Meu marido me negligenciou e eu estava infeliz, até que um admirador secreto me fez sentir desejada novamente-História do dia

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**Eu me sentia invisível no meu próprio casamento. O homem que eu amava já não me notava, não se importava mais. Todos os dias eram iguais — até que chegaram as flores. Bilhetes doces, buquês lindos e um admirador misterioso que me via quando meu marido não via. Eu precisava descobrir quem era. Mas a verdade mudou tudo.**

Na manhã cedo, quando as ruas ainda estavam quietas e o sol acabava de nascer, eu estava deitada na cama encarando o teto.

A luz suave passava pelas cortinas, projetando sombras tênues nas paredes. Ao meu lado, Kyle dormia, sua respiração tranquila.

Observei seu rosto, procurando algo familiar — algum traço do homem com quem me casei — mas ele parecia um estranho.

Desde que Sam nasceu, passávamos cada vez menos tempo juntos. As conversas diminuíram, o carinho ficou raro. Vivíamos como colegas de quarto distantes.

Kyle se mexeu, soltando um suspiro. Lentamente, virou-se para mim, os olhos ainda pesados de sono.

— Por que está acordada? — murmurou, com a voz rouca.

— Não sei — respondi, ainda olhando para o teto.

Kyle suspirou e fechou os olhos novamente. Eu o observei, o peito apertado. Não conseguia ignorar a distância entre nós.

— Vamos sair hoje à noite? — falei, cuidadosamente.

— E o Sam? — ele perguntou, sem abrir os olhos.

— Posso pedir para a babá ficar até mais tarde.

Kyle se virou, puxando o cobertor. — Não estou a fim — murmurou, virando-se para o outro lado.

As lágrimas arderam atrás dos meus olhos, mas me recusei a deixá-las cair. Kyle não se importava. Ele nem tentava.

Eu me sentia invisível, como se fosse apenas parte da rotina — alguém que cuidava da casa, do bebê, dos detalhes da vida, mas não alguém que ele amava.

Mais tarde, naquela manhã, a babá chegou, saudando Sam com um sorriso caloroso. Beijei meu filho na despedida, sentindo uma pontada de culpa por estar ansiosa para sair.

No trabalho, sentei na minha mesa tentando afastar o peso no peito. Então Dean, o homem mais atraente do escritório, se aproximou. Sempre nos demos bem.

— Emma, você está deslumbrante hoje — disse Dean, com um sorriso.

— Obrigada — respondi, forçando um leve sorriso. — Pelo menos alguém nota.

Ele arqueou a sobrancelha. — Seu marido não nota?

Soltei um suspiro. — Não lembro a última vez que Kyle me disse algo gentil.

Dean balançou a cabeça. — Então ele é um idiota. Se você fosse minha esposa, eu lembraria disso todos os dias. Mandaria flores. Faria você se sentir especial sempre.

Sorri. Foi bom ouvir aquilo.

— Almoça comigo hoje? — ele perguntou.

— Sim — respondi. — Eu gostaria.

No almoço com Dean, senti-me mais leve, como se pudesse respirar de novo. Ele me ouvia, fazia perguntas, ria das minhas piadas.

Seus elogios não eram vazios — ele realmente notava as coisas. Meu vestido novo. O jeito que arrumei o cabelo. Era bom ser vista.

Eu não estava pensando em ficar com Dean. Eu pensava em Kyle. Por que ele havia parado de me tratar assim?

Ele costumava ser atencioso. No nosso primeiro encontro, ele organizou uma caça ao tesouro. No final, estava esperando com um buquê e um jantar feito por ele.

Ele costumava deixar bilhetes doces — pequenos lembretes do seu amor. Mas agora, nada. E isso doía mais do que eu queria admitir.

Naquela noite, entrei em casa exausta. A rotina era sempre a mesma. Trabalho, casa, cuidar do filho.

