Quando meu sogro Richard demoliu meu amado jardim para construir uma piscina não autorizada, fiquei furiosa. Mas, como diz o ditado, o karma age de maneiras misteriosas. O que aconteceu em seguida foi uma enxurrada de eventos inesperados que transformaram o projeto dos sonhos dele em um pesadelo.
Nunca pensei que veria o dia em que o karma bateria à porta — mas, meu Deus, ele bateu. Pegue uma xícara de café e acomode-se, porque essa história é uma montanha-russa do começo ao fim.
Primeiro, deixe-me me apresentar. Sou Linda, uma professora de inglês do ensino médio de 40 anos, e moro com meu marido Tom e meu sogro Richard.
Tom e eu somos casados há 15 anos maravilhosos, juntos desde a faculdade. A vida era tranquila até cerca de dois anos atrás, quando Richard veio morar conosco após o falecimento da minha sogra.
Agora, Richard não é exatamente a pessoa mais fácil de conviver. Ele tem opinião sobre tudo e acha que sabe mais do que todo mundo sobre qualquer coisa. Nossa relação sempre foi meio tensa, mas tentei ao máximo fazer dar certo, pelo bem do Tom.
Mesmo assim, viver sob o mesmo teto tem sido… desafiador, pra dizer o mínimo.
Tom e eu não temos filhos, então por anos eu despejei meu coração e alma no nosso quintal. Era meu pedacinho do paraíso: um gramado verde rodeado por canteiros de flores coloridas que eu cultivei desde mudinhas. A jardinagem se tornou minha paixão, meu refúgio, minha forma de relaxar depois de um longo dia ensinando adolescentes mal-humorados.
Todo fim de semana e cada momento livre, lá estava eu, cuidando das plantas, vendo-as crescer e florescer. Era mais que um hobby — era o que me mantinha ocupada, feliz e sã.
Mas o Richard? Tinha outros planos para o meu santuário. E tudo começou inocentemente.
Uma noite, enquanto terminávamos o jantar, Richard pigarreou. “Linda, Tom, estive pensando.”
Troquei um olhar com Tom. Quando Richard começava assim, era sinal de encrenca.
“O quintal,” continuou ele, “tá só aí parado. Devíamos colocar uma piscina.”
Quase engasguei com a água. “Uma piscina? Richard, onde exatamente a gente colocaria isso? O quintal nem é tão grande.”
Ele fez um gesto com a mão, como se não fosse nada. “A gente dá um jeito. Fico entediado quando vocês dois estão no trabalho. Uma piscina seria perfeita pra mim e meus amigos. Ainda mais nesses dias quentes.”
Tom, meu querido, tentou apelar pro bom senso do pai. “Pai, a Linda colocou muito trabalho nesse jardim. Não dá pra simplesmente arrancar todas aquelas flores lindas. E além disso, uma piscina é cara e dá trabalho. Acho que o senhor não conseguiria cuidar disso.”
Mas Richard não desistiu. Durante semanas, trouxe o assunto à tona toda vez que podia. “Linda, imagina que delícia se refrescar no calor,” ou “Tom, pensa nas festas na piscina que poderíamos fazer!”
Continuei firme. “Richard, me desculpe, mas não é prático. O quintal é pequeno, e eu amo meu jardim. Não posso deixar você cavar uma piscina ali. Isso não vai acontecer.”
Achei que tinha encerrado o assunto. Mas estava enganada. Aquilo era só o começo.
Num fim de semana, Tom e eu fomos visitar meus pais. Uma pausa bem-vinda da ladainha da piscina. Saímos cedo no sábado e planejamos voltar no domingo à noite.
Assim que estacionamos na entrada de casa no domingo, percebi que algo estava errado. O jardim da frente estava um caos, com marcas de pneus por todo lado. Meu estômago revirou quando viramos a esquina e olhei para o quintal.
Não acreditei no que vi. Onde antes havia meu lindo jardim, agora havia um buraco enorme. Pilhas de terra por todo lado, e a maioria das minhas flores queridas tinham desaparecido.
No meio de tudo isso, lá estava Richard, sorrindo como se tivesse ganhado na loteria.
“Ah, resolveram voltar, né?” ele zombou. “Comecei a piscina pra vocês. Não precisam me agradecer.”
Fiquei sem palavras. Já Tom explodiu. “Pai! Que diabos você estava pensando? A gente disse que não era pra fazer isso!”
