Meu sogro rico vivia zombando de mim por estar reformando minha nova casa sozinho, em vez de contratar ajuda profissional. Mas durante uma festa que organizamos, todos elogiaram meu trabalho — até que meu sogro estragou tudo. O que ele não esperava era que o carma iria lutar minhas batalhas por mim.
Meu pai costumava dizer: “Seu nome vai no seu trabalho — faça direito, ou nem faça.” Ele era um mecânico que construía quadros de bicicleta sob medida na nossa pequena garagem e sempre foi meu herói e inspiração. O que eu não sabia era que meu sogro não valorizaria as mesmas coisas que meu pai valorizava. Isso nos fez entrar em conflito, até que ele fez algo imperdoável.
Meus pais trabalharam duro para conquistar tudo o que tinham. Não pegaram atalhos nem receberam favores. Apesar de meu pai ser um profissional no que fazia, não havia diplomas pendurados nas paredes, apenas mãos calejadas e um orgulho silencioso.
Nunca fui alguém que buscava elogios pelo que fazia — não foi assim que fui criado. Tenho trinta e cinco anos agora, e os conselhos do meu pai ficaram gravados em mim como verniz. Então, quando minha esposa Haley e eu descobrimos que íamos ter nosso primeiro bebê, não pedi ajuda. Eu sabia exatamente o que fazer… arregaçar as mangas!
A verdade é que o apartamento de um quarto em que morávamos no lado leste era apertado. Torneiras vazando, paredes finas como papel e nenhum espaço para um berço, quanto mais para um bebê engatinhando. A cozinha era minúscula e não tínhamos quintal.
Decidimos comprar uma casa maior, algo antigo, mas sólido, onde pudéssemos crescer. Haley tentou me convencer a morar na casa de hóspedes dos pais dela, mas eu simplesmente não conseguia. Parecia desistir.
Em vez disso, encontramos uma casa antiga de dois andares, além dos limites da cidade. Tinha uma boa estrutura e um quintal cheio de mato. Mas eu vi potencial. Era o tipo de casa onde uma criança podia crescer feliz.
Usei minhas economias do trabalho na oficina e dos bicos reformando móveis na garagem. Compramos a casa à vista, Haley e eu. Cada centavo veio de nós — sem empréstimos, presentes ou doações.
E com certeza, não veio um centavo dos pais da minha esposa, Bruce e Lenora. Acredite, eles poderiam ter financiado tudo e ainda sobraria para outra viagem ao Caribe. Veja bem, meus sogros eram completamente diferentes dos meus pais.
Sinto muito — na verdade, não sinto — ao dizer que Bruce era o pior dos dois. Imagine um cara de bermuda cáqui de golfe e Rolex vintage — o tipo de homem que nunca sujou as mãos com graxa na vida.
Desde que ganhou na loteria em 2003, ele tratava qualquer tarefa comum como se fosse um número de circo. Uma vez ele chamou trocar um pneu de “yoga do homem trabalhador”. Tudo o que fazem é viajar, ir a spas, comprar cachecóis de seda e participar de degustações de vinhos caros.
Desde que ficaram ricos, nunca mais trabalharam. Mas mesmo com toda essa fortuna, nunca se ofereceram para nos ajudar — não que eu esperasse isso. O que eu não esperava era o constante sarcasmo passivo-agressivo do meu sogro quando contamos que iríamos reformar a casa por conta própria.
Desde o momento em que dissemos que faríamos tudo sozinhos, ele fez questão de ridicularizar cada passo meu!
“Você? Reformar uma casa? O que é isso, um episódio de ‘Extreme Makeover: Crise de Meia-Idade’?”
Não respondi, apenas voltei a martelar o contrapiso. Meu trabalho incluía refazer a fiação elétrica, arrancar carpetes, consertar paredes, restaurar pisos, instalar armários, construir o berço à mão e pintar o mural do quarto do bebê.
Passei minhas noites trabalhando, com tutoriais do YouTube no fone de ouvido às duas da manhã, enquanto Haley roncava suavemente no outro quarto. Até escutava podcasts sobre nomes de bebês enquanto lixava armários, para acompanhar tudo o que vinha por aí.
Meus finais de semana eram feitos de serra elétrica, cheiro de tinta e cortes de madeira. Aprendi na prática. Quando errava, arrancava e fazia de novo — porque me orgulhava do que estava fazendo. Haley pintava ao meu lado quando não estava enjoada pela gravidez, mas a maior parte do trabalho, fui eu quem fez.
Minhas mãos estavam em carne viva, minhas costas doíam, mas continuei — tudo para que nossa casa estivesse pronta para a chegada do bebê.
Meses depois, na última semana de pintura, Bruce resolveu “dar uma passada” com seu Tesla branco. Eu estava numa escada, consertando o drywall, coberto de tinta e poeira. Ele entrou no quarto do bebê, e seu perfume caro se misturava ao cheiro de serragem.
“Bem… tá com uma cara triste,” comentou, olhando ao redor com sua calça de linho passada e um cachecol de seda no pescoço. “Mas acho que tá bom… pro seu orçamento. Afinal, minha filha não casou com um empresário de sucesso, né?”
Engoli seco e travei a mandíbula.
“Fui eu quem fez,” respondi. “Economizamos muito.”
Ele deu uma risada, foi até a estante que eu estava construindo, e bateu numa das prateleiras — que balançou levemente.
“É. Espero que o bebê goste de pisos tortos e prateleiras desalinhadas,” disse ele, com um sorriso de deboche.
Mordi a língua.
