Meu marido tirou fotos de todas as refeições que eu cozinhei e as Enviou para sua mãe para seu «feedback» —então acabei dando a ele uma lição que ele nunca esquecerá

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Cada refeição que eu cozinhava parecia um teste, mas eu não era quem dava a nota. Meu marido enviava fotos de cada prato para sua mãe em busca de aprovação, até que decidi virar o jogo e ensinar a ele uma lição que jamais esqueceria.

Eu amo cozinhar. O cheiro de cebolas dourando na manteiga, o calor do forno e a satisfação de colocar um prato na frente de alguém que amo me fazem feliz.

Então, quando me casei com Daniel, tive orgulho de preparar nossas refeições. Queria que nosso lar fosse acolhedor e cheio de comida gostosa. E, na maior parte do tempo, era assim.

Até que ela começou a comer à nossa mesa.

Não fisicamente, é claro. Carol, minha querida sogra, morava em outro estado. Mas toda vez que eu cozinhava, suas opiniões chegavam antes mesmo de Daniel dar a primeira mordida.

No começo, era algo pequeno.

Uma noite, fiz espaguete. Simples, clássico. Coloquei os pratos na mesa e, antes mesmo de pegar meu garfo, Daniel pegou o celular, tirou uma foto e enviou uma mensagem.

— O que você está fazendo? — perguntei.

— Só mostrando para a mamãe. — Ele deu de ombros. — Ela gosta de ver o que eu como.

Deixei passar. Mas, cinco minutos depois, o celular dele vibrou. Ele olhou para a tela e sorriu.

— Mamãe disse que o molho parece meio ralo. Talvez da próxima vez, use menos água.

Eu ri. Não porque fosse engraçado, mas porque era ridículo.

— Ela se teletransportou pela tela e provou?

— Ela só sabe — disse ele, girando o garfo.

E piorou.

Cookies? «Um pouco assados demais.»
Bife? «Mal passado é perigoso. Ela sempre cozinha bem passado.»
Chili? «Falta mais cominho.»

No começo, tentei não dar importância. Ela tinha opiniões, e daí? Mas aí veio a lasanha.

Passei horas naquela refeição. Molho caseiro, ervas frescas, três tipos de queijo — perfeição. Tirei do forno, dourada e borbulhante. Servi no prato, orgulhosa do meu trabalho.

Daniel tirou sua foto de sempre e enviou. Então, veio a mensagem.

— Mamãe disse que parece seca. Você esqueceu da ricota? Sabe, mamãe sempre sabe o que é melhor.

Algo dentro de mim quebrou. Larguei o garfo.

— Você ao menos prova minha comida antes de enviá-la para julgamento?

Ele riu.

Cerrei a mandíbula com tanta força que achei que poderia quebrar um dente.

Naquela noite, deitada na cama, olhei para o teto enquanto Daniel digitava para sua mãe, provavelmente avaliando minha lasanha como se fosse uma participante de um reality show culinário.

Chega. A opinião de Carol não era mais um simples comentário. Era lei. O jeito dela era o único certo. E Daniel? Ele adorava o altar da cozinha de Carol.

— Ela cozinha desde criança — disse ele, quando mencionei quantas vezes ele criticava minhas refeições. — Ela só tem um olho bom para isso.

— Um olho? — ri, debochada. — Daniel, ela nem está aqui. Ela está julgando minha comida por uma foto pixelada.

Ele acenou com a mão.

— Não tem nada demais.

Será?

Uma noite, Carol ligou enquanto jantávamos. Daniel atendeu no viva-voz.

— Oi, querido — disse ela, com a voz doce e açucarada. — Já jantou?

— Sim, estamos comendo agora — disse ele, mastigando.

— Ah, o que ela fez?

Apertei o garfo.

— Frango xadrez — disse Daniel.

Carol murmurou.