Richard deu de ombros. “Vocês vão me agradecer depois. Consegui um ótimo preço nas escavadeiras.”
Senti as lágrimas surgindo. Todo meu esforço foi destruído em um único fim de semana, pelo meu próprio sogro. Por que ele não conseguia entender o quanto eu amava aquelas plantas? Por que ele destruiu meu jardim?
Quando Tom viu minhas lágrimas silenciosas, colocou o braço em volta de mim e me levou para dentro.
“Eu vou resolver isso, Linda. Por favor, não se preocupe,” ele disse. “Não vou deixar ele construir uma piscina ali. E suas plantas… vou contratar um jardineiro profissional e restaurar tudo como você quiser. Tudo bem? Por favor, não chore.”
Na manhã seguinte, acordei torcendo pra tudo ter sido um pesadelo. Mas uma olhada pela janela confirmou: era real. As escavadeiras estavam de volta.
Enquanto continuavam o trabalho, o karma resolveu fazer uma visita ao Richard. Foi então que vi nossa vizinha, a Sra. Jensen, passeando com seu cachorrinho Buster.
A Sra. Jensen é fanática por regras e regulamentos — e nunca se deu bem com o Richard. Para minha surpresa, ela foi direto até ele com um sorriso doce.
“Richard, querido,” começou ela, com a voz transbordando doçura falsa, “sabia que há regras sobre a distância que você pode cavar da divisa da propriedade?”
Richard bufou. “Eu sei o que estou fazendo, Margaret. Cuida da sua vida.”
O sorriso dela só aumentou. “Bom, o inspetor da prefeitura é um bom amigo meu. Deixe-me ligar pra ele e ver o que ele acha.”
Vi o sangue sumir do rosto do Richard. Antes que ele pudesse reagir, a Sra. Jensen já estava ao telefone, conversando animadamente.
Uma hora depois, o inspetor da cidade apareceu à nossa porta. Deu uma olhada na bagunça no quintal e balançou a cabeça. “Sinto muito, senhor, mas isso está totalmente fora das normas. Vai ter que preencher esse buraco imediatamente.”
Richard gaguejou, “Mas… mas…”
O inspetor não terminou. “E receio que terei que multá-lo por iniciar uma construção sem as devidas permissões.”
Eu não acreditava. O karma existia — e estava trabalhando em dobro.
Mas ainda tem mais.
Enquanto os operários preenchiam o buraco, ouviu-se um estalo alto. De repente, água começou a jorrar por todos os lados. Eles haviam atingido um cano antigo!
O quintal virou um pântano em minutos. E logo depois, o pobre Richard escorregou e caiu de cara na lama.
Tom e eu assistíamos da varanda enquanto o caos se desenrolava. Richard estava encharcado, coberto de lama da cabeça aos pés, gritando com os operários.
Seu terno favorito estava arruinado, e seus sonhos de um oásis no quintal estavam literalmente indo por água abaixo.
No fim, Richard teve que pagar por tudo: a multa, o conserto do cano, a restauração do quintal e até a limpeza do porão alagado. Foi uma lição cara sobre respeitar a propriedade alheia e seguir as regras.
Depois daquele dia, o entusiasmo de Richard por reformas domésticas desapareceu. Hoje, ele passa a maior parte do tempo quieto no quarto.
Só mencionar a palavra “piscina” já é o suficiente pra ele fazer careta e sair da sala.
Quanto ao meu jardim, levou tempo, mas consegui replantar quase tudo. De certa forma, ele está até melhor agora. Cada flor representa uma pequena vitória sobre os planos malucos do Richard.
Além disso, a Sra. Jensen virou uma grande amiga. Sempre que me vê no jardim, ela pisca e diz: “Espero que ninguém esteja cavando uma piscina por aí.”
Tom e eu ainda rimos da história. Virou nosso clássico nos jantares. “Já contamos pra vocês da vez que o Richard tentou construir uma piscina?” Tom começa, e os amigos se acomodam para ouvir.
Olhando pra trás, sou grata pela experiência. Não só ensinou uma lição valiosa ao Richard, como também aproximou ainda mais o Tom e eu. Ele me apoiou em tudo, provando que nosso relacionamento pode enfrentar qualquer tempestade.
Então, se você estiver lidando com um parente difícil que não respeita seus limites, lembre-se: o karma pode estar ali na esquina… pronto pra fazer um grande estrago.