Quando meu marido insistiu que a troca de fraldas não era «trabalho de homens», certifiquei-me de que ele fizesse uma verificação da realidade.

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Meu marido se recusou a trocar a fralda do nosso bebê, dizendo que isso não era “coisa de homem”. Meu coração se partiu. Eu sabia que gritar não adiantaria. Ele precisava de outra coisa… algo que o atingisse onde mais doía. Na manhã seguinte, meu marido congelou ao ver algo que nunca deveria ter visto.

As pessoas acham que ter um bebê faz você se sentir completo. Como se sua vida de repente ganhasse sentido e anjos cantassem toda vez que seu filho dá uma risadinha. Mas o que ninguém te conta é que, às vezes, você está descalça num carpete encharcado de fórmula às 2 da manhã, se perguntando como diabos acabou casada com alguém que acha que ser pai termina na doação de esperma.

Sou a Jessica, tenho 28 anos e sou casada com o Cole, de 38. Acabamos de ter nosso primeiro bebê — Rosie. Ela tem seis meses e já é mais esperta do que a maioria dos adultos que conheço. Aquela garotinha consegue gritar em cinco tons diferentes. Ela é perfeita. E exaustiva.

Na quinta-feira passada, por volta das 2h04 da manhã, Rosie soltou aquele tipo específico de choro. O tipo “Mamãe, explodi!”.

Meu corpo doía após o dia inteiro de mamadas, lavanderia e correria para cumprir um prazo no trabalho. Resmunguei, chutei o cobertor e dei um tapinha no ombro do Cole.

“Amor, você pode pegar a Rosie? Acho que ela precisa ser trocada. Eu pego os lenços e um macacão limpo.”

Ele resmungou e puxou o cobertor mais para cima.

Eu insisti. “Sério, eu já levantei três vezes. Você pode, por favor, ir agora?”

Ele virou de lado, com os olhos meio fechados. “Você cuida disso. Tenho reunião amanhã.”

Já estava quase fora da cama quando o cheiro me atingiu — o inconfundível desastre de uma fralda estourada. “Cole, tá feio. Eu realmente preciso de ajuda com a limpeza enquanto pego a roupinha nova dela.”

Foi aí que ele disse as palavras que abalariam nossa base.

“Fralda não é coisa de homem, Jess! Dá um jeito aí.”

Essas palavras bateram no meu peito como um soco. Não foi só o que ele disse… foi a certeza casual, como se estivesse apenas afirmando uma verdade óbvia.

Fiquei ali no escuro, ouvindo o choro da nossa filha ficar cada vez mais insistente, e minha paciência — o pouco que ainda restava — finalmente se partiu.

“Tá bom,” eu disse, mas ele já estava roncando de novo.

No quarto da Rosie, sob o brilho suave da luminária em forma de lua, limpei o corpinho dela. Ela olhou para mim, soluçando no meio do choro.

“Tá tudo bem, meu amor,” sussurrei, embora nada parecesse estar bem. “A mamãe tá aqui.”

Mas… e eu? Quem me segurava enquanto eu desmoronava?

Foi quando me lembrei da caixa de sapatos no meu armário. Aquela com o número de telefone que eu prometi a mim mesma que nunca usaria. Fiz a ligação.

“Walter? É a Jessica. A esposa do Cole.”

O silêncio se alongou na linha antes que sua voz rouca respondesse: “Está tudo bem com o bebê?”

Era a terceira vez que falávamos. A primeira foi quando encontrei o número dele entre as coisas de infância do Cole. A segunda, quando enviei uma foto da Rosie depois que ela nasceu.

Ele respondeu com uma mensagem curta: “Ela é linda. Obrigado por essa gentileza que eu não mereço.”

“O bebê está bem,” eu disse. “Mas o Cole… ele está tendo dificuldades com a paternidade. E eu acho… acho que talvez ele precise ouvir algo de você.”

Mais silêncio. Depois: “O que ele fez?”

Contei sobre as fraldas e os meses em que carreguei tudo sozinha.

O suspiro do Walter carregava décadas de arrependimento. “Pecados do pai!” murmurou. “O que você precisa de mim, Jessica?”

“Você pode vir aqui amanhã de manhã? Umas oito horas?”

A pausa foi tão longa que achei que ele tivesse desligado.

“Estarei aí,” ele disse finalmente. “Mas duvido que ele vá querer me ver.”

“Obrigada,” sussurrei. Eu não tinha certeza do que estava fazendo, mas estava desesperada o suficiente para tentar qualquer coisa.

Walter chegou às 7h45 da manhã seguinte, parecendo mais velho que seus 62 anos. Suas mãos tremiam levemente quando aceitou o café que ofereci.

“Ele não sabe que estou vindo, né?”

Balancei a cabeça. “Se eu dissesse, ele não estaria aqui.”

“Justo.” Ele olhou ao redor da nossa cozinha, os olhos se detendo na cadeirinha da Rosie. “Ela tem os olhos dele.”

Ouvimos os passos do Cole na escada antes que ele aparecesse na porta… ainda com o mesmo pijama amarrotado, esfregando os olhos como se tivesse passado a noite acordado.

“Como estão minhas garotas favoritas?” ele disse, animado, até ver quem estava sentado à mesa. Ele congelou.

“PAI??”

A palavra pareceu atingir Walter no peito. “Bom dia, filho!”

Os olhos do Cole se voltaram para mim. “O que é isso?”

“Eu pedi para ele vir.”

“Por quê…?”

“Porque alguém precisa te mostrar o que acontece quando um pai decide que certas partes da paternidade não são responsabilidade dele. E achei que talvez você escutasse alguém que viveu com as consequências disso.”

