Fazer um orçamento é importante. Mas quando meu marido exigiu que eu JUSTIFICASSE cada dólar que gastava, até mesmo em itens essenciais como fraldas e absorventes, percebi que isso não era sobre dinheiro. Então, joguei o jogo dele, mas ele não fazia ideia de que eu estava prestes a lhe ensinar a lição mais cara da sua vida.
Nunca pensei que o casamento se tornaria uma sessão diária de contabilidade. No entanto, lá estava eu, mãe de gêmeos, escrevendo por que precisava comprar fraldas e xampu como se estivesse pedindo um empréstimo ao banco mais condescendente do mundo. Mas acredite quando digo isso… o acerto de contas que se seguiu valeu cada entrada humilhante naquele caderninho.
Deixe-me começar do início…
Meu marido, Ethan, e eu estávamos juntos há seis anos, casados há três. Antes da chegada dos gêmeos, éramos iguais. Eu tinha minha carreira em marketing, e ele trabalhava com finanças. Dividíamos as despesas de forma equilibrada e nunca discutíamos sobre dinheiro.
«Olha só para nós, adultando como profissionais», Ethan brincou após terminarmos nossa revisão orçamentária mensal. «A maioria dos casais briga por dinheiro, mas nós temos isso sob controle, quase uma ciência.»
Eu ri e brindei minha caneca de café contra a dele. «Isso porque nenhum de nós está tentando ser o chefe da carteira do outro. Conceito inovador, né?»
Então, engravidei de gêmeos… e TUDO mudou.
Concordamos que eu tiraria um ano de licença para cuidar dos bebês antes de voltar ao trabalho. Parecia um plano sólido na época.
James e Lily chegaram em um turbilhão de noites sem dormir e trocas intermináveis de fraldas. Eu mal tinha tempo para tomar banho, muito menos para me preocupar com as finanças da casa.
Mas, com o passar dos meses, comecei a notar a mudança em Ethan. Começou com pequenos comentários, jogados casualmente como migalhas de pão levando a algo mais sombrio.
«Meu Deus, estamos gastando fórmula como se fosse de graça», ele comentou uma noite, com as sobrancelhas erguidas enquanto eu adicionava à nossa lista de compras.
«Pois é, parece que bebês não fazem fotossíntese», respondi secamente. «Eles precisam de comida de verdade! Conceito maluco, né?»
Ele suspirou. «Nesse ritmo, era mais fácil eu entregar meu salário direto para o caixa do supermercado.»
Os comentários continuaram, tornando-se mais frequentes e afiados.
Uma noite, enquanto eu embalava Lily para dormir, Ethan apareceu na porta, balançando um recibo como se fosse uma prova em um julgamento por assassinato.
«Outra ida ao mercado? O que é isso, sua terceira peregrinação esta semana?»
«Não, é meu caso secreto com o caixa», sussurrei sarcasticamente. «Precisávamos de fraldas, Ethan. A menos que você prefira que os gêmeos comecem a usar o quintal, igual ao cachorro do vizinho.»
O ponto de ruptura veio em uma terça-feira à noite. Os gêmeos finalmente dormiram, e eu consegui cozinhar uma refeição de verdade, em vez de pedir delivery.
Ethan se sentou à mesa, olhando para o frango assado com aprovação. «Uau, comida de verdade que não vem em uma sacola de entrega. Estou impressionado.»
«Obrigada», sorri, servindo água. «Achei que merecíamos algo que não tivesse gosto de papelão, pelo menos uma vez.»
Ele deu uma mordida, depois largou o garfo com a mesma calma de quem está prestes a detonar uma bomba. «Estive pensando sobre nossos gastos.»
Meu estômago apertou. «O que tem eles?»
«Acho que você precisa ser mais consciente com os gastos, já que você NÃO está ganhando dinheiro agora.»
Pisquei. «Desculpa, o quê? O som do seu pé entrando na sua boca distorceu as palavras.»
«Você não está ganhando dinheiro agora, Lauren», ele repetiu firmemente. «Acho que você deveria acompanhar seus gastos e justificá-los. Isso vai te ensinar a ser mais econômica.»
Soltei uma risada afiada. «Ah, essa foi boa. Me diz, qual é o salário atual de uma babá 24/7, faxineira e chef particular? Porque tenho quase certeza de que estou economizando uns cinco mil por mês para nós.»
«Não seja dramática», ele retrucou. «Só acho que seria útil para você entender para onde o dinheiro está indo.»
«Ah, eu entendo perfeitamente. Para manter seus filhos vivos e sua casa sem virar uma zona de desastre biológico.»
«Por que você está fazendo isso parecer um grande problema?» ele perguntou, exasperado. «Eu sou o único trazendo dinheiro para casa agora.»
«Beleza», disse, empurrando a cadeira para trás. «Quer recibos? Eu te dou recibos. E espero que você goste de dormir no quarto de hóspedes esta noite, porque o Banco do Ethan não estende crédito para esta cama aqui.»
Na manhã seguinte, encontrei um caderno no balcão da cozinha com um bilhete amarelo grudado: «Cada compra precisa de uma explicação. Isso vai te ajudar a aprender a orçar melhor!»
Fiquei ali parada, com os gêmeos em cada braço, olhando para aquele ponto de exclamação condescendente enquanto lágrimas ameaçavam cair.
Quando Ethan entrou na cozinha, eu ainda estava ali.
«Você não pode estar falando sério sobre isso», disse, apontando para o caderno.
Ele se serviu de café, calmo como sempre. «Estou. É apenas um bom hábito para desenvolver.»
«Bom hábito? Daqui a pouco você vai pedir para eu levantar a mão para ir ao banheiro.»
«Muito engraçado. Apenas escreva O QUE você compra e POR QUÊ.»
«Ah, claro, chefe. Quer mais alguma coisa? Talvez eu devesse começar a te chamar de ‘Senhor’? Quem sabe me curvar quando você entrar no cômodo?»
Ele revirou os olhos e saiu. «Apenas preencha o caderno, Lauren.»
Olhei para James e Lily, depois para o caderno.
«Bom, crianças», sussurrei. «Parece que a mamãe vai ensinar uma lição ao papai sobre contabilidade criativa.»
