Meu Primeiro Amor e eu planejamos Explorar o mundo juntos depois que nos aposentamos — mas quando cheguei ao nosso ponto de encontro, outra pessoa estava lá esperando por mim

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Quando John retorna ao banco onde ele e seu primeiro amor prometeram se reunir aos 65 anos, ele não espera que o marido dela apareça em vez disso. Mas quando o passado colide com o presente, velhas promessas dão lugar a começos inesperados… e um novo tipo de amor entra silenciosamente na luz.

Quando eu tinha 17 anos, Lucy era tudo para mim.

Nós tínhamos tudo. De bilhetes secretos dobrados em quadrados e passados debaixo das carteiras, primeiros beijos debaixo das arquibancadas, promessas sussurradas como orações na escuridão. E uma dessas promessas era simples.

“Se não pudermos ficar juntos agora, vamos nos encontrar aos 65, quando já estivermos bem nas nossas vidas. Se estivermos solteiros, então veremos para onde vamos. Se estivermos casados, então vamos nos atualizar sobre os cônjuges e filhos, se tivermos algum… Combinado?”

“Combinado,” Lucy disse, sorrindo tristemente.

Escolhemos um lugar. Um pequeno parque com um lago na borda de uma cidade tranquila. Um banco de madeira, aconchegado entre um par de árvores antigas. Não importava o que acontecesse.

A vida, é claro, nos separou, como sempre faz. A família dela se mudou para o outro lado do oceano. Eu fiquei, criei raízes, vivi uma vida longa e plena.

Fiz tudo.

Casamento, dois filhos, um divórcio bagunçado, cinco netos que agora me ultrapassam. Mas, apesar de tudo. Aniversários, feriados, anos empilhados em anos… mas no aniversário de Lucy, eu pensava nela.

E quando completei 65, fiz as malas e voltei para a cidade, me hospedei em um motel. Me senti como aos 17 anos novamente.

De repente, a vida voltou a ser brilhante. Cheia de possibilidades. Cheia de esperança.

O ar estava fresco, as árvores vestidas com casacos dourados, e o céu estava baixo e suave, como se estivesse prendendo a respiração. Segui o caminho sinuoso, cada passo lento, deliberado, como se estivesse revivendo um sonho que não tinha certeza se era real.

Minhas mãos estavam enfiadas nos bolsos do casaco, meus dedos apertados em torno de uma fotografia que eu não precisava mais olhar.

Eu a vi. O banco. O nosso banco. Ainda escondido entre as duas árvores antigas, seus galhos se estendendo como velhos amigos se inclinando perto. A madeira estava mais escura do que eu lembrava, suavizada pelo tempo e pelo clima… mas ainda era nosso.

E não estava vazio.

Um homem estava sentado ali. Nos seus sessenta e poucos anos, talvez um pouco mais velho. Ele tinha cabelos grisalhos bem aparados e usava um terno cinza que não combinava muito com a suavidade da tarde. Ele parecia estar esperando, mas não com bondade.

Ele se levantou lentamente quando me aproximei, como se estivesse se preparando para um confronto.

“Você é o John?” ele perguntou, com a voz plana.

“Sim, sou,” eu disse, meu coração subindo até a garganta. “Onde está a Lucy? Quem é você?”

Os olhos dele piscavam, mas ele manteve a postura. Ele parecia que cada respiração custava-lhe algo.

“Arthur,” disse ele simplesmente. “Ela não vem.”

“Por quê? Ela está bem?” Eu congelei.

Ele respirou fundo, depois soltou o ar pelo nariz.

“Bem, John. Lucy é minha esposa,” disse ele, com firmeza. “Ela é minha esposa há 35 anos. Ela me falou sobre o seu pequeno acordo. Eu não queria que ela fosse. Então, estou aqui para te dizer… ela não vai.”

As palavras dele caíram como chuva congelada. Molhadas, afiadas e indesejadas.

E então, através das árvores, ao som das folhas se movendo pelo caminho, ouvi passos.

Rápidos. Leves. Urgentes.

Uma figura apareceu, se movendo pela névoa dourada da tarde. Pequena, rápida e sem fôlego. Cabelos prateados puxados para trás em um nó frouxo que balançava a cada passo. Um cachecol se arrastava atrás dela como um laço esquecido.

Lucy.

Minha Lucy.

“Lucy! O que você está fazendo aqui?” Arthur se virou, surpreso, com os olhos arregalados.

Ela não desacelerou. Sua voz soou forte. Ela parecia ela mesma, mas mais… determinada.

Clara. Controlada. Afiada como geada.

“Só porque você tentou me manter trancada em casa, Arthur, não significa que eu não encontraria uma saída! Você é ridículo por fazer essa palhaçada!”

Ela devia ter saído logo depois dele. Talvez tenha esperado até ele virar a esquina. Talvez tenha visto ele se afastar e tomou a decisão no momento em que a porta se fechou.

Seja o que for, vê-la agora… ousada e desafiadora, despertou algo em mim. Algo feroz. Algo jovem.

Lucy parou na minha frente, o peito subindo e descendo. Suas bochechas estavam coradas do frio, da corrida, talvez até de nervosismo. Mas os olhos dela, meu Deus, aqueles olhos, suavizaram quando encontraram os meus.

“John,” disse ela suavemente, como se nenhum ano tivesse passado. “Eu estou tão feliz em te ver.”

