**No nosso dia de casamento perfeito, minha cunhada Jenna fez cara feia em todas as fotos e reclamou sem parar. Semanas depois, exigiu que deletássemos todas as imagens em que ela aparecia — ou então! Minha esposa ficou arrasada… mas eu tinha uma solução que Jenna não esperava.**
A manhã se desenrolou como um sonho. O céu claro se estendia acima, uma brisa leve vinha do rio, e o perfume suave de grama recém-cortada e flores silvestres pairava no ar.
Eu estava parado perto do celeiro, observando o cortejo nupcial emergir em uma agitação de chiffon e cachos, a luz do sol refletindo nas pedrarias e rendas dos vestidos.
O fotógrafo já estava tirando fotos espontâneas enquanto todos riam e se abraçavam.
Mas bem no meio de tudo isso, Jenna, a irmã da minha esposa, arrastava os pés — literalmente e emocionalmente.
Ela semicerrava os olhos para o sol como se ele a tivesse ofendido pessoalmente, puxava o vestido para baixo nos quadris e resmungava para ninguém em particular: “Está muito calor.”
Alguns passos depois, gemeu: “Esse vestido está grudando nos lugares errados.”
Então, quando o fotógrafo chamou todos para as fotos do cortejo, ela bagunçou o cabelo e fez careta para o próprio reflexo na janela de um carro.
“Ótimo. Pareço que enfiei o dedo na tomada.”
Nina olhou com preocupação no rosto suavizado. Estendeu a mão, ajeitou uma mecha solta do cabelo de Jenna e colocou uma garrafinha de água gelada em sua mão.
“Aqui, Jen,” disse ainda sorrindo. “Bebe um pouco. Você vai se sentir melhor.”
Mas Jenna olhou para a garrafa como se ela tivesse a insultado.
Nina já havia me alertado sobre as mudanças de humor da irmã, mas ver isso acontecer no nosso casamento era outra história.
“Talvez ela só esteja nervosa,” Nina sussurrou para mim mais cedo, com os olhos entregando uma vida inteira de desculpas pela irmã. “Multidões grandes deixam ela ansiosa.”
Assenti e apertei sua mão, sem querer apontar que trinta convidados mal contavam como “multidão”.
A fotógrafa, Melissa, conduziu o grupo para os campos dourados ao redor da fazenda onde fizemos a cerimônia e a recepção.
Risos enchiam o ar — exceto ao redor de Jenna, que quase sempre estava nas bordas das fotos em grupo. Ela e Nina nunca foram próximas, algo que Nina tentou mudar ao torná-la madrinha.
“Podemos tirar uma só com as irmãs?” Melissa chamou animada. “Só a Nina e a Jenna por um momento?”
Vi o rosto da Nina se iluminar enquanto se aproximava da irmã. Jenna deu um passo à frente com um sorriso que não chegava aos olhos.
“Coloca o braço na cintura dela, Jenna,” sugeriu Melissa. “Perfeito!”
Quando o clique da câmera soou, Jenna foi pega revirando os olhos. Na foto seguinte, tinha um sorriso forçado. Na terceira, estava nitidamente fazendo cara feia.
Nina fingiu não notar. Continuou sorrindo, posando, tentando.
“Vocês duas estão lindas!” eu gritei, e Nina mandou um beijo.
Jenna murmurou algo que não consegui ouvir, mas o leve estremecer de Nina me disse tudo o que eu precisava saber.
O restante do dia foi lindo, apesar da nuvem Jenna.
Nina estava radiante quando entrou. Quando trocamos votos, vi lágrimas nos olhos dela.
Dançamos sob luzinhas enquanto o sol se punha, e até Jenna parecia mais relaxada depois de algumas taças de champanhe.
Mais tarde, no hotel, Nina se aconchegou em mim e sussurrou: “Obrigada por ser tão paciente hoje.”
Beijei sua testa. “Sua irmã não estragou nada. Nada poderia ter estragado esse dia.”
Nina suspirou. “Ela tenta, sabe? Do jeito dela.”
Assenti, sem confiar na minha voz para responder. Se aquilo era ela tentando, não queria ver o que era quando não tentava.
Três semanas depois, a galeria de fotos chegou no nosso e-mail.
Nina e eu nos aninhamos no sofá, com o laptop no colo, clicando por momentos vibrantes, alegres, congelados no tempo.
“Olha essa,” Nina suspirou, apontando para uma foto nossa rodeados de amigos, com confetes caindo como neve. “Vamos enquadrar para a sala?”
“Com certeza,” concordei, anotando o número da foto.
Continuamos vendo, parando às vezes para rir ou suspirar com os momentos lindos.
“Mal posso esperar para todo mundo ver isso,” disse Nina, cheia de empolgação.
Pegou o celular e enviou o link da galeria para o grupo do cortejo, incluindo Jenna, junto com uma mensagem dizendo que pretendíamos postar algumas nas redes sociais.
Mal tive tempo de encher nossas taças de vinho quando o celular da Nina tocou. O nome da Jenna apareceu na tela.