“Isso não é da sua conta,” Cole se virou para Walter.

“Não,” Walter concordou. “Perdi o direito de opinar na sua vida há 28 anos. Quando abandonei você e sua mãe porque não conseguia lidar com as responsabilidades.”

Cole colocou a caneca na mesa com um estalo. “Você foi embora porque traiu a mamãe e ela te expulsou.”

Walter assentiu devagar. “Foi isso que aconteceu no fim, sim. Mas começou muito antes. Começou comigo dizendo que certas coisas não eram minha função. Fraldas não eram minha função. Mamadas noturnas não eram minha função. Consultas médicas não eram minha função.”

Ele apontou para Rosie. “Eu dizia a mim mesmo que estava sustentando vocês… e que isso era o suficiente. Depois comecei a ressentir sua mãe por estar sempre cansada e me pedir ajuda. Comecei a ficar até mais tarde no trabalho, inventando desculpas para não estar em casa.”

A cozinha ficou em silêncio, exceto pelos balbucios da Rosie.

“Eu não sou VOCÊ!” Cole disparou.

“Ainda não, filho. Mas eu reconheço o caminho em que você está. Eu já andei por ele.”

Cole se virou para mim. “Então isso é o quê, uma intervenção? Você traz meu pai ausente pra me dar sermão sobre paternidade?”

“Não, Cole. Isso é eu lutando pela nossa família antes que seja tarde demais. Antes que a Rosie cresça achando que o pai dela não achava que ela valia o tempo dele.”

Walter se levantou, pegando o casaco. “Eu já disse o que precisava.” Parou ao lado do Cole. “Pelo que vale, eu daria qualquer coisa… QUALQUER COISA… para voltar no tempo e ser o pai que você merecia. Mas tudo o que posso fazer agora é te alertar: não cometa os mesmos erros. O preço é alto demais.”

Depois que ele foi embora, Cole e eu ficamos em silêncio. Rosie começou a resmungar, esticando os bracinhos em direção a ele.

“Tenho que ir pro trabalho.”

“Cole…?”

“Preciso de um tempo pra pensar.”

A porta se fechou atrás dele com um clique suave.

Cole se vestiu e saiu em 20 minutos. Só voltou depois das 21h. Eu estava no quarto da Rosie, embalando-a para dormir, quando ouvi seus passos no corredor.

“Oi,” ele disse da porta.

“Oi.”

Ele nos observou por um bom tempo. “Posso segurá-la?”

Cuidadosamente, coloquei nossa filha adormecida nos braços dele. Ele a segurou contra o peito, examinando seu rostinho como se quisesse gravar cada detalhe.

“Passei na casa da minha mãe hoje,” contou. “Perguntei sobre o meu pai… sobre o que realmente aconteceu.”

Esperei, com o coração acelerado.

“Ela disse que ele estava presente, fisicamente, até eu fazer cinco anos. Mas que, emocionalmente, ele já tinha ido embora bem antes disso. Disse que quando eu tinha a idade da Rosie, ela já tinha desistido de pedir ajuda pra ele.”

Rosie se mexeu, e ele balançou suavemente para acalmá-la.

“Eu não quero ser como ele, Jess.” Seus olhos encontraram os meus, brilhando com lágrimas. “Mas estou apavorado achando que já sou.”

“Você não é,” eu disse com firmeza. “Ainda não. Você está aqui. Quer ser melhor. Isso já é diferente.”

“Eu não sei como fazer isso. Meu próprio pai era um fantasma. Não tenho exemplo.”

“Então a gente aprende junto. Esse é o sentido de ser parceiros.”

“Desculpa. Por tudo. Por ter te deixado sozinha nisso. Pelo que eu disse.”

Não era o bastante… ainda. Mas era um começo.

Mudanças não acontecem da noite para o dia. Mas Cole prometeu tentar.

Entrei no quarto e o encontrei trocando a fralda da Rosie, conversando com ela com uma voz engraçada.

“Agora, Princesa, se alguém um dia te disser que existem ‘coisas de homem’ e ‘coisas de mulher’, você responde que seu papai disse que isso é um monte de…” ele me viu e sorriu, “besteira!”

Rosie deu uma risadinha, chutando as perninhas.

“Você está ficando bom nisso,” eu disse, encostada na porta.

“Bom, tive bastante prática essa noite.” Ele prendeu a fralda limpa. “Ainda não sou tão rápido quanto você.”

“Você chega lá.”

Mais tarde, na cama, Cole se virou para mim. “Você recebeu alguma notícia do meu pai?”

Assenti. “Ele mandou mensagem perguntando como estavam as coisas.”

“Você acha que… ele aceitaria vir jantar um dia? Quero que a Rosie conheça o avô dela.”

Peguei sua mão e apertei levemente. “Acho que ele adoraria.”

“Ainda estou com raiva dele,” Cole admitiu. “Mas entendo melhor agora. E não quero repetir os erros dele.”

Beijei-o suavemente. “É assim que os ciclos se quebram. Uma fralda de cada vez.”

Como se fosse combinado, o choro da Rosie ecoou pelo monitor, e Cole já estava se levantando.

“Eu pego ela!” ele disse, e pela primeira vez em meses, eu acreditei.

Às vezes, amar não é apenas estar ao lado de alguém nos altos e baixos. Às vezes é ter coragem de segurar um espelho e dizer: podemos ser melhores do que isso. Precisamos ser melhores do que isso. Não só por nós, mas pelas pequenas vidas que estão nos observando, aprendendo o que é amor através dos nossos exemplos imperfeitos.

E às vezes, a cura vem nos pacotes mais inesperados… como uma troca de fralda às 2 da manhã, feita com amor.

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