— Frango xadrez? Sabe, você adorava o meu. Eu sempre fazia questão de que os legumes não ficassem moles. O segredo é—

Bati o garfo na mesa.

Daniel piscou para mim.

— O quê?

Levantei-me.

— Você pode terminar seus legumes moles sozinho.

Saí da mesa.

Naquela noite, de novo, fiquei acordada olhando para o teto, ouvindo Daniel digitando no celular. Provavelmente relatando minha «reação exagerada» à sua crítica gastronômica favorita.

Respirei fundo.

Basta. Hora do troco.

Na noite seguinte, fiz tudo caprichado.

Frango à parmegiana, o favorito de Daniel. Peito de frango empanado crocante, molho de tomate caseiro, mussarela derretida, tudo sobre uma cama de massa perfeitamente cozida. Ainda decorei com manjericão fresco, como um prato digno de restaurante chique.

Daniel entrou, sentiu o cheiro e sorriu.

— Uau — disse ele, largando as chaves no balcão. — Isso parece incrível.

Sorri docemente, secando as mãos no pano de prato.

— Que bom que acha isso.

Ele se sentou e pegou o celular, mas antes que pudesse tirar a foto de sempre, fui mais rápida.

Clique.

Daniel franziu a testa.

— O que você está fazendo?

— Ah, só mandando uma foto para a minha mãe — disse casualmente, digitando.

O rosto dele se contorceu.

— Você está tirando sarro de mim?

Enviei a mensagem. Mas não para minha mãe.

«Oi, Carol! Trabalhei muito nesse prato. Espero que atenda aos seus padrões. Me avise se devo jogar direto no lixo. 😊»

O celular de Daniel vibrou quase instantaneamente. Sua mão tremeu, como se estivesse decidindo se deveria pegá-lo. Suas orelhas ficaram vermelhas.

Observei sua expressão mudar de confusa para irritada. Ele leu a mensagem, mas não respondeu. Em vez disso, colocou o celular de lado e olhou para o prato.

Levantei uma sobrancelha.

— Vai em frente, prove. Ou precisa da aprovação da mamãe antes?

Ele cerrou a mandíbula, mas finalmente cortou o frango, mastigou e engoliu.

Seu rosto permaneceu neutro, mas não perdi o jeito como seus ombros relaxaram um pouco.

— Está… muito bom — murmurou.

Inclinei-me para frente, apoiando o queixo na mão.

— Tem certeza de que não quer conferir com a mamãe antes de formar uma opinião?

Silêncio. Sem outra palavra, ele enfiou o celular no bolso e continuou comendo.

A vitória tinha gosto de frango à parmegiana.

Nas semanas seguintes, tudo ficou… melhor. Daniel parou de tirar fotos da comida. Começou até a elogiar minhas refeições.

— Esse frango está incrível, e o molho perfeito.

Era bom demais para ser verdade. E, claro, era.

Uma noite, ouvi ele sussurrando ao telefone:

— Não, eu não mandei uma foto… Sim, eu sei, mas ela anda sensível… Tá bom, tá bom, eu faço escondido.

Meu estômago despencou.

Chega.

Na noite seguinte, preparei um jantar especial. Mas antes de ele dar a primeira mordida, tirei uma foto dele.

Enviei.

Daniel olhou o celular e empalideceu.

«Oi Carol! Aqui está o Daniel comendo minha comida. Deixo ele terminar ou faço ele passar fome até aprender a me valorizar? 😊»

Ele me encarou, boquiaberto.

— Você não faria isso.

Sorri.

— Ah, mas eu faria.

Carol nunca mais apareceu no nosso jantar. Daniel nunca mais tirou outra foto da comida.

Uma noite, ele me surpreendeu cozinhando. Foi um desastre. Mas eu sorri e disse:

— Está muito bom.

Porque nunca foi sobre a comida. Era sobre respeito. E, finalmente, eu o tinha.

No final, a vitória teve um sabor ainda melhor do que frango à parmegiana.

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