Quando minha sogra declarou que tinha o direito de nomear meu filho ainda não nascido porque morávamos sob seu teto, tive que ser criativa. O que aconteceu em seguida a deixou sem palavras e lhe ensinou uma valiosa lição sobre limites que ela não esqueceria tão cedo.
Morar com a sogra já é desafiador o suficiente. Mas morar com uma que acha que seu bebê é uma oportunidade pessoal de nomeação? Isso é um novo nível de drama familiar.
Nunca pensei que, aos trinta anos, estaria morando com minha sogra.
Mas lá estávamos nós, meu marido Ethan e eu, espremidos no quarto de hóspedes do apartamento de Linda, com nossas roupas amontoadas em metade de um armário e nosso futuro empacotado em caixas de papelão. Mudamo-nos três meses atrás para economizar dinheiro para nosso próprio lar.
Era para ser temporário, mas Linda rapidamente descobriu que nos hospedar era sua grande oportunidade de agir como uma ditadora.
«Claire, o que é isso?» A voz de Linda ecoou pela cozinha certa noite. Ela segurava um pacote de Oreos como se fosse uma prova de cena de crime.
«São biscoitos, Linda», respondi, tentando manter um tom neutro.
Ela bufou. «Achei que tivesse deixado claro. Nada de besteiras na MINHA casa!» Ela enfatizava o ‘minha’ em tudo no apartamento.
Observei, incrédula, enquanto ela jogava meus biscoitos no lixo.
Morar com Linda significava viver sob «As Regras».
Essas não eram apenas regras normais, como limpar a própria bagunça. Não, essas eram as regras especiais de Linda – mecanismos de controle disfarçados de normas domésticas.
Regra número um: Linda tinha que aprovar todas as compras antes de fazermos. Deus nos livre de trazer sorvete ou salgadinhos para casa.
Regra número dois: Nosso espaço pessoal não era realmente pessoal. Voltei do trabalho em uma terça-feira e encontrei nosso quarto completamente rearranjado.
«Linda, onde está minha mesinha de cabeceira?» perguntei, olhando para o quarto transformado.
Ela fez um gesto displicente. «Ficou melhor assim! O feng shui estava todo errado antes.»
E a regra mais invasiva de todas? Linda tinha uma cópia das nossas chaves e se sentia totalmente à vontade para usá-las quando quisesse.
«Toque-toque!» ela anunciava, já entrando pela porta do quarto enquanto eu tentava me cobrir.
Ethan tentou argumentar com ela uma vez. Ainda me lembro da conversa.
«Mãe, precisamos de um pouco de privacidade», disse ele gentilmente durante o jantar. «Você poderia bater e esperar a gente responder antes de entrar no nosso quarto?»
Os olhos de Linda se arregalaram como se ele tivesse sugerido algo absurdo. «Ethan, este é MEU apartamento. Não preciso de permissão para entrar em nenhum cômodo da MINHA casa.»
«Mas, mãe—»
«Sem mas! Quando vocês tiverem sua própria casa, poderão fazer suas próprias regras.»
Não insisti. Qual seria o ponto? Logo nos mudaríamos, e brigar só tornaria os últimos meses insuportáveis. Então, sorri, assenti e evitei conflitos sempre que possível.
Mas então tudo mudou.
O pequeno sinal positivo no teste de gravidez tornou nossa situação temporária algo muito mais complicado.
Ethan ficou radiante. Ele me pegou no colo e me girou pelo pequeno quarto.
«Vamos ser pais!» ele sussurrou, os olhos brilhando com lágrimas.
Eu também estava nas nuvens. Apesar da nossa situação, esse bebê era o começo da nossa família.
Quando contamos para Linda, ela gritou de alegria e me abraçou forte demais.
«Meu primeiro neto!» exclamou.
Ela parecia feliz, e pensei que dar-lhe um neto melhoraria nosso relacionamento. Mal sabia eu o quanto estava errada.
Certa noite, eu estava dobrando minúsculos macacões em nossa cama, presente de minha irmã.
