Emily Smith tinha dezenove anos e vivia no Vale de Napa quando a vinícola da família dela ameaçava ruir. As dívidas tinham se acumulado, ameaçando apagar gerações de trabalho árduo. Seus pais, John e Mary Smith, a chamaram para uma conversa numa noite, com os rostos marcados pela desesperança.
— Emily, Tarek Ben Malik vai limpar nossas dívidas, mas ele quer você como esposa — disse Mary, a voz trêmula.
Com setenta e cinco anos, Tarek Ben Malik era um bilionário conhecido por conseguir o que desejava. Ele não queria uma estrela glamourosa, mas uma garota americana tradicional, pura e inocente. O advogado deslizou um contrato pela mesa, com selos dourados brilhando sob a luz.
— Ele escolheu você, senhorita Smith — disse o homem, com tom frio, enquanto o coração de Emily afundava.
O contrato era impecável, com cláusulas em inglês e árabe, mas a verdade era brutal: Emily estava sendo vendida. Ela gritou, implorou para fugir, lágrimas escorrendo pelo rosto, mas a decisão dos pais era inabalável.
— É a única forma de salvar a vinícola — disse John, com voz vazia. Emily se sentiu traída, seu futuro escapando pelos dedos.
— É só simbólico, querida — acrescentou John, evitando o olhar dela. — Ele é velho; provavelmente quer companhia, nada mais.
Emily se agarrou a essa esperança frágil, embora um medo apertasse seu peito. Lá no fundo, ela sabia que aquelas palavras eram uma mentira para amenizar sua dor.
O acordo foi selado por advogados internacionais, com um intermediário marroquino amarrando cada ponto. As dívidas da vinícola foram congeladas, o leilão cancelado da noite para o dia, mas a liberdade de Emily foi o preço. Uma passagem aérea para Marrakech a esperava, com partida marcada para sábado. Ela fez as malas sozinha, mãos trêmulas, cada objeto uma lembrança da vida que deixava para trás.
Emily embarcou no avião, o silêncio da cabine sufocando seus pensamentos. Seria um novo começo ou o fim da sua vida? A pergunta ficou sem resposta enquanto o avião cruzava oceanos. Ela se sentia como carga, não como noiva, o coração pesado de medo e resignação.
Emily aterrissou em Marrakech, onde um carro preto blindado a esperava, com motorista silencioso e severo. A cidade pulsava vida — crianças corriam por mercados vibrantes, palmeiras balançavam na brisa quente — mas parecia um mundo inalcançável. Seu hotel, uma fortaleza de mármore e ouro, estava reservado só para ela. Todo luxo, da roupa de cama de seda ao ar perfumado de jasmim, gritava prisão, não acolhimento.
Levando-a ao palácio de Tarek, Emily sentiu o peso dos portões imponentes. Os salões de mármore reluziam, lustres lançavam luz fria, mas a grandiosidade era sem alma. Servos se moviam com precisão, sorrisos forçados, olhos evitando os dela.
— Isto não é um lar — pensou Emily, seus passos ecoando nos corredores vastos.
Na noite antes do casamento, as criadas entraram em seu quarto com bandejas de chá e óleos.
— Ele está muito ansioso para conhecê-la, senhorita Emily — disse uma, voz baixa. O estômago dela se revirou, as mãos segurando a beirada da cadeira.
— Conhecer? Isso não é só uma formalidade? — perguntou, voz mais dura do que queria.
A criada hesitou, olhando para o chão.
— É tradição — murmurou, deixando Emily só com seus pensamentos acelerados. A verdade a atingiu com força: não era só papelada. Ninguém prometeu poupá-la dos desejos de Tarek.
Propaganda —
A manhã trouxe um silêncio pesado ao palácio, como se ele prendesse a respiração. As criadas chegaram com um vestido branco de seda, pérolas e elogios vazios, mãos ágeis mas impessoais.
— Hoje é seu grande dia, senhorita Emily — disse uma, como se ela devesse estar radiante. Emily queria gritar, rasgar o vestido, mas ficou imóvel, o corpo traindo a mente.
Vestir-se levou uma hora, cada camada apertando o nó em seu coração. No espelho, ela via uma noiva, mas se sentia um produto, embalado para o prazer de outro.
— Quem eu sou agora? — sussurrou para o reflexo, o perfume suave atrás do pescoço como uma marca. As criadas se afastaram, seu trabalho terminado, deixando-a enfrentar o dia sozinha.
