Minha casa costumava ser impecável quando éramos só eu e meu marido. Mas então o amigo dele veio morar com a gente, e começaram as brigas e os conflitos. Meu marido não se importava com o que eu sentia, nem com o estresse que eu compartilhava. Tudo só se resolveu quando tomei a situação nas minhas próprias mãos.
Quando meu marido ofereceu abrigo ao amigo em nossa casa, ele fez isso sem o meu consentimento. Mal sabia eu que ter esse amigo de longa data por perto se tornaria um pesadelo. As circunstâncias me forçaram a tomar medidas drásticas para resolver as coisas.
Esta é uma foto do quarto depois que o melhor amigo do meu marido, Alex, ficou conosco por algumas semanas. Não consigo descrever o cheiro para você, mas acredite: era pútrido e insuportável! Alex se mudou para nossa casa porque a dele estava passando por grandes reformas.
Para ser sincera, meu marido convidou o amigo para morar com a gente sem conversar comigo antes. Eu não fiquei nada feliz com isso, e perguntei:
— Por quanto tempo ele vai ficar? E por que você não falou comigo antes de tomar uma decisão tão drástica?
— Me desculpa, amor. Eu não estava pensando direito. Me deixei levar pela empolgação — ele explicou. O coitado parecia sincero no pedido de desculpas, então eu cedi. Mas mal sabia eu que aquilo seria um grande erro da MINHA parte.
Inicialmente, era para ser uma estadia curta, mas semanas viraram meses. Meu marido, Jake, achou que seria divertido ter o melhor amigo por perto. Mas ele não considerou o trabalho extra que isso traria para mim.
— Não se preocupe, amor — disse Jake no dia em que Alex chegou, carregando sua mochila e uma caixa de videogames. — Vai ser como nos velhos tempos. Vai ser demais!
Ele ainda prometeu que os dois ficariam fora do meu caminho e não causariam transtornos.
Forcei um sorriso, mas por dentro já estava apreensiva com a bagunça e com a ideia de morar com dois homens. Jake e Alex eram inseparáveis desde a faculdade, unidos pelo amor por games e esportes. Já eu, gostava de paz e ordem.
Em poucos dias, a casa se transformou — e não de forma boa! Garrafas de cerveja vazias espalhadas pela sala, embalagens de lanches por todos os lados, e roupas sujas empilhadas no quarto do Alex! Jake e Alex ficavam acordados até tarde.
Tudo o que faziam desde que Alex chegou era jogar videogame ou beber cerveja juntos. As risadas deles ecoavam pela casa, enquanto eu tentava dormir com o travesseiro sobre a cabeça. Estava sobrecarregada com toda a limpeza extra.
Para piorar, comecei a me sentir cada vez mais sozinha. Uma noite, depois de um dia particularmente longo no trabalho, encontrei a cozinha um caos. Migalhas pelo balcão, a pia cheia de louça suja, e uma substância pegajosa e misteriosa no chão.
Não aguentei mais!
— Isso TEM que acabar! — disse a mim mesma, com os dentes cerrados e os punhos fechados. Decidi resolver a situação diretamente com Jake. Mas ele e o amigo estavam sempre grudados, era difícil conseguir um momento a sós com ele.
Quando finalmente consegui pegá-lo sozinho, resolvi confrontá-lo.
— Jake, podemos conversar? — chamei da porta do escritório dele, onde ele estava mergulhado no trabalho, enquanto Alex jogava na sala.
— Claro, amor. O que foi? — respondeu ele, sem tirar os olhos do notebook.
— Eu não estou conseguindo dar conta de tudo sozinha. Preciso de ajuda por aqui.
Jake parou o que estava fazendo e acenou de forma displicente.
Não esperava a resposta que recebi dele — e doeu. Ele ignorou minhas preocupações e respondeu:
— Ah, não seja tão dramática! Você só não aguenta quando as coisas não giram em torno de você. Além disso, é só mais um quarto pra limpar. Não é grande coisa.
As palavras dele me machucaram! Eu estava prestes a retrucar quando percebi que ele já tinha voltado ao trabalho! Ele nem reconheceu mais a minha presença! Saí dali, me sentindo magoada e com raiva. Naquela noite, fiquei acordada, ouvindo os amigos de infância se divertindo.
Naquele momento, comecei a planejar meu próximo passo. Decidi mostrar para Jake o que “não é grande coisa” realmente significava. Achei que ele precisava sentir na pele. Na manhã seguinte, acordei cedo e juntei todo o lixo do Alex.
Como eles dormiam até tarde, eu teria tempo. Peguei latas vazias, roupas sujas e restos de comida e joguei tudo no escritório do Jake. Quando eles acordaram, o cômodo parecia um campo de guerra!
— Ei, que diabos é isso?! — gritou meu marido assim que abriu a porta do escritório. Eu sabia que jogar o lixo lá teria o maior impacto, já que Jake trabalhava de casa e precisava daquele espaço funcional.
Não me preocupei em responder ou atender ao grito dele — eu sabia bem o motivo. Em vez disso, Alex apareceu e riu:
— Nossa, mano! Seu escritório tá um lixo! Se quiser trabalhar, vai ter que dar um jeito nisso aí.
E saiu para preparar o café da manhã e voltar pro sofá! Jake não me confrontou, apenas empurrou tudo para um canto para conseguir entrar e trabalhar. Com o passar dos dias, pratos sujos, meias aleatórias e restos de comida se acumularam no escritório, até que Jake surtou:
— Eu NÃO consigo trabalhar ASSIM!!! — gritou para toda a casa ouvir. Entrei com um sorriso doce:
— É só um cômodo pra limpar, Jake. Vai lá. Não é grande coisa, lembra?
Meu marido ficou FURIOSO, mas não podia rebater minha lógica. Alex, por outro lado, ficou sem graça:
— Cara, desculpa. Não percebi que estava tão ruim assim — murmurou.
— Talvez você devesse ajudar mais — sugeri, e os deixei lidando com a bagunça. Por alguns dias, as coisas melhoraram. Jake e Alex tentaram manter a casa limpa, mas os esforços eram, no máximo, meia-boca.
A bagunça voltou, e minha frustração também. Numa sexta-feira à noite, não aguentei e confrontei Jake. Tivemos uma briga feia, e ele me acusou de ser estraga-prazeres. Alex até tentou mediar, mas como ele era o principal motivo do estresse, mandei ele ficar fora disso.
Jake tentou defender o amigo, o que me deixou ainda mais irritada. Decidi que já era DEMAIS! Arrumei uma mochila e liguei para minha melhor amiga, Lisa.
— Posso passar o fim de semana aí com você?
— Claro, querida. O que aconteceu?
Expliquei a situação, e ela me recebeu de braços abertos. Aquele fim de semana, eu curti a calma e a limpeza do apartamento da Lisa. Não precisei limpar nada nem recolher sujeira de ninguém. Foi um descanso merecido.
Na manhã de segunda-feira, meu celular tocou — era o Jake.
— Por favor, volta pra casa — implorou ele, desesperado e envergonhado. — A casa tá um desastre, não consigo achar nada. O Alex é impossível de conviver!
Tive vontade de rir. Depois de passar o fim de semana em silêncio, ele teve a audácia de me ligar. Ainda assim, senti um pouco de pena. Mas fui firme:
— Volto quando a casa estiver limpa e o Alex tiver ido embora.
Jake suspirou:
— Tá bom, tá bom. Vamos limpar tudo agora. Só volta pra casa hoje, meu amor?
— Vou pensar no caso — respondi, sem querer dar a entender que ele tinha vencido.
Para minha surpresa, em minutos ele me mandou um vídeo deles limpando a casa. Não respondi na hora, mas depois de conversar com a Lisa, decidi voltar.
Voltei mais tarde naquele dia — e a casa estava IMPECÁVEL! Jake e Alex tinham limpado tudo, e o amigo do meu marido já estava de malas prontas.
— Obrigado pela hospitalidade — disse ele, envergonhado. — Vou procurar outro lugar até minha casa ficar pronta.
Assim que Alex saiu, Jake me abraçou:
— Me desculpa, amor. Eu não percebia o quanto de trabalho isso te dava. Eu devia ter te escutado.
Me emocionei ao ver o arrependimento genuíno nos olhos dele.
— Tudo bem. Só preciso que a gente seja uma equipe — não você e o Alex contra mim.
Desde aquele dia, as coisas melhoraram. Jake passou a ajudar mais em casa e manteve tudo limpo. Nosso lar voltou a ser um lugar de paz, e nosso relacionamento ficou mais forte.
Esta é uma foto do quarto de hóspedes depois que o melhor amigo do meu marido ficou conosco por alguns meses. Não consigo descrever o cheiro, mas agora… é maravilhoso! A tormenta de ter Alex por perto virou apenas uma lembrança — e uma lição aprendida.
Jake sorriu e me abraçou:
— E uma lição que não vamos esquecer.
A vida voltou ao normal, mas a experiência nos aproximou. Aprendemos a importância da comunicação e de respeitar o espaço do outro. E eu soube que, não importa os desafios que apareçam, podemos enfrentá-los juntos.