Então, ela me abraçou. Não por educação. Não para exibir. Foi o tipo de abraço que alcançou todo o tempo. Um abraço que dizia: eu nunca esqueci você. Um abraço que dizia: você sempre foi importante.

Arthur fez um barulho com a garganta atrás de nós, agudo e intencional. E assim, o feitiço se quebrou.

Acabamos em uma cafeteria próxima. Os três, sentados em um triângulo de energia desconfortável. Arthur ranzinza com o café. Lucy e eu conversamos, no início de forma hesitante, depois como velhos amigos que estavam em pausa por muito tempo.

Ela me mostrou uma foto da filha. Eu mostrei a foto de formatura do meu neto. Nossas vozes preencheram o silêncio com histórias antigas e ecos.

Então, de repente, Lucy se inclinou na mesa e passou os dedos sobre os meus. Meu corpo quase se retraiu com o toque dela… Arthur estava bem ali.

“John,” ela começou suavemente. “Você ainda tem sentimentos por mim? Depois de todo esse tempo?”

Eu hesitei. Não sabia como responder a essa pergunta. Talvez… talvez eu tivesse sentimentos por ela. Mas talvez fosse apenas pela lembrança de quem éramos.

“Talvez um pouco,” eu disse. “Mas, na maioria, estou apenas feliz em ver que você está bem.”

Nos despedimos sem trocar números. Não houve grandes declarações. Nem olhares demorados. Foi apenas um entendimento silencioso. Fechamento, pensei. O tipo que dói, mas não… sangra.

Então, uma semana depois, alguém bateu na minha porta.

Era final de tarde. O sol estava se pondo, lançando sombras longas sobre o chão da sala. Eu não esperava ninguém. Fui até a porta, ainda de meias, com uma xícara de chá morno na mão. Quando abri, pisquei.

Arthur.

Ele estava parado rigidamente na minha varanda, com as mãos enfiadas nos bolsos do casaco. Sua postura era defensiva, como um homem se preparando para um golpe.

“Você está planejando roubar minha esposa, John?” ele perguntou diretamente, os olhos fixos em algum lugar além do meu ombro.

“Como assim?” Eu o encarei.

“Ela me disse que você já foi apaixonado por ela,” disse ele. “Ainda pode ser. Então, eu gostaria de saber.”

Coloquei a xícara na mesinha do corredor, minhas mãos estavam de repente trêmulas.

“Eu não poderia roubar a Lucy mesmo que tentasse, Arthur. Ela não é alguém que se possa tomar. Ela é uma pessoa por si só. E ela te ama. Isso é o suficiente para mim. Eu estava apenas cumprindo uma promessa que fizemos há décadas. Não fui ao parque com nenhuma expectativa, além de ver a Lucy feliz na velhice.”

Arthur parecia não saber o que fazer com isso. Ele balançou um pouco nos calcanhares, os olhos varrendo o piso de madeira.

“Nós vamos fazer um churrasco no próximo fim de semana, John,” ele disse depois de um momento de silêncio. “Você está convidado, tá?”

“Sério?” Eu pisquei.

“Ela quer que você vá,” disse ele, arrastando cada palavra como se estivesse amargo. “E… Lucy quer te apresentar alguém.”

O ar entre nós se espessou. Ele parecia querer evaporar.

“E você está bem com isso?” Eu ri.

“Não, mas estou tentando. Sério, estou,” ele suspirou.

“Como você me encontrou?” eu chamei atrás dele enquanto ele virava para ir embora.

“Lucy lembrou do seu endereço. Ela disse que você nunca se mudou e me contou onde te encontrar.”

E assim, ele foi embora pela rua, deixando para trás silêncio e algo inesperado: a sensação de que talvez essa história simplesmente não tivesse acabado ainda.

Depois que Arthur se foi, senti uma onda de energia. Não era sobre a Lucy. Era verdade, o que eu disse ao marido dela. Eu não tinha nenhuma expectativa sobre Lucy e eu reacendendo o que tivemos na juventude.

Se eu fosse totalmente honesto comigo mesmo, não tinha certeza de querer um relacionamento novamente. Na minha idade, será que valia toda a confusão? Eu estava bem apenas sendo um avô.

Continuei meu dia fazendo torradas francesas e cantarolando para mim mesmo. Eu não sabia quem Lucy queria me apresentar, mas a ideia de sair de casa parecia boa.

No próximo fim de semana, eu cheguei com uma garrafa de vinho e expectativas baixas.

Lucy me cumprimentou com um abraço e um piscadela, do jeito que fazia anos atrás, quando nos escondíamos durante os intervalos da escola. Arthur me deu um grunhido que era mais latido do que mordida. E antes que eu pudesse entrar totalmente no quintal, Lucy passou o braço pelo meu.

“Vem ajudar a servir as bebidas,” ela disse.

Fomos até a cozinha, o tilintar dos utensílios e o murmúrio de risadas nos acompanhando. Ela abriu a geladeira, tirou uma jarra de limonada e me entregou um copo.

“Ela está aqui, sabia?” Lucy disse, servindo outro copo de limonada. “A mulher que

falei para você. Você vai gostar dela.”

“Ah?” Eu fiquei curioso. Ela me entregou o copo. “Então você me arrumou um encontro?”

Lucy sorriu misteriosamente.

“Sim,” ela disse com suavidade. “E você vai se divertir muito mais do que pensa, John.”

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