Haley, com sete meses de gravidez, ouviu tudo do corredor. Entrou na sala, barriga primeiro, com as mãos apoiadas nas costas como se fossem de vidro.
“Bruce, em vez de criticar o pai do seu neto, que tal agradecer?”
Ele levantou as mãos como se ela o tivesse acusado de assassinato.
“Só tô tentando ajudar. Não precisa se emocionar,” respondeu, com desprezo.
Ele foi embora quando viu que Haley não ia sair do lugar. Mas não dava pra evitá-lo pra sempre. A festa de revelação do sexo do bebê estava chegando, e minha esposa queria todos presentes — até Bruce e Lenora.
A festa aconteceu depois que finalizei a maior parte da reforma. Além dos pais dela, convidamos amigos, primos, a família estendida de Haley — e, infelizmente, os amigos ricos do clube de campo dos sogros.
Fizemos a festa no quintal. Passei três finais de semana seguidos cuidando da área externa — novos pisos, canteiros floridos e uma fonte de água que borbulhava como um riacho. Até pendurei luzes decorativas nas cercas para dar um toque especial.
As pessoas chegaram com taças de vinho nas mãos, e para minha surpresa, elogiavam cada detalhe!
“Quem desenhou o revestimento da cozinha? Esse azulejo é lindo!”
“O mural do quarto do bebê… vocês contrataram um designer?”
“Esse quarto parece de revista!”
“Seu quintal parece cenário de casamento!”
Eu estava curtindo os elogios quando ouvi. Bruce, em alto e bom som, se levantou da mesa e ergueu a taça para fazer um brinde.
“Bem, eu não ia dizer nada,” começou, rindo, “mas é… eu ajudei um pouco na reforma. Tudo sozinho! Tive que colocar essas mãos velhas pra trabalhar pelo bebê, né?!”
Houve um momento de silêncio. Depois, aplausos.
Eu fiquei furioso!
Sentei ali, em choque, enquanto ele levava o crédito por todo meu trabalho!
Haley, enfurecida, apertou minha mão debaixo da mesa com tanta força que senti os ossos rangerem! Eu estava vendo vermelho! Mas só fiquei ali, acenando e sorrindo como um boneco.
Foi naquela noite que percebi que não precisava revidar. Porque o carma? Ela tinha um plano e uma prancheta!
Uma semana depois, Bruce ligou — empolgado.
“EI! VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR! Então, lembra daquela ONG que eu mencionei? Aquela dos meus amigos? Eles amaram tanto a nossa casa que me pediram pra liderar um projeto de reforma numa creche local. De graça! Querem o mesmo ‘charme rústico feito à mão’ com um ‘toque pessoal’.”
Deixei o silêncio se alongar um pouco demais.
“Ah é?” respondi. “É mesmo?”
“Sim! Vou precisar de uma equipe pequena. Pensei em perguntar se você ainda tem suas ferramentas?”
Sorri como se tivesse ganhado na loteria.
“Desculpa. Tô ocupado agora. Preparando o ninho. Você sabe como é.”
Ele tentou disfarçar rindo, mas dava pra ouvir a decepção pelo viva-voz da garagem. Ele achou que eu ia largar tudo pra ajudá-lo a bancar o empreiteiro!
No fim, contratou uma empresa caríssima do centro que se especializava em “estilo rústico chique”. Mas eles não sabiam lidar com licenças nem inspeções, e erraram feio. Os atrasos se acumularam como louça suja!
Bruce tentou improvisar, fazendo ligações e fingindo entender plantas. Mas quando o conselho da ONG apareceu de surpresa no meio do projeto, perceberam rapidinho que ele não sabia nem o nome de uma marca de tinta!
Pior ainda: achava que shiplap era um tipo de peixe! E era óbvio que ele não sabia nem usar um nível! Foi educadamente — mas publicamente — retirado do projeto. Lenora tentou dizer que Bruce “passou o bastão”, mas o estrago estava feito.
A fofoca se espalhou pelo clube de campo como vinho derramado em cashmere. Os mesmos amigos que aplaudiram o discurso agora me perguntavam por que ele mentiu. Mas eu não respondia — ele ainda era pai da minha esposa e avô do meu filho.
Semana passada, Bruce apareceu. Haley estava guardando roupinhas enquanto eu instalava prateleiras embutidas no quarto do bebê.
Ele ficou parado na porta, observando. Abriu a boca, depois fechou.
“Você fez tudo isso?” perguntou.
“Fiz.”
Ele assentiu devagar. Sua voz era mais baixa do que eu jamais ouvira.
“Tá bonito.”
Enxuguei as mãos e me virei.
“Obrigado.”
Haley entrou com uma limonada, beijou minha bochecha e me entregou o copo sem dizer uma palavra. Bruce parecia querer dizer algo mais, talvez até se desculpar. Mas em vez disso, enfiou as mãos nos bolsos e foi embora.
Mais tarde naquela noite, depois que Haley foi dormir, fiquei sozinho no quarto do bebê.
Havia estrelas douradas pintadas no teto. Uma estante cheia de clássicos e novas aventuras. O berço que construí com pinho reaproveitado ficava debaixo do mural que pintamos juntos — árvores, montanhas e um nascer do sol rompendo sobre uma crista pintada.
Passei a mão pela estante e sorri.
Porque eu não precisava de crédito.
O bebê não vai saber quem passou horas aprendendo a usar uma serra ou quem consertou o vazamento do teto na terceira tentativa.
Mas eu vou saber.
E o meu nome?
Ainda está lá — no trabalho feito com amor.