O salão da cerimônia era vasto, sua elegância fria e implacável. Diplomatas e advogados ocuparam as cadeiras, rostos vazios, sem calor. Emily ficou sozinha no altar, a ausência da família um corte agudo no peito.
— Como puderam me deixar aqui? — pensou, segurando a seda do vestido.
Tarek Ben Malik dominava a sala, elegante em roupas tradicionais, olhos escuros brilhando. Com setenta e cinco anos, ele irradiava controle, o olhar fixo em Emily com posse, não afeto. Ele a via como um prêmio, uma nova conquista para seu império. A garganta dela apertou, mãos tremendo sob o véu.
O oficiante falou em árabe e inglês, voz monótona e formal. Emily assinou papéis que mal leu, aceitou um pesado anel de ouro e virou senhora Ben Malik. Sua voz se manteve firme, mas sua alma se partiu a cada palavra. O título caiu como uma corrente em seu coração.
Propaganda —
Tarek se aproximou depois da cerimônia, sorriso afiado como uma lâmina.
— Você é mais bonita do que prometeram — disse, beijando a mão dela, os lábios demorando demais. Emily forçou expressão vazia, náusea se agitando por dentro.
— Obrigada — sussurrou, voz quase inaudível, temendo as próximas palavras.
Ele se inclinou mais perto, o hálito quente junto ao ouvido.
— Hoje à noite, começamos — disse, olhos cintilando com intenção. A promessa enviou um arrepio por Emily, confirmando seus piores temores. Ela ficou paralisada, sabendo exatamente o que ele queria dizer, o coração batendo forte no peito.
A noite caiu, e as criadas conduziram Emily pelo labirinto de corredores do palácio. Portas pesadas, cortinas grossas e um jardim silencioso passaram num borrão até que chegaram a uma porta dourada.
— Esta é sua ala, senhora Ben Malik — disse uma, fazendo uma reverência profunda.
— Onde está Tarek? — Emily perguntou, a voz apertada de medo.
— Ele virá mais tarde, como a tradição exige — respondeu a criada, fechando a porta dourada com um baque suave. Emily sentou-se na cama, o coração acelerado no vasto e opulento quarto, cujos móveis dourados e pesadas cortinas a sufocavam. O enorme espelho à sua frente refletia uma estranha, presa e sozinha.
— Eu não consigo fazer isso — sussurrou, mas não havia escapatória.
Duas criadas voltaram, carregando óleos e uma peça transparente que mal podia ser chamada de roupa.
— Você deve se banhar — disse uma, com tom mecânico, espalhando o tecido transparente.
— Tarek valoriza a tradição — acrescentou a outra, evitando o olhar de Emily. A garganta de Emily apertou, a roupa simbolizando rendição, não um camisola.
Ela entrou na banheira, a água morna não aliviava seu medo. Seu corpo obedecia, mas sua mente gritava, sentindo-se um sacrifício preparado para o abate. As criadas trabalhavam em silêncio, mãos rápidas, como se seguissem um roteiro. Emily encarava a parede de azulejos, desejando desaparecer.
Vestida com o tecido grudado ao corpo, Emily sentou na cama, pernas descobertas, cada curva exposta. Nenhum lençol poderia esconder sua vulnerabilidade, nenhuma respiração acalmar seu coração acelerado. A espera se alongava, cada segundo um peso a pressionar. Ela apertava as mãos, unhas cavando as palmas, preparando-se para o inevitável.
A maçaneta da porta girou, cortante no silêncio, como um tiro no escuro. Tarek entrou, roupas esvoaçantes, seu perfume forte e avassalador. Seus olhos fixaram-se nela, famintos e implacáveis, enquanto fechava a porta.
— Você é linda — disse, voz baixa, um predador rodeando sua presa.
— Tire suas roupas — ordenou Tarek, aproximando-se, o tom não deixava espaço para desafio. As mãos trêmulas de Emily desamarraram a seda, deixando-a cair, seu corpo exposto ao olhar dele.
— Agora quero ver o que é meu — disse, sorriso cortante, arrancando seu último pedaço de dignidade. Ela ficou paralisada, olhos baixos, a vergonha queimando por dentro.
— Deite na cama — comandou Tarek, voz firme, cortando o ar pesado.
— Pernas abertas, como uma esposa deve estar na sua primeira noite.
Emily obedeceu, o corpo movendo-se mecanicamente, o rosto virado para a parede para escapar do olhar dele. O coração disparou, o desespero a engolindo enquanto o colchão afundava sob seu peso.