Nina atendeu animada: “Oi, Jen! Viu as fotos? Estão incríveis, né?”
A voz que veio pelo viva-voz caiu como tempestade.
“VOCÊ DEIXOU O FOTÓGRAFO ME PEGAR ASSIM?! PAREÇO QUE SAÍ DO ESGOTO!”
O sorriso de Nina vacilou.
“O quê? Claro que não. Você ficou linda. Igual a todo mundo.”
“Você tá cega?! Meu cabelo tá horrível, o vestido me deixa gorda, e em metade das fotos tô apertando os olhos como se nunca tivesse visto sol!”
“Estava claro mesmo,” Nina disse baixinho. “Todos nós apertamos um pouco os olhos.”
“Não como eu! DELETE cada foto em que eu apareço, agora! Se vocês postarem uma única com a minha cara, juro que nunca mais falo com nenhum dos dois — e vou expor vocês online. Tô falando sério, Nina.”
“Jen, por favor—”
“Tô falando sério. Deletem ou acabou.”
A ligação caiu.
Nina ficou paralisada, o celular ainda encostado ao rosto. Quando finalmente abaixou, os olhos estavam cheios de lágrimas que não caíam.
“Ela sempre faz isso,” Nina sussurrou. “Toda vez que acho que estamos avançando.”
Coloquei o braço em seus ombros. “Que progresso? Ela fez nosso casamento ser sobre ela, e agora quer fazer isso com nossas fotos. Ela tá em quase todas!”
Nina se aconchegou em mim. “Só queria que ela se sentisse incluída. Por isso a convidei pra ser madrinha. A gente pode não se dar bem, mas ela ainda é minha irmã…”
O silêncio que seguiu foi pesado.
Nina se encolheu no sofá, respirando de forma irregular. Por fim, sussurrou: “Não sei mais o que fazer.”
Foi aí que tomei uma decisão.
Jenna se colocou como uma estranha — eu só respeitei o pedido dela.
Depois que Nina dormiu, abri o laptop e revisei as fotos uma por uma.
Nas horas seguintes, cortei Jenna de cada imagem. Por sorte, ela sempre estava nas bordas.
Clique por clique, ela desapareceu.
Quando terminei, publiquei no Facebook as fotos que Nina e eu mais gostamos. Como Jenna não aparecia em nenhuma, achei que ela não teria do que reclamar.
Estava errado.
Na tarde seguinte, meu celular tocou com o nome da Jenna.
“VOCÊ TÁ BRINCANDO?!” A voz dela explodiu no viva-voz antes que eu dissesse olá. “VOCÊS ME APAGARAM DO CASAMENTO? DA FAMÍLIA? QUE DIABOS TEM DE ERRADO COM VOCÊ?”
Falei com calma. “Você pediu para não usarmos nenhuma foto em que aparecesse. Eu respeitei. Qual é o problema?”
“O problema é que você me TIROU das fotos em vez de simplesmente não usá-las!”
“Aquelas eram nossas fotos de casamento, Jenna. Queríamos compartilhar.”
“Então você só me cortou? Como se eu nem estivesse lá?”
“Você não queria aparecer. Eu respeitei seu pedido.”
“Não era isso que eu quis dizer e você sabe disso!”
“Na verdade, não sei. Você foi bem clara ao dizer que não queria aparecer nas fotos. E graças ao Photoshop, não aparece.”
Ela pareceu prender a respiração, prestes a explodir de novo — mas então, silêncio.
Ela desligou.
Quando Nina chegou do trabalho, contei o que aconteceu.
Achei que ela fosse se irritar comigo, mas em vez disso, sentou no sofá e riu. Não foi uma risada feliz — foi surpresa, quase alívio.
“Você realmente fez isso,” disse, balançando a cabeça. “Você enfrentou ela.”
“Desculpa se passei do limite.”
Nina pegou minha mão. “Não. Não se desculpe. Talvez isso fosse mesmo necessário.”
Nos dias seguintes, Jenna mandou uma enxurrada de mensagens e ligações (para a Nina, não pra mim), além de recados dos pais dela e até de alguns primos.
Jenna não falava com nenhum de nós. Os pais de Nina mandavam mensagens cheias de culpa, falando sobre “harmonia familiar” e “ser a pessoa mais madura”.
Nina ouvia todas e respondia educadamente, mas não cedia. E a cada dia, parecia mais firme.
Uma noite, enquanto dobrávamos roupas, Nina quebrou o silêncio.
“Eu devia ter parado de proteger ela há anos.”
Parei, com uma camiseta pela metade. “Como assim?”
“A Jenna. Passei a vida inteira inventando desculpas pra ela. Apaziguando. Consertando o que ela destrói.” Ela colocou uma toalha dobrada na pilha. “É exaustivo.”
“Você não precisa mais fazer isso.”
Ela encostou a cabeça no meu ombro, suave, mas decidida.
“Obrigada.”
O ar parecia mais leve. Talvez, pela primeira vez em muito tempo, ela pudesse finalmente respirar. E eu também.