Todos os dias pareciam iguais. Suspirei ao ver Kyle sentado na frente da TV, os olhos fixos na tela. Sem um «oi». Sem um olhar.

Hesitei, depois falei:
— Ei, talvez a gente pudesse fazer uma viagem de fim de semana. Só nós dois. Podemos deixar o Sam com meus pais.

Kyle nem desviou o olhar da TV.
— Nunca ficamos tanto tempo longe dele.

— Justamente — respondi. — Está na hora de começarmos. Ele vai ficar bem com eles.

Kyle balançou a cabeça.
— Não acho uma boa ideia.

A frustração borbulhou dentro de mim.
— Então vamos ao menos sair para um encontro. Podemos ficar em casa, jantar depois que Sam dormir. Só um tempo juntos.

Ele suspirou.
— Emma, qual é a dessa conversa toda?

E foi aí que eu explodi.

— «Qual é a dessa conversa toda?!» A gente vive como estranhos, Kyle! Você não fala comigo, nem olha pra mim! — minha voz falhou, mas continuei. — Eu tento. Eu peço. Mas você não se importa.

— A vida de todo mundo muda depois de ter um filho — disse ele. — Isso é normal.

Soltei uma risada amarga.
— Não é normal se sentir invisível! Você não me elogia. Não me dá flores. Você costumava se importar.

— Essa fase já passou — ele disse, com frieza.

Fiquei olhando para ele, as mãos tremendo.
— Então é isso? Você não me ama mais?

— Claro que amo — respondeu.

— Então por que eu não sinto isso?! — gritei. — Kyle, eu te amo. Mas se não fosse pelo Sam, eu já teria ido embora.

Silêncio.

As lágrimas embaçaram minha visão. Corri para o quarto, peguei o travesseiro e o cobertor dele e joguei no corredor.

— Você vai dormir no sofá hoje! — gritei, batendo a porta.

Chorei até não restar mais nada.

Na manhã seguinte, Kyle saiu antes mesmo de eu me levantar. Ouvi a porta da frente se fechar e fiquei ali, encarando o teto. Não sabia se estava aliviada ou machucada. Talvez os dois.

Levantei, me vesti e levei Sam até a babá. Ele me deu um abraço apertado antes de sair correndo para brincar. Pelo menos alguém estava feliz.

Ao chegar no trabalho, parei em choque. Um enorme buquê de flores estava sobre minha mesa, vibrante e lindo.

— Alguém viu quem deixou isso? — perguntei, encarando as flores.

— Um entregador — disse Riley, encostada na minha mesa. — Sem nome, só deixou e saiu.

Peguei o pequeno cartão entre as flores e li em voz alta:
**“Você merece ser adorada todos os dias.”**

Franzi a testa.
— Não está assinado.

Riley sorriu.
— Ooooh, alguém tem um admirador secreto.

Revirei os olhos. Riley adorava fofocas e eu não queria dar mais assunto.

Mas, lá no fundo, a curiosidade me corroía. Quem mandaria flores assim? Quem pensava em mim desse jeito?

Os buquês não pararam. Toda manhã, um novo chegava, sempre com uma mensagem diferente.

**“Um mimo para iluminar o dia de quem já brilha.”**
**“Essas flores vão murchar, mas minha admiração por você nunca vai acabar.”**
**“Seu sorriso é a coisa mais bonita do mundo.”**

Seria mentira dizer que não era bom. Havia tanto tempo que alguém não me fazia sentir especial.

As mensagens eram carinhosas, doces. Me faziam parar, refletir. Mas também me deixavam nervosa.

Não levei as flores pra casa. Se Kyle visse, poderia pensar o pior. Eu não sabia mais o que sentia por ele, mas não queria mais tensão entre nós.

Então as flores ficaram no trabalho, ocupando minha mesa. Quando não havia mais espaço, comecei a doá-las.

As outras mulheres do escritório adoravam, e eu dizia a mim mesma que era o certo a fazer.

