância segura.

Após um tempo, ele parou em frente a uma casa pequena. Meu estômago revirou. Era isso. A resposta para os meus medos.

Antes que eu pudesse pensar, uma garotinha, de uns quatro anos, correu para fora da casa, rindo.

Uma mulher veio atrás dela. A menina pulou nos braços de Danny, e ele a abraçou com força—como um pai abraçaria sua filha.

Ofeguei. Meu corpo inteiro ficou tenso.

A mensagem poderia ter vindo de uma criança? Danny tinha outra família?

Lágrimas se acumularam em meus olhos. Fiquei congelada dentro do carro, observando a cena se desenrolar. Eu queria gritar, exigir respostas, mas não conseguia me mover.

Danny ficou lá por horas. Minha mente corria a mil. Não podia simplesmente invadir a casa, mas também não podia ir embora sem saber a verdade.

Quando ele finalmente saiu, enviei uma mensagem dizendo que encontraria uma amiga.

Assim que o carro dele desapareceu, saí do meu e caminhei até a casa. Minhas mãos tremiam enquanto eu tocava a campainha.

Não chore. Não chore. Não chore.

A mulher abriu a porta, e sua expressão passou da confusão para a preocupação ao ver meu rosto.

«Meu Deus, você está bem?» ela perguntou, com a voz suave, mas preocupada.

Engoli em seco, tentando controlar a respiração. «V-você é… M-Martha?» minha voz tremia.

Ela piscou. «Sim. E você é…?»

«Sou Kate,» sussurrei.

Os olhos de Martha se arregalaram. «Meu Deus. Você é Kate. A esposa de Danny.»

Assenti, sem conseguir encontrar as palavras certas.

Martha hesitou por um segundo e depois abriu espaço. «Por favor, entre.»

Dentro da casa, o ambiente era acolhedor. Luz suave, brinquedos espalhados pelo chão. Um lar cheio de amor.

Ela me deu um copo d’água e explicou tudo: Danny era apenas um amigo que a apoiava desde que o pai biológico de Riley a abandonou.

A mensagem não era dela. Riley a enviou, errando as letras.

Alívio e culpa me invadiram ao mesmo tempo. Eu deveria ter perguntado a Danny antes de tirar conclusões.

Quando cheguei em casa, Danny me olhou preocupado.

«Eu vi Martha,» confessei.

Ele suspirou. «Kate, eu—»

«Por que nunca me contou?» interrompi.

Ele desviou o olhar. «Eu tinha medo. Martha ainda é minha ex.»

«Por dois meses,» lembrei.

«Nem isso,» ele admitiu.

Segurei sua mão. «Danny, eu amo você.»

Ele apertou minha mão. «Eu também te amo.»

«Vamos ter uma noite de encontro toda semana,» ele sugeriu. «E seremos honestos sobre tudo.»

Sorri. «Gosto dessa ideia.»

Nos beijamos, sabendo que ficaríamos bem.

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