**Dizem que segredos podem destruir um casamento. Quando descobri que meu marido havia comprado secretamente uma segunda casa, me preparei para o pior. Mas nada poderia me preparar para o que encontrei quando fui até lá. Acabei chorando ao ver aquilo — e nada podia me consolar.**
Como você se sentiria se a pessoa em quem mais confia escondesse algo tão grande que poderia abalar os alicerces do seu casamento? Foi exatamente nessa tempestade que entrei com meu marido, Will. Sou Elizabeth, tenho 28 anos, e estou aqui para contar a história do dia em que descobri o segredo de Will… um segredo que me levou a uma montanha-russa emocional que eu nunca vi chegar.
Will e eu sempre fomos parceiros em todos os sentidos da palavra. Tínhamos nossas manias, mas enfrentávamos a vida juntos. Ou, pelo menos, era o que eu pensava.
Tudo começou alguns meses depois que engravidei. Will começou a trabalhar até mais tarde — e não só uma ou duas horas a mais, mas tão tarde que só chegava em casa perto da meia-noite. No começo, pensei que ele estava apenas estressado com a chegada do bebê e querendo nos sustentar. Mas depois as desculpas começaram a perder força.
Uma noite, enquanto jantávamos, perguntei diretamente:
— Por que você está trabalhando até tão tarde, Will? Você quase não fica mais em casa.
Ele nem levantou os olhos do prato:
— É só uma fase agitada no escritório, Lizzie. Você sabe como é.
Mas eu não sabia como era. E algo na forma como ele evitou meu olhar me deixou inquieta.
— Will — insisti, com a voz tremendo um pouco —, eu sinto sua falta. A gente mal conversa mais. Esse bebê… eu não consigo fazer isso sozinha.
Ele finalmente me olhou, e por um momento, vi algo nos olhos dele. Culpa? Medo?
— Você não está sozinha, Lizzie — ele sussurrou, estendendo a mão para segurar a minha —. Eu prometo, você não está sozinha.
— Então por que parece que você está escapando de mim? — perguntei, sentindo as lágrimas se formando. — Todas as noites eu fico acordada, me perguntando onde você está, o que está fazendo…
Ele puxou a mão de volta como se tivesse se queimado.
— Estou fazendo tudo isso por nós, Lizzie. Por favor… apenas confie em mim.
Algumas semanas depois, enquanto Will dormia ao meu lado, o celular dele vibrou no criado-mudo. Normalmente eu não me importaria, mas algo me fez olhar para a tela.
A mensagem dizia:
**“Obrigada por fazer isso. Te amo. — P. 🤗”**
Meu coração afundou. Quem era “P”? E por que estava dizendo que o amava?
Congelei, encarando o celular como se ele fosse explodir. Eu sabia que não deveria, mas desbloqueei o telefone mesmo assim, com os dedos tremendo.
Encontrei um arquivo sobre uma segunda casa. **UMA SEGUNDA CASA!**
— O que diabos é isso? — sussurrei, segurando o celular. Minha mente disparou. Era pra lá que ele ia todas as noites? Quem ele estava encontrando?
Minhas mãos tremiam enquanto eu lia mais mensagens — cada uma doendo como uma facada. Will se mexeu ao meu lado e rapidamente larguei o telefone, com a cabeça girando de possibilidades.
— Lizzie? — ele murmurou, sonolento. — Tá tudo bem?
Engoli em seco, segurando as lágrimas.
— É só o bebê se mexendo — menti, colocando a mão protetora sobre minha barriga. Nosso filho. Nosso futuro. Será que tudo era baseado em mentiras?
Não consegui dormir aquela noite. Na manhã seguinte, quando Will saiu para o «trabalho», rastreei sua localização pelo app que compartilhávamos. E lá estava ele — não no escritório, mas no endereço do arquivo.
Peguei as chaves do carro, e sussurrei para meu bebê ainda por nascer:
— Vamos descobrir o que o papai está escondendo.
Uma hora depois, cheguei ao local. A casa era linda — estilo conto de fadas, amarela, com janelas brancas e uma varanda que contornava tudo. Parecia um sonho.
Estacionei algumas casas antes, com o coração acelerado. Quando me aproximei, vi as cortinas se mexerem — e então vi Will. Ele estava na janela, me olhando como se tivesse visto um fantasma.
Antes que eu pudesse processar o que estava acontecendo, um garotinho saiu correndo da casa, sorrindo.
— Você veio ajudar a gente? — ele perguntou, radiante.
— Ajudar com o quê? — perguntei, completamente confusa.
Antes que eu tivesse resposta, o menino correu de volta. Will apareceu na porta em segundos, bloqueando meu caminho.
— O que você está fazendo aqui, Lizzie? — ele perguntou, com a voz trêmula.
— Não — respondi, me aproximando. — O que *você* está fazendo aqui? Por que tem essa casa? Quem é esse menino?
— Lizzie, por favor — Will implorou, pálido. — Você não devia estar aqui. Não assim.
— Não assim? E como eu deveria estar aqui, Will? Depois de mensagens misteriosas de “P”? Depois de tantas noites sozinha? Me diz, qual seria o momento certo para descobrir a vida secreta do meu marido?
O menino espiou por trás das pernas de Will.
— É ela? A moça da foto? Aquela de quem você sempre fala?
Meu coração disparou.
— Fotos? Você fala de mim aqui? Para quem, Will? Para sua… outra família?
Os olhos de Will se arregalaram, horrorizado.
— Deus, não, Lizzie! Não é isso… por favor, deixa eu explicar!
— Então explica. O que você está escondendo? Onde está *ela*?
— Lizzie, não é o que você está pensando — ele disse rapidamente. — Por favor, entra. Eu explico tudo.
— Explicar o quê? — falei, chorando. — Explicar por que você mentiu? Por que se escondeu?
— Confia em mim — ele implorou. — Por favor, Lizzie.
Eu envolvi minha barriga com os braços, segurando o choro.
— Confiar em você? Eu confiei todas as noites que você chegava tarde. Confiei quando dizia que estava tudo bem. Confiei meu coração, Will, e olha onde isso me levou!
Ele deu um passo, tentando me tocar, mas recuei.
— Não me toque! Não até dizer a verdade. Toda a verdade. Aqui e agora.
— Lizzie — ele disse, quase engasgando —, você está tremendo. Por favor, entra. Pensa no bebê.
— No bebê? — ri amargamente. — Agora você quer pensar no bebê? Onde estava essa preocupação todas as noites que eu estava sozinha, apavorada com a ideia de ser mãe sem meu marido ao lado?
Contra meu bom senso, entrei na casa.
O que encontrei lá dentro não era nada do que eu esperava. Meus pais estavam pintando as paredes. Os irmãos de Will montavam móveis. Alguns amigos da família ajudavam na cozinha com seus filhos. A casa estava cheia de vida.
— O que… o que é isso? — perguntei, chocada.
Will segurou minhas mãos, os olhos fixos nos meus.
— Lizzie, eu comprei essa casa pra nós. Pra você, pra mim, pro bebê. Queria te fazer uma surpresa.
Puxei minhas mãos de volta.
— Uma *surpresa*? Will, isso não é uma surpresa — é um *segredo*! Por que não me contou?
Antes que ele respondesse, minha mãe apareceu com um pincel.
— Porque eu fiz ele prometer — disse ela, suavemente.
— Mãe?
— Estamos passando dificuldades, Lizzie — confessou, a voz trêmula. — Seu pai e eu perdemos nossos empregos há meses. Will nos deu uma forma de nos manter. Ele nos contratou para reformar essa casa. Aquela mensagem que você viu? Era eu, agradecendo a ele.
O mundo girou. Alívio, culpa, raiva e gratidão me atingiram de uma vez.
— Mãe, por que não me contou? A gente podia resolver juntos.
— Ah, querida. Você está prestes a ter um bebê. Precisava focar nisso, não nos nossos problemas. Will teve essa ideia como forma de ajudar a todos.
— E o menininho?
— Tommy — respondeu o amigo de Will. — Meu filho. Ele está nos ajudando a pintar… ou, pelo menos, espalhando tinta pra todo lado!
Virei para Will, com o coração um nó.
— Esse tempo todo, você estava construindo um lar pra nós?
— E ajudando seus pais — ele respondeu, com doçura. — Queria fazer tudo certo, Lizzie. Tornar isso perfeito. Mas vejo agora que esconder de você foi um erro. Estava tão focado no resultado que esqueci da jornada.
Ele se aproximou.
— Quis te dar algo melhor, Lizzie. Sei o quanto você odeia nossa casa atual… como é apertada, escura. Queria que isso fosse um novo começo.
— Você devia ter me contado. Me fez passar um inferno, Will. Achei que você estivesse me traindo. Achei que tinha outra família!
— Eu sei — disse ele, com lágrimas nos olhos. — Me desculpa. Só queria te poupar do estresse. Achei que estava fazendo a coisa certa.
— Você tem ideia do que senti ao ler aquela mensagem? “Te amo – P”? Sabe quantas noites chorei?
O rosto de Will se desfez.
— Deus, Lizzie, eu nunca quis isso… Sua mãe assina como “P” de Pam. Eu devia ter pensado em como pareceria. Estava tão obcecado em fazer tudo perfeito…
— *Perfeito?* — interrompi. — Perfeito teria sido ter meu marido ao meu lado. Perfeito teria sido sonharmos juntos.
Ele ajoelhou-se e beijou minha barriga.
— Quis dar ao nosso filho tudo que nunca tivemos. Uma casa bonita, um quintal pra brincar, avós por perto… Quis ser o homem que você merece.
— E você já era — sussurrei, finalmente o abraçando.
Enquanto olhava ao redor — minha família e amigos se unindo para criar um lar — percebi o quanto eu era amada. Não era perfeito. Nem sempre fácil. Mas era real.
Mais tarde, sentada na varanda da nossa futura casa, Will se juntou a mim com uma xícara de chá.
— Então — disse ele, encostando o ombro no meu —, o que achou?
Sorri, com os olhos marejados.
— Acho que você é um idiota. Mas é o *meu* idiota!
Ele riu, me puxando para perto.
— Aceito.
— Sabe — falei baixinho, me encostando nele —, essa varanda… já consigo nos ver aqui, vendo nosso bebê dar os primeiros passos.
A mão de Will encontrou a minha, apertando levemente.
— Consigo nos ver envelhecendo aqui, balançando lado a lado.
— Me promete mais uma coisa?
— Qualquer coisa.
— Promete que, aconteça o que acontecer, por mais difícil que fique, a gente sempre vai voltar pra esse momento. E pra esse sentimento.
Ele beijou minha testa, a voz cheia de emoção.
— Eu prometo, Lizzie. Essa casa, essa família, esse amor — é tudo o que sempre quis. E eu nunca vou desistir.
Às vezes, o amor não está nos grandes gestos ou momentos perfeitos. Está em estar presente — mesmo quando você ainda não tem todas as respostas.