Eu tinha acabado de organizá-los por cor quando Linda apareceu na porta com um sorriso satisfeito.
«Então, já decidi o nome do bebê!» anunciou.
Ergui uma sobrancelha, minhas mãos pararam no meio do movimento. «Ah, é? Pensei que Ethan e eu escolheríamos o nome juntos.»
«Não, não, não», disse ela, abanando a mão como se afastando uma ideia tola. «É justo. Vocês moram na minha casa, sem pagar aluguel, então eu devo nomear MEU neto.»
MEU. NETO.
Apertei o macacão entre os dedos, quase rasgando o tecido amarelo enquanto contava até dez para controlar a onda de hormônios e raiva que ameaçava explodir.
Mas, em vez de discutir, assenti pensativamente.
«Sabe de uma coisa, Linda? Você tem toda razão.»
Seu rosto se iluminou na mesma hora. Ela se encheu de triunfo e endireitou os ombros, claramente achando que havia vencido essa estranha disputa de poder.
«Ótimo! Sempre adorei o nome Gertrudes para menina e Bartolomeu para menino!»
Quase engasguei. Gertrudes? Bartolomeu? Ela estava nomeando um bebê ou um casal britânico idoso do século XIX?
Mas mantive a calma. Um plano começou a se formar na minha mente.
«Claro! Mas só se você concordar com uma coisa.»
Ela franziu os olhos, desconfiada. «O quê?»
Sorri docemente. «Já que você está nomeando o bebê porque moramos no seu apartamento, essa regra deveria funcionar nos dois sentidos, certo?»
«O que você quer dizer?» ela perguntou, estreitando os olhos.
Inclinei-me para frente, ainda sorrindo inocentemente. «Significa que, quando Ethan e eu tivermos nossa própria casa… eu poderei renomear VOCÊ.»
O silêncio preencheu o quarto. O tique-taque do relógio na mesinha de cabeceira parecia ensurdecedor.
Então?
Ela riu nervosa. «Oh, Claire, não seja ridícula.»
«Não estou sendo ridícula», continuei calmamente. «Apenas seguindo sua lógica. Você tem o direito de nomear o bebê porque estamos na sua casa. Eu terei o direito de nomear você quando estiver na minha.»
A cor sumiu do rosto dela ao perceber que eu não estava brincando.
«Você não pode estar falando sério», ela gaguejou.
«Sempre gostei do nome Mildred», disse pensativa. «Ou talvez Bertha. Algo com personalidade, sabe?»
Linda olhou para mim, sem palavras. Não esperava essa reviravolta.
«Ethan!» ela gritou. «Ethan, venha aqui, por favor!»
Meu marido apareceu na porta, confuso. «O que está acontecendo?»
Linda apontou para mim, indignada. «Sua esposa enlouqueceu! Ela acha que pode me renomear quando vocês se mudarem!»
Ethan franziu a testa. «O quê?»
Expliquei calmamente. «Sua mãe disse que pode nomear nosso bebê porque moramos na casa dela. Eu apenas disse que, por essa lógica, posso renomeá-la quando ela visitar nossa casa.»
Os olhos de Ethan se arregalaram ao entender a situação. Ele olhou para a mãe e depois para mim.
«Mãe, isso é verdade? Você disse isso?»
Linda cruzou os braços, defensiva. «Bem, vocês moram aqui sem pagar aluguel! É justo que eu tenha uma palavra na vida do meu neto!»
Ethan suspirou. «Mãe, isso não funciona assim. Claire e eu vamos escolher o nome. É nossa decisão.»
«Mas—»
«Sem mas», ele a interrompeu, devolvendo suas próprias palavras.
O rosto dela ficou vermelho.
No final? Ela nunca mais mencionou o nome do bebê.
Quando nossa filha nasceu três meses depois, a chamamos de Lily. Um nome que Ethan e eu escolhemos juntos.
Agora, Linda continua sendo Linda… a menos que tente rearranjar nossos móveis. Nesses dias, ela é a Vovó Bartolomeu.