Três anos após a trágica morte de seu marido, Hillary achava que tinha encontrado o amor novamente. Mas quando sua filha de 6 anos revela um segredo assustador sobre seu novo padrasto, tudo desmorona…
Depois que Charles, meu marido, faleceu em um acidente de trabalho bizarro, meu mundo desabou. Durante três anos, eu me arrastei pela vida, tentando me manter firme por minha filha de 6 anos, Maggie. Ela era tudo para mim. Ainda é tudo para mim.
Desde então, ela tem sido minha maior razão para sair da cama. Mas, depois de um tempo, nem mesmo seus doces sorrisos conseguiam preencher o vazio que me consumia.
Então Jacob apareceu.
Ele tinha um sorriso caloroso que fazia você se sentir segura, como se tudo fosse ficar bem. Ele era paciente, gentil e, o mais importante, adorava Maggie.
Eu via minha filha brilhar perto dele de um jeito que não via desde a morte de Charles. Aos poucos, permiti-me acreditar de novo. Talvez a vida depois de Charles ainda pudesse ter felicidade. E talvez isso incluísse outra pessoa também.
“Hillary,” eu imaginava Charles dizendo. “Tivemos anos sendo o grande amor um do outro, mas agora é hora de encontrar outro tipo de amor. Vá ser feliz. Por Maggie. Por você.”
E assim eu fiz. Deixei Jacob entrar na minha vida e, logo, nosso relacionamento floresceu.
Dois meses atrás, me casei com Jacob em uma pequena fazenda com um lago cheio de patos. Achei que tinha encontrado a peça que faltava para a nossa família. Ou pelo menos, uma peça que ajudaria Maggie e eu a seguirmos em frente com nossas vidas.
Mas às vezes, a vida não apenas joga desafios no seu caminho. Ela mira direto no seu coração.
Deixe-me contar tudo.
Certa noite, enquanto colocava Maggie na cama, ela segurou seu coelhinho favorito com força e me olhou com seus grandes olhos castanhos.
“Mamãe?” ela disse hesitante.
“Sim, meu amor?” perguntei. “O que foi?”
Sua voz caiu para um sussurro.
“O Novo-Pai pediu para eu guardar um segredo de você. Isso é certo?”
As palavras me atingiram como um soco no estômago. Meu corpo gelou.
“Querida, você sabe que pode chamar Jacob de ‘papai’, né?” perguntei, tentando manter a calma antes que minha pequena despejasse qualquer segredo que estava prestes a revelar.
“Eu gosto mais de ‘Novo-Pai’,” ela disse, fazendo bico. “Então… pode? O segredo?”
“Não, querida,” falei suavemente, tentando manter a voz firme. “Você pode me contar qualquer coisa. O que houve?”
Ela se mexeu inquieta, mordendo o lábio.
“O Novo-Pai disse que eu não devia contar para você… mas ontem, quando você estava no trabalho, eu acordei cedo do meu cochilo e fui procurá-lo. Ele prometeu que jogaríamos PlayStation juntos. Mas eu não conseguia encontrá-lo em lugar nenhum.”
Um frio subiu pela minha espinha.
“O que você quer dizer?” perguntei, afastando uma mecha de cabelo do rosto dela. “Ele não estava aqui quando você acordou? Ele te deixou sozinha?”
Ela balançou a cabeça.
“Eu chamei por ele, mas ele não respondeu,” ela continuou, me olhando nervosa. “Então eu vi ele e uma moça bonita, de vestido vermelho, saindo do porão. Ele me disse para não contar para você.”
Meu coração disparou.
“O que eles estavam fazendo lá?”
Ela deu de ombros.
“Não sei, mamãe. Só sei que ele me disse para não contar. Mas você falou que segredos são ruins, então…” Sua voz vacilou, e ela me olhou como se tivesse feito algo errado.
“Você fez a coisa certa, meu amor,” eu disse, tentando esconder meu crescente desconforto. “Como ela era?”
“Ela tinha cabelo loiro comprido, igual de princesa. E um vestido vermelho. Ela também cheirava bem.”
O porão?
Era só um espaço empoeirado, inacabado, cheio de caixas velhas e ferramentas. Jacob e eu mal pisamos lá desde que ele se mudou.
Por que ele levaria uma mulher para lá?
Mais tarde naquela noite, enquanto Jacob mexia no celular no sofá, eu o confrontei.
“Maggie me contou que tinha uma mulher aqui ontem,” eu disse, cruzando os braços. “Ela disse que você a levou para o porão. Quer me explicar?”
Seu rosto demonstrou algo.
Culpa?
Pânico?
Mas ele rapidamente se recuperou.
“Ah, isso?” ele riu. “Ela é uma designer de interiores. Eu queria te surpreender reformando o porão. Está uma bagunça há anos.”
“Uma designer de interiores?” repeti, cheia de desconfiança.
“Sim! Eu queria transformar num espaço aconchegante para nós. Um projetor, um frigobar, talvez até uma máquina de pipoca.”
Ele me levou até o porão e acendeu a luz. Para minha surpresa, o espaço escuro e úmido tinha sido transformado — paredes pintadas, móveis novos, iluminação aconchegante.
Era… lindo. Jacob sorriu, satisfeito.
“O que acha?”
Fiz um sorriso forçado. Mas algo não parecia certo. Por que ele foi tão secreto sobre isso? E a descrição de Maggie sobre a mulher continuava martelando minha mente.
Então, naquela noite, enquanto Jacob dormia, abri as redes sociais dele. Não sabia exatamente o que procurava, mas meu instinto dizia que havia algo a mais nessa história.
Então eu vi.
Uma foto de dois anos atrás, antes de nos conhecermos. Era Jacob, sorrindo amplamente, com o braço ao redor de uma mulher de cabelos loiros e vestido vermelho.
Meu estômago revirou.
Era a mesma mulher que Maggie viu?
Na manhã seguinte, mostrei a foto para Maggie.
“É ela?” perguntei, minha voz tensa.
Seus olhos se arregalaram.
“Sim, mamãe. É ela.”
O chão pareceu sumir sob meus pés. Jacob tinha mentido. Mas eu precisava de provas antes de confrontá-lo novamente.
Instalei câmeras escondidas na casa e inventei uma viagem de trabalho. Levei Maggie para a casa da minha mãe e esperei.
Então, tarde da noite, meu celular vibrou.
**MOVIMENTO DETECTADO.**
Abri o aplicativo e meu coração disparou.
Lá estava Jacob, no porão, beijando a mulher do vestido vermelho.
Senti um choque percorrer meu corpo. Ele estava me traindo.
Na minha casa.
Tomei coragem e voltei para casa imediatamente.
Quando ele me viu, empalideceu.
“Ah, amor! Você já voltou? No meio da noite?” ele gaguejou. “Essa é a designer de interiores que mencionei.”
“Certo. E designers fazem reuniões beijando seus clientes no porão?”
Jacob congelou. A mulher suspirou, revirando os olhos.
“Finalmente ela descobriu,” ela disse. “Jacob, você pode voltar para mim agora.”
“O quê?” eu engasguei.
“Estamos juntos há 10 anos, querida. Ele só ficou com você porque sua casa é boa e você tem um emprego estável.”
A verdade me atingiu como uma faca.
“Saia,” eu exigi. “Agora.”
E ele saiu.
No dia seguinte, Maggie e eu tomamos sorvete. Ela sorriu e disse:
“Mamãe? Eu nunca gostei tanto do Novo-Pai, de qualquer forma.”
Olhei para minha filha e percebi: eu não precisava de Jacob. Eu tinha Maggie, minha casa e a força para seguir em frente.
Às vezes, perder a pessoa errada é o que abre espaço para a vida que você realmente merece.