Até que um dia chegou um bilhete que me fez congelar.

**“Você merece ser coberta de elogios e receber flores frescas todos os dias.”**

Já tinha ouvido essas palavras antes. Do Dean.

Só podia ser ele. Sempre por perto, sempre com um elogio, sempre me convidando para almoçar.

Depois do trabalho, o encontrei na mesa dele. Meu estômago se revirava. A conversa seria constrangedora, mas eu precisava dizer algo. Me aproximei e respirei fundo.

— Dean, precisamos conversar — disse, baixando a voz. Olhei ao redor, certificando-me de que ninguém estava ouvindo.

Dean se recostou na cadeira.
— Tudo bem. O que foi?

Respirei fundo.
— Eu sei que as flores são suas. Por favor, pare. Não é apropriado.

As sobrancelhas de Dean se ergueram.
— Espera, o quê? Você acha que fui eu?

Cruzei os braços.
— Você gosta de mim, Dean. Faz sentido.

Dean soltou uma risada curta.
— Emma, eu gosto de você… como amiga. Eu sou gay.

Minha boca se abriu.
— O quê?

— Achei que você soubesse — disse ele, balançando a cabeça. — Entendo você pensar isso. Passamos tempo juntos, sou cheio dos elogios, mas é só meu jeito.

Senti meu rosto pegar fogo.
— Meu Deus. Eu não fazia ideia. Que vergonha.

Dean sorriu.
— Relaxa. Mas se descobrir quem manda as flores, me avisa. Vai que ele tem um irmão gêmeo que curte caras.

Caí na risada, balançando a cabeça.

Naquela noite, fiquei acordada, olhando para o teto. Se não era Dean, então quem era?

Alguns dias depois, outro buquê chegou. Meu coração disparou quando peguei o bilhete.

**“Se quiser saber quem sou, me encontre aqui às 19h.”**

Li duas vezes, os dedos tremendo. Finalmente teria minha resposta. Diria que era casada.

Deixaria claro que aquilo tinha que parar. Mas, no fundo, eu sabia a verdade — sentiria falta das flores, dos bilhetes, da sensação de ser desejada.

Às 19h, cheguei ao endereço. Meu fôlego travou. Era o restaurante — aquele que eu implorava para o Kyle me levar.

O que ele sempre recusava. Agora, eu finalmente estava ali… com alguém que nem conhecia.

Entrei, esperando um salão cheio. Mas estava vazio — o que me surpreendeu, já que geralmente era necessário reservar com meses de antecedência.

Mesas à luz de velas tremeluziam na penumbra. Buquês enchiam o ambiente, o aroma me envolvendo. Meu coração disparava.

— Tudo bem, vai se mostrar? — chamei, minha voz ecoando no restaurante vazio. Meu coração batia forte. — Se ajudar, saiba que não podemos ficar juntos. Sou casada.

Silêncio. Então, uma voz familiar:
— E você o ama?

Congelei. Aquela voz — eu conhecia. Me virei.

**Kyle.**

Meu fôlego travou.
— Era você?

Ele assentiu, os olhos cheios de algo que eu não via há muito tempo.
— Você estava certa — disse. — Eu parei de te mostrar o quanto te amo. Deixei a gente se afastar. Mas quando você disse que teria me deixado se não fosse pelo Sam… aquilo me destruiu. Eu não posso te perder, Emma.

— Um simples jantar teria bastado — respondi, com a voz trêmula.

Kyle balançou a cabeça.
— Não. Fiquei tempo demais sem fazer nada. Eu precisava mostrar.

Engoli em seco.
— Tive que dar as flores no trabalho.

Kyle riu.
— Imaginei por que nunca as trouxe pra casa. — Ele se aproximou, as mãos na minha cintura. — Então… você me perdoa?

Assenti.

Ele me beijou. E eu senti — o amor. Meu Kyle